Carta aos Tolos

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Carta aos Tolos.

Passos largos, ombros cansados
Um homem lutando contra a própria desistência
Punhos machucados e mente instável
Escreviam com tinta de sangue sua decadência
Para que ser reconhecido entre os seus?
Os corações corrompidos tornaram olhares tão frios
São só cartas escritas de aspirante Morfeu
Os frios dessas noites fizeram minhas xícaras geladas
Palavras que antes cantavam os incentivos ditos na infância
Agora se tornaram buscas estagnadas
Heróis mortos, diminuem a lista para quem recorrer
Cobranças a todos momentos com as mesmas expectativas
Tenho forças ainda para que possa correr
A vida de possíveis talvez já passou a faze beta
E temos que pagar para que possamos viver
Sem ao menos saber a direção certa
E apontado a cada erro que possa vir a acontecer
Já são onze horas e dois minutos de sábado qualquer
Meus olhos estão pesados, o que antes era uma prisão criativa
Se tornou uma prisão carcerária dentro da sua rígida casa
Casa que sua vez se torna de um refúgio um inferno descomunal
Localizado no mês dois de uma quarentena interrupta digna do título de magistral
Entre as que já se passaram o retalho social
Que está se dissipando em pedaços que não vestira um cenário final amigável
E por fim esse recado continua sem que o relógio fizesse alguma diferencia

Joby - Jefferson Ramos

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