𝐚𝐝𝐚𝐩𝐭𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨
↬ No mundo clichê em que vivemos, todas as histórias têm um final feliz, mas para Any Gabrielly, sua vida estava longe de ser uma delas.
Depois de corações partidos, viver uma vida sem família e ter apenas o apoio da sua melhor...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
— Hey gata! — Noah me sauda.
— Oi Noah! — dou uma risada.
— Ele já está no escritório? — assinto.
— Noah? — eu o chamo e o homem me encara.
— Fala. — ele sorri.
— Eu posso falar com você depois?
— Claro, estou sempre disponível. — ele pisca e eu reviro os olhos. — Mas está acontecendo algo? — questiona, agora, mais sério.
— Não se preocupa, eu só preciso perguntar umas coisas. — ele assente e adentra o escritório.
Sim, eu iria perguntar a Noah à cerca de Alice. Quero dizer, não literalmente, iria ser discreta, afinal, não queria que ele soubesse que eu ouvi atrás da porta.
Continuei meu trabalho e então o Sr.Beauchamp sai do escritório acompanhado de Noah. Eu me levanto, pego uma pasta com todos os documentos da reunião que teríamos agora, e os sigo.
Sr.Beauchamp vai na frente e Noah decide me acompanhar. Ele tem se mostrado ser um ótimo amigo, apesar das cantadas.
Assim que chegámos na sala de reuniões já todos os patrocinadores estavam ali.
— Bom dia. — meu chefe é o primeiro a falar e todos dizem o mesmo em seguida. Ele vai até sua cadeira no topo, Noah se mantém em pé do seu lado e eu me sento do lado de meu chefe, como ele havia pedido sempre que estivéssemos nesse tipo de situações.
Então a reunião começou. Eu me mantive calada e apenas dei a meu chefe todos os documentos que ele precisava durante a reunião.
Mas meu corpo gela quando sinto uma mão em minha perna. Encaro pelo canto do olho o homem do meu lado. Ele estava nos seus 48 anos, e assim que reparou que eu o encarava, apertou minha perna mais, subindo um pouco sua mão.
Sem aguentar mais, eu gritei, me afastando dali. Todos me encararam, Noah veio até mim e o Sr.Beauchamp se levantou.
— O que aconteceu, Any? — Noah pega meu rosto. Eu estava quase chorando de medo.
— Ele... ele tocou em mim. — eu aponto para o homem do meu lado.
— Eu? Por favor, eu estou numa reunião de negócios, querida. Além disso, tenho uma mulher a quem sou muito fiel! — ele mente com todos os dentes em sua boca.
— Noah, acredite em mim, ele colocou a mão na minha perna! — digo ao sentir lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Memórias estavam vindo à tona, e eu estava sentindo meu ar faltar novamente. Como naquela noite.
— Tudo bem Any, eu acredito! — ele me puxa contra seu corpo, em um abraço.
Sr.Beauchamp falou algo para seus seguranças e então eles levaram o homem para fora daquela sala.
— Meus senhores, lamento informar que essa reunião terminou. Peço minhas sinceras desculpas. — todos concordam com meu chefe e de seguida, o mesmo sai disparado pela porta. Sinto que ele não vai fazer coisa boa.
Todos os empresários saiem pela porta, com as indicações dos seguranças, apenas restando eu e Noah na sala.
— Tudo bem, ele não vai encostar em você mais. — Noah tenta me acalmar novamente.
— O que Sr.Beauchamp foi fazer? — pergunto, limpando minhas lágrimas. Ele se mantém calado — Ele vai fazer algo com aquele homem? — pergunto chocada.
— Não! Ele foi se certificar que ele foi embora, e lhe dar umas palavras antes de ir. Não se preocupa, Josh não é assim. — assinto mais aliviada.
(...)
Algumas horas se passaram. Eu já havia ido no banheiro e Sr.Beauchamp aproveitou esse tempo para adentrar o escritório, sem se cruzar comigo.
Eu estava muito envergonhada também, por todo aquele escândalo. Mas eu não consegui aguentar, eu não quero passar por isso, não de novo.
Nosh insistiu que eu bebesse um chá, então assim fiz. Mas já estava bem e, felizmente, quase indo para casa.
O melhor amigo de meu chefe já havia ido embora e eu estava acabando meu trabalho.
— Você está melhor? — me assusto com aquela voz rouca do meu lado, que eu passei a conhecer tão bem nessas duas semanas.
— Sim, eu estou. — dou um sorriso fraco — Hm... — me levanto — Eu queria me desculpar. Por minha culpa o senhor pode ter perdido possíveis patrocinadores, eu sinto muito. — dou minhas sinceras desculpas.
— Não precisa se desculpar, você não teve a culpa daquele homem ser um tarado. — ele está sério — De qualquer jeito, eu vou me certificar que nenhum deles irá te tocar novamente. — eu olho seus olhos. Ele está preocupado comigo? — Digo... — pigarreou — todas as mulheres dessa empresa merecem ser respeitadas. Além do mais, você é minha secretária portanto... — eu o interrompo.
— Não quero privilégios apenas porque trabalho diretamente com o senhor. — o enfrento, visivelmente incomodada com suas palavras. Custa dizer que estava preocupado comigo? — Apenas preciso que me respeitem. Tudo bem as cantadas sem graça, com moderação nas palavras, mas o toque é diferente. — eu engulo as lágrimas — Bom, terminei meu trabalho por aqui. Vou indo. Tenha um ótimo final de semana. — pego minha bolsa e dou as costas, deixando meu chefe sem reação.
— Any Gabrielly, não era isso que eu queria falar... — eu o ouço dizer, mas não paro. Eu apenas preciso ir embora daqui.
