Capítulo V - Wildest Moments 🔥🔥

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Teoricamente, era um domingo de folga para a Comissária Elif Öztürk, mas com o caso do homicídio do empresário Taner Faruk bombando na imprensa, ela não poderia se dar ao luxo de ter folga. Passou a manhã analisando depoimentos, revendo gravações e buscando quaisquer indícios que levassem a um suspeito. Depois do almoço, lembrou que poderia chamar Kerem para aquele papo no bar do Salim e ligou para o amigo. Estavam agora sentados ao balcão, recebendo duas Efes *, enquanto mastigavam pistaches.

- Salaam Aleikum **, crianças! Bom revê-los no meu estabelecimento. Desde que se tornaram a Liga da Justiça de Istambul, quase não os vejo mais por aqui. – Disse Salim, o divertido dono do bar, um senhor árabe libanês que os conhecia desde crianças.

- Alaikum As-Salaam, Salim bey! Estava com saudade, mas ser Batman e Mulher Maravilha em Istambul tem tomado muito do nosso tempo.- respondeu Kerem.

- Acho que, nesse momento, eu estou mais para Comissário Gordon. – Disse Elif, fazendo os dois rirem.

Salim deixou-os a sós e Kerem iniciou a conversa.

- Elif, eu aceitei ser advogado assistente de acusação do caso Taner Faruk.

- Você fez bem, Kerem. Você é excelente advogado e esse caso será importante para a sua carreira. Por favor, leve Ceyda Faruk para prestar depoimento o mais rápido possível. Espero que tudo corra bem e possamos logo chegar à autoria desse crime. Mas só dividirei informações sobre esse caso com a promotoria.

- Claro. Jamais pediria privilégios a você. Mas gostaria de te alertar sobre uma informação que recebi do funcionário do Faruk que almoçou comigo ontem. Taner Faruk iria inaugurar um restaurante e boate de alto padrão em Beyoğlu, num estilo muito semelhante a outro já existente na mesma rua. Aqui está o endereço. – Ele entrega um papel com o endereço à Elif. - Ambos serviriam o mesmo estilo de culinária, os mesmos drinks, parecia uma provocação à concorrência, mas com a promessa de melhor qualidade e preços mais acessíveis. Adivinha quem é o proprietário do restaurante e boate já existente?

- Quem?

- Can Alagöz. Já conversei com o promotor do caso. Sei que você já interrogou Alagöz duas vezes e eu não teria feito diferente. Para mim, ele ainda está na lista de suspeitos, assim como os sócios de Faruk em seus diversos negócios.

- Obrigada, Kerem. Eu queria tomar o depoimento formal dele por último, mas acho que vou adiantar isso. Vamos ver se ele vai tentar omitir esse fato e como ele vai reagir quando questionado sobre isso. No mais, por enquanto, ele está sendo tratado como testemunha para evitar alvoroço da mídia. Amanhã, darei a primeira coletiva de imprensa junto com o Chefe de Polícia e não tocarei no nome de Alagöz. Se perguntarem, ele é apenas mais uma testemunha.

- Ok. Melhor assim, por enquanto. De qualquer forma, conte comigo se precisar.

- Obrigada.

Os dois amigos terminaram suas cervejas e se despediram, mas Elif estava com a mente fervendo quando chegou em casa. Can Alagöz parecia ser uma fonte inesgotável de surpresas e isso estava o colocando no topo da lista de suspeitos. Danem-se as formalidades, ela iria ligar para ele e marcar o depoimento formal para o dia seguinte, logo após a coletiva de imprensa.

- Alô! Com quem deseja falar? – Uma voz feminina elegante com um leve sotaque atendeu o celular de Can Alagöz. "Funcionária ou mais uma namorada?" Pensou Elif.

- Aqui é a Comissária de Polícia Elif Öztürk. Eu gostaria de falar com o Sr. Can Alagöz.

- Um momento, senhora.

Poucos segundos se passaram e Elif ouviu sons como de alguém pegando o telefone e uma respiração ofegante.

- Comissária! Que agradável surpresa! Desculpe, é que eu acabei de sair do banho.

Crime e Paixão em IstambulOnde histórias criam vida. Descubra agora