O Princípio do Fim

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Covarde. Esta é a única palavra que pode definir o Rei dos Elfos. Certamente eu seria um líder melhor para nosso povo. Nosso povo está sendo cada vez mais humilhado...onde já se viu? Proclamar paz com os anões e humanos, isso é tosco.

— A paz está formada, alteza.

Sentar ao lado de um Rei fraco é complicado. Ouvir essas palavras do mensageiro doem em mim. Svag, o Rei, não percebe que estamos diante de uma rebelião popular. As palavras ditas por ele na proclamação foram demais para a população..."eles são nossos iguais". O palácio élfico, minha casa, precisava de um novo líder.

— Daethor? — disse o Rei me tirando de meus pensamentos e me lembrando de minha presença física na sala do trono.   

— Sim, majestade?                                                                                                                                              

— Creio que ficara feliz com o fim da guerra, seus conselhos e armas não serão mais necessários. Finalmente, daremos um descanso a nosso melhor guerreiro. 

— O senhor não faz ideia.

Olhar para Svag vestido de túnicas simples sentado no trono me dóia. A sala do trono era espetacular com colunas dando sustentação a um teto em formato de cúpula. As paredes eram de mármore branco como a neve e as escadas para o trono feitas de quartzo. Um elfo como Svag não podia nos liderar. Senão seria nosso fim.

Fui embora da sala do trono e me aliviei de sair da presença daquele infeliz. Me dirigi aos meus aposentos para descansar um pouco. Ao adentrar em meu quarto percebo que uma carta foi colocada por baixo da porta.

"Para Daethor de Miriam Blomstrende"

Eu lembrava de Miriam, uma jovem elfa que conheci em minhas viagens. Certamente nunca a esqueceria, pois seus cabelos loiros eram lindos como cascatas de ouro. Mas porque ela me mandaria uma carta? Seu vilarejo estaria sob perigo? Pedir minha ajuda nessa situação seria muito sensato. Rompi o selo para descobrir o que estava contido na carta.

"Querido Daethor, sei que já fazem meses de sua última visita, mas sinto que preciso lhe contar. Com certeza lembra-se do que fizemos quando esteve por aqui, na última semana dei a luz a uma criança, um menino, seu filho. Já posso ver nele semelhanças indiscutíveis com o senhor, ele puxou seus lindos olhos verdes."

O quarto começou a rodopiar. Tentei alcançar a cama, mas meus pés não me obedeciam. Minhas pernas amoleceram e cederam sob meu peso. E minha visão se escureceu.

Quando acordei a noite já havia caído. A luz da lua entrava pela janela junto de uma brisa fresca. Sentei em minha cama e olhei para as estrelas. "Faça história" era o que a minha mãe me dizia quando eu era criança e foi isso que eu pensei. Eu vou fazer história, eu vou ser Rei e uma criança não irá me atrapalhar.

Um raio caiu no horizonte iluminando a noite.

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⏰ Última atualização: Jul 30, 2021 ⏰

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