𝐚𝐝𝐚𝐩𝐭𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨
↬ No mundo clichê em que vivemos, todas as histórias têm um final feliz, mas para Any Gabrielly, sua vida estava longe de ser uma delas.
Depois de corações partidos, viver uma vida sem família e ter apenas o apoio da sua melhor...
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Depois daquela conversa com meu chefe, eu apenas voltei para a mesa e fingi que nada aconteceu. O final de semana passou e a segunda-feira chegou. Eu já estava trabalhando fazia um bom tempo, e depois de entregar o típico café para o chefe, xerocar papelada, rever contratos, procurar pastas e documentos, tudo em 30 minutos, eu recuperava o fôlego enquanto bebia uma água.
— Gabrielly. — Noah vem até mim e eu dou um sorriso para ele.
— Oi Noah! — digo.
— Olha, eu ainda estou bastante curioso para saber o que você queria me falar aquele dia. — como eu pude esquecer?! Essa conversa era importantíssima.
— Ah sim claro! — eu me recomponho.
— É urgente? — assinto. Para mim era.
— Então... imaginemos que uma pessoa ama muito uma outra pessoa, e é mútuo. — eu começo a conversa meio sem jeito — Mas algo acontece com uma dessas pessoas e elas se afastam para sempre, deixando a outra pessoa devastada... — ele me interrompe.
— Você quer dizer que essa "tal" pessoa morreu? — ele diz e eu assinto.
— A personagem! — alerto — Mas agora... quero dizer, passado anos... — eu me repreendo internamente — uma outra pessoa chega e quer descobrir o que aconteceu para essa pessoa estar mal. — eu digo — O que você acha que eu... digo, essa pessoa, deve fazer? — pergunto e ele pensa.
— Bom... acho que procurar os fatos. O passado de alguém é facilmente encontrado. — ele dá de ombros.
— E se essa pessoa for poderosa o suficiente para não deixar nenhum rasto de fatos em nenhum lugar? — pergunto e ele nega.
— Ninguém nunca irá conseguir fazer isso. — ele continua sem dar importância.
— Mas Josh... — eu me repreendo ao ouvir o que falei.
— Josh? — ele pergunta surpreso — Você sabe sobre Josh e Alice? — ele sussurra mais perto de mim.
— Mais ou menos... — eu digo sem graça — Ok eu sei um pouquinho mas estou tentando descobrir mais e eu sei que você sabe tudo, portanto me fala por favor! — eu faço biquinho e ele suspira.
— Eu não posso. Foi uma promessa de amigo para amigo e... você não deveria remexer no passado, Gabrielly. — ele é sincero.
— Mas eu me sinto na necessidade de o fazer, Noah. — eu encaro seus olhos — Eu vou descobrir, de um jeito ou de outro. — ele respira fundo. Da minha mesa o mesmo retira um papel, uma caneta, escreve algo e me entrega.
É um número.
— O que...? — Urrea me interrompe.
— Você sabe o que fazer. — beija minha testa — Boa sorte pequena! — é a única coisa que me diz antes de adentrar o escritório.
Dobro o papel, coloco na minha bolsa e me sento na cadeira, pensativa. Eu vou descobrir o passado de meu chefe!
(...)
Estava escrevendo um relatório muito importante fazia mais ou menos uma hora. Eu estava exausta, e já havia bebido 3 cafés.
Bocejei enquanto semicerrava os olhos para o computador. Mesmo com óculos, meu cansaço falava mais alto.
— Desliga esse computador e vai para casa. Não adianta ficar praticamente dormindo na cadeira. — ouço a voz de meu chefe, e o encaro. Ele estava me olhando, e como não carregava sua pasta, induzi que ele ainda ficasse por mais um tempo no escritório. Seu tom não saiu grosseiro, na verdade, foi mais doce que o normal.
— Obrigada Sr.Beauchamp. — digo ao guardar tudo no sistema, desligar o aparelho e me levantar. Pego minha bolsa e quando me viro, ele ainda se encontra ali— Precisa de algo? — ele nega. Dou um sorriso e tento passar por ele, mas sinto seu braço no meu e meu corpo virar bruscamente contra o seu.
Estávamos perto, e pela primeira vez eu olhava diretamente nos olhos de meu chefe. Como eles eram lindos! Eram azuis, era o mais bonito que eu já havia visto.
Eu estava hipnotizada, estávamos próximos demais, e se continuássemos desse jeito, eu não responderia por mim.
— Joshua. — ouvimos uma voz mais afastada, provavelmente no corredor, e nos separámos. Megan aparece em nosso campo de visão e nos analisa — O que está acontecendo? — pergunta desconfiada. Abaixo a cabeça, completamente envergonhada com o que havia acabado de acontecer.
— Nada que seja da sua conta. — vejo meu chefe revirar os olhos — O que você quer?— questiona.
— Queria falar com você. — ela se aproxima — Em particular! — me encara diretamente. A vontade que eu tenho de esmagar essa mulher é enorme.
— Eu já estou indo mesmo. — digo — Boa noite. — encaro o loiro do meu lado. Ele me encara também e eu me viro, sentindo seu olhar em minhas costas.
Passo pelo corredor, balcão de atendimento, vendo que Nathan já não se encontrava ali, elevador, último andar e por fim, já estou em meu carro. Suspiro.
