5 Capítulo - Mentiras

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Já estava amanhecendo quando cheguei em casa, procurei sair antes de Breno chegar com sua mãe do aeroporto. Como fazia tempo que não se viam, imaginei que tinham muitas coisas para conversar. Abri a porta devagar esperando ver minha mãe na cozinha treinando o sermão. Mas, não havia ninguém, suspirei aliviada, indo até seu quarto. Como ainda era bem cedo, imaginei que ela estivesse aproveitando melhor a cama. Após subir as escadas, notei que a porta de seu quarto estava entre aberta. Levei a mão abrindo-a devagar buscando ver se ela estava na cama.

- Isso é hora da senhorita chegar em casa, e ainda na ponta dos pés? Perguntou minha mãe do banheiro quase me matando do coração.

-Pensei que ainda estivesse dormindo, não queria acordá-la. Falei abrindo a porta por completo.

O que foi isso em seu braço? Perguntou minha mãe, vindo em minha direção com olhos arregalados.

- Não foi nada, caí na escada saindo do curso, sabe como sou estabanada né? Menti tentando acreditar na minha própria mentira.

Ela terminou de fazer seu rabo-de-cavalo enquanto concordava comigo, pelo menos, era o que a expressão em seu rosto dizia. "Sim, sei bem como você é estabanada."

- Por isso Susan me ligou ontem mentindo, que você iria dormir lá depois do trabalho? Resmungou ela enquanto mexia em sua bolsa que estava em cima da cama.

- Ela não mentiu, era verdade o que ela falou, ela apenas... Omitiu sobre o braço. Não queria te preocupar com isso. - Falei me sentando em sua cama que ainda estava quente. Sinceramente não gostava de mentir pra ela, mas ela não iria acreditar se eu contasse a verdade. Olhando em seus olhos, torci para que ela acreditasse e não fizesse mais perguntas, não sabia por quanto tempo iria conseguir mentir para ela. Minha mãe é uma mulher muito bonita, nos mudamos para London há três anos, ela é Representante de Vendas de uma empresa chamada Argus Connect. Bem conceituada no mercado, eles vendem várias coisas, chips para celulares, celulares, instalam câmeras de segurança nas residências, e alguns produtos para detetives espiões. Por conta disso, nossa casa parece um Big Brother, sendo que isso não impediu dois anos atrás que nossa casa fosse invadida por dois ladrões de galinha. Minha mãe se chama Clara, tem lindos olhos cor de mel, quase a mesma cor de seus cabelos. Não é baixa nem muito alta, digamos que tenha uma altura normal se 1,68 podemos chamar de normal. Viciada em limpeza, organizada, responsável, bem humorada, às vezes me pergunto se ela é mesmo minha mãe. Um sorriso surgiu em meus lábios sem que eu percebesse.

- Do que esta rindo Catherine? Perguntou minha mãe sem entender nada.

- Só estou admirando sua beleza, sorri.

- Hum, andou vendo o passarinho verde, nunca foi de me elogiar? Disse ela me olhando através do espelho enquanto terminava de se arrumar.

- Sou desligada mesmo, sabe que não sou de sair distribuindo elogios para ninguém. E não vi passarinho verde em lugar nenhum não. Mas por falar nisso... Sabe quem chegou à cidade ontem? Perguntei tentando não demonstrar muito importância.

- Não! Quem chegou? Perguntou virando em minha direção.

- Breno, o irmão da Susan. Disse enquanto retirava a faixa do meu braço, não iria trabalhar com aquilo.

Porque ele voltou? Perguntou minha mãe ríspida.

- Como assim, porque ele voltou, ele mora aqui, a família dele é daqui, porque ele não voltaria? Estranhei a expressão de minha mãe, o que me deixou intrigada com sua reação, era como se ela já o conhecesse e não gostasse dele. Parei de mexer na faixa encarando-a.

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