Chega e beija minha boca, faz um fuzuê...

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"Se você vem, eu pulo fora
Se não te ligo, vem na hora
Sente o cheiro da minha cama
Sabe da minha fama e bem me quis
Mas não te quero bem agora
Noutro momento, na piora
Quando o mundo se acabar
Volto manso, me arrastando…"

Harry Pov

Sai do banho, me sentindo finalmente relaxado após um longo dia fazendo o que eu mais detestava: analisando os relatórios que eu havia deixado acumulados para o final da semana.

Eles agora haviam dobrado de quantidade, e por mais que eu quisesse contratar um estagiário para fazer somente aquilo, também me sentia receoso de que algo pudesse sair errado, ainda mais com um caso em específico, que estava sendo particularmente difícil de resolver.

Por mais que eu odiasse fazer aquilo, detestava mais ainda se algum dos meus casos não fosse fechado com a devida responsabilidade.

Era um tanto paranóico nesse aspecto.

Me vesti rapidamente, indo para a cozinha e pegando um grande pote de sorvete do freezer, assim como mais algumas porcarias para comer enquanto fazia vários nadas.

Era o que eu mais gostava de fazer aos finais de semana: nada.

Havia pensado em ligar para Andrômeda, para perguntar se poderia buscar Teddy no dia seguinte, para passar o fim de semana comigo, mas deixaria para ligar pela manhã visto que já era bem tarde.

O garotinho de apenas seis anos, cabelos em cachos azuis e olhos bondosos como os do pai era uma das minhas maiores fontes de alegria. Ele era esperto e carinhoso, cheio de doçura e muito arteiro. Adorava fazer bagunça e inventar histórias, e era muito bom em fazer nada junto comigo.

Teddy era a única parte da minha vida que eu poderia considerar completamente imaculada e pura. Uma parte completamente boa em sua totalidade e inocência.

Eu talvez o mimasse até demais, mas não conseguia ser diferente.

Gostava de pensar que Sirius seria exatamente do mesmo jeito comigo, se tivesse tido a oportunidade, e esse sentimento me confortava.

Me joguei no sofá, ligando a tv em uma série qualquer, sem prestar realmente atenção em algo.

Rony e Mione haviam me convidado para sair, mas eu me sentia cansado demais para qualquer coisa que não fosse ficar ali, definhando no meu sofá. Também não sentia muita vontade de sair por ainda pensar em Draco constantemente, desde o dia que o havia deixado na minha sala.

A imagem dele chorando e parecendo arrasado por minha causa não me saía da mente, me fazendo sentir culpa.

E eu não queria sentir culpa. O que eu fiz não era muito diferente do que ele havia feito comigo diversas e diversas vezes. Mas ainda que eu pensasse desse modo, não me fazia sentir melhor.

Pensar em Draco apenas deixava um sentimento ruim em todo meu ser. E a verdade era que eu queria ir atrás dele. Mas jamais faria isso. Eu não me arrastaria de volta para ele só para ter meu coração partido de novo.

Ele já estava quebrado demais.

As horas foram se esvaindo enquanto eu passava de uma série para outra, assistindo sem realmente ver, com os pensamentos vagando longe, e estava quase pegando no sono, num estado entre o sonho e a lucidez, quando ouvi algumas batidas fracas na porta.

Fuzuê - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora