No dia do seu casamento, a tristeza deixou seus olhos

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Ele disse que queria que ela tivesse uma vida feliz, mesmo depois que ele partisse. Ela sabia ser quase impossível, mas queria provar a ele que, porque ele existia, coisas bonitas podiam começar. Assim como a vida dela começou quando a dele terminou.

Os dias se transformaram em noites, e parecia que até mesmo a temporada havia mudado abruptamente. Engraçado como, apesar do calor que veio com ele, o inverno de Myul Mang ainda era a estação mais quente de sua vida.

Aquela noite de verão foi mais fria do que nunca. Talvez fossem as nuvens escuras que pairavam sobre a cidade. Ela não conseguia lembrar quantas vezes havia trazido um guarda-chuva para o trabalho apenas para acabar sendo um peso morto em sua bolsa enquanto caminhava para casa.

Até uma noite fatídica quando finalmente choveu e ela decidiu dar aquele guarda-chuva para um ser sobrenatural. Esse era seu novo hábito agora? Dar seus objetos para aqueles que não pareciam precisar deles.

Mas talvez seja exatamente isso que este mundo precisa, ter pessoas cuidando daqueles que cuidam de todos os outros. Era a história da vida dela, não era? Ela sempre cuidou de todos que amava, não esperando que um dia, alguém cuidaria dela também.

Alguém que seguraria sua mão quando ela não tivesse coragem de atravessar a rua. Alguém que se certificou de que ela não sentiria nenhuma dor enquanto lutava para viver plenamente quando seus dias estavam contados. Alguém que a assegurou de que não havia problema em ficar encharcada na chuva e que, se ela corresse, logo estaria em casa.

E agora ela estava finalmente em casa.

— Seus olhos ficam lindos quando brilham, mas não quando há lágrimas neles — ele murmurou, em seguida, deu-lhe uma pequena cutucada batendo o braço em seu ombro.

Ela virou a cabeça para olhar para o rosto dele e viu que os olhos de Saram também estavam marejados. Mas isso não tirou nada de sua aparência elegante em seu smoking branco.

— Olha quem está falando — disse ela com uma fungada — Eu sei que sou bonita, mas é o dia do meu casamento, estou muito ocupada — ela brincou enquanto ajeitava a bainha ondulada de seu vestido de noiva.

Eles estiveram sentados lado a lado durante a última hora, neste sofá real turco enorme, que ele insistiu em comprar em vez de duas cadeiras de casamento separadas. Apenas provando seu ponto de vista quando ela disse a ele que ele merecia um prêmio por ser o noivo mais grudento do ano.

— Que coincidência, e o dia do meu casamento também — ele sorriu, inadvertidamente, fazendo com que uma lágrima caísse de seu olho direito.

Dong Kyung alcançou seu rosto e enxugou o rastro de lágrima que brotou naquele adorável buraco no canto de seus lábios.

— Por que você está chorando? Você teve sua chance. Eu te dei um mês inteiro para fugir — ela brincou. Desta vez foi a vez dela bater o ombro no braço dele.

— Eu não sei. Você parecia triste antes e isso me deixou triste também. É porque você queria que eu fugisse?

— O quê? — Ela entrou em pânico. Ela realmente tinha que parar de brincar quando ele estava falando sério. Do contrário, toda a sua vida seria repleta de mal-entendidos hilários — Não, você entendeu tudo errado, por que eu iria querer que você fugisse?

— Então por que você estava com aquele olhar? — Ele perguntou preocupado — Você estava com a mesma expressão quando me perguntou se poderia desejar que eu também te amasse.

O que ele disse despertou uma linda memória em sua cabeça. Ela teve que dar um suspiro profundo para se conter para não beijar seu noivo, porque a última coisa que ele precisava agora era outra piada, não importa o quão engraçado era que funcionasse como mágica todas às vezes.

Então ela decidiu ir com honestidade.

— Eu só estava pensando no tempo que tive que viver sem você e no quanto não quero experimentar isso nunca mais — ela respondeu com um sorriso choroso.

A expressão no rosto de Saram mudou para remorso. Ele ficou profundamente triste ao ver o tipo de medo que sua noiva tinha nos olhos.

Ele pegou a mão de Dong Kyung e deu um beijo suave no pulso dela. Ela ainda estava usando a pulseira vermelha que se recusou a tirar, apesar da insistência do coordenador do casamento.

— Isso não vai acontecer de novo, eu prometo — ele a tranquilizou.

— Eu sei, porque estou planejando me apegar ao destino que veio até mim

— Você deveria ser mais pegajoso.

— Meu objetivo é vencer a sua aderência — ela riu.

Saram não pôde evitar sentir-se fisicamente atraído por aquele sorriso. Então ele se inclinou para lhe dar um último beijo.

— Noona — Gritou Sung Kyung ainda mais pegajoso ao passar pela porta.

Dong Kyung caiu na gargalhada, vendo a expressão no rosto de Saram.

— Sung Kyung, você não tem permissão para entrar aqui — ela o repreendeu com uma risada mal contida.

— Serio? Me desculpe, eu só queria ser o primeiro a parabenizar vocês dois — ele se desculpou sinceramente com uma leve reverência — Uau você está bonitão

Saram franziu o nariz e esboçou um pequeno sorriso — Obrigado cunhado

— Esta bem vou deixar vocês em paz, eu só queria vencer Jina noona para parabenizá-lo. Ela vai ficar tão brava — ele riu com altivez enquanto fazia seu caminho para fora da porta.

Finalmente, Saram pensou enquanto se virava para Dong Kyung novamente, seus olhos enrugando nos cantos enquanto ele olhava para sua noiva que agora estava sorrindo para ele afetuosamente — Case comigo?

— Certo, Quando?

— Agora.

Qual é o desejo da sua vida?Onde histórias criam vida. Descubra agora