Insatisfeitos com o que estava acontecendo os cidadãos de Itaguaí foram a câmara reclama, e sabe o que foi dito a eles?, "A Casa Verde é uma instituição pública, e que a ciência não pode ser emendada por votação administrativa, menos ainda por movimentos de rua." Eu to só citando o que a câmara disse, mas que discursinho pé de chinelo, um discurso que não ajudará em nada a cidade, eu acho que esse vereadores só querem ver o circo pegar fogo em suas lindas mansões douradas.
O barbeiro que também tinha ido a câmara ficou revoltado, com razão obviamente, falava-se que Bacamarte era um ganancioso porque acharam que os desajuizados não ficavam na clínica de graça, ou a família pagava e aqueles que não tinham família a câmara é quem contribua.
Sendo que, isso era mentira, nada era cobrado das pessoas que ficavam lá, claro que isso não foi feito por Simão ser defensor dos pobres e miseráveis, ele só queria as cobaias e provavelmente pensou que pagando por isso o experimento ficaria mais arriscado quando colocasse Itaguaí inteira no hospício.
Quanto mais tempo se passava, mais pessoas se juntavam a rebelião, se antes eram trinca agora são trezentas e todas acompanhando aquele barbeiro, o movimento que estranhamente recebeu o nome de Revolta dos Canjicas.
Quando a maldita rebelião chegou eu estava graciosamente provando um dos meus trinta e sete vestidos de seda que trouxe do Rio, olha eu odeio Bacamarte e não concordo com as ações dele, mas estragar minha santíssima prova de vestidos lindos e caríssimos deveria ser considerado um crime, um pecado.
Quando o avisei do mutirão, ele me falou para me recolher e não fazer nada, instintivamente eu queria pegar meus vestidos guarda-los e ir a revolta também.
Eu escutei tudo o que foi dito, vi a serenidade e o pouco de desdém que Bacamarte falou com eles, como acalmou a multidão, isso não foi o entretenimento que eu queria.
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A casa verde
FanfictionUma " releitura" com outro ponto de vista do livro O Alienista