If we're lucky, we've got some nice pictures to take with us.

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wish you were here - pink Floyd
águas de março - tom Jobim
where did it all go wrong? - oasis
wash - bon Iver
die trying - michl
butterfly - bts
i always wanna die (sometimes) - the 1975
21 guns - green day

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Todos naquela casa gritavam, transformando o vazio daquele lugar em uma guerra.
E Yeonjun decidiu sumir, como sempre fazia. Pegou um lápis e seu caderno, colocando um grosso casaco cinza logo em seguida.
Saiu sem precisar se esconder, já que parecia invisível e irrelevante.
Andava pacificamente até a praia, sentindo o vento bater em seus cabelos, transformando-os em uma completa bagunça de fios azulados.

Fora de casa, as coisas pareciam mais calmas. Lá não era sua casa, não era nem mesmo um esconderijo. Parecia mais uma prisão, um lugar bagunçado com pessoas bagunçadas, tristes e vazias.

Seus pés afundavam levemente na areia, e o dia frio o arrepiava. Sentou na pedra mais confortável e se sentiu mais livre. Na verdade ainda se sentia vazio, mas o nada ainda assim parecia ser algo.

Yeonjun começou a desenhar a visão bonita do mar à sua frente, assim com a tempestade distante que se aproximava.

- Você não tem medo? - uma voz desconhecida indagou.

- Medo? medo do que? - Yeonjun respondeu, olhando para o garoto que havia sentado próximo de si. Seus cabelos eram escuros e não muito longos, o vento fazia as madeixas cobrirem seus olhos, que também eram bonitos. A boca era desenhada e mediana, e o nariz com a ponta arredondada. Bonito, Inegavelmente bonito.

- De estar aqui em um tempo como esse. Não é seguro...

- Não tenho medo de água.

- E dos raios?

- Não ligo para eles.

- Mas eles podem te matar! - o garoto exclamou, mesmo que que não demonstrasse indignação.

- Tudo bem. — Yeonjun respondeu simplista.

O estranho sorriu.

- E você? você não tem medo? -
devolveu a pergunta.

- Não. - O que você tá fazendo aqui?

- Fugindo.

- Fugir é difícil. — disse o acastanhado.

- Por que acha isso?

- Porque tudo é irrelevante de qualquer forma.

- Você parece triste. - o azulado confessou.

- Você também.

- É. duas pessoas quebradas buscando uma mísera paz de espírito.

- Provavelmente em vão.

Dois garotos quebrados inutilmente buscando pela paz, mesmo sabendo que amanhã estariam no mesmo lugar, tão quebrados quanto antes.

- Eu ainda não sei seu nome.

- Beomgyu. - ele respondeu. - Também não sei o seu.

- Yeonjun. - sorriu.

🌫️

Quando yeonjun chegou em casa, percebeu que realmente era em vão. Tudo continuava inútil como sempre havia sido.

Os mesmos velhos livros na mesma prateleira empoeirada já tinham se tornado entediantes, as fotos antigas na parede mostravam que ele ainda era feito de coisas bonitas, mesmo que elas tivessem se desintegrado. A bagunça na mesa era irritante.

O quarto parecia com ele, e ele não gostava disso.

Tudo era tão triste quanto ele. Ele fez esse furacão e agora não é capaz de mandá-lo embora.

🌫️

Yeonjun continuou indo até a praia para escapar. Desejava ver Beomgyu em alguma dessas idas, seu rosto intrigante e a forma como falava - encantadora e melancólica - deixava o garoto curioso sobre ele, por mais que isso nunca tenha acontecido, já que Beomgyu foi encontrado morto no mar.

Tão injusto, tão triste... tão cedo.
Seria esquecido até por si mesmo.

- Espero que tenha ido com boas memórias o suficiente. - Yeonjun disse, sentado na mesma pedra. - Queria ter te conhecido.

Uma mulher com um bebê no colo se aproximou, sorrindo.

- Você tem memórias boas o suficiente?

Bem, talvez agora Beomgyu pudesse ter a sorte de levar vários belos retratos com ele.

🌫️

oi gente! essa história é basicamente um conto, algo curto que eu escrevi no tédio. Tem algumas coisas que tem um sentido mais profundo, que simbolizam bastante a vida e a morte. Espero que tenham gostado de ler 😊

águas de março • beomjunOnde histórias criam vida. Descubra agora