O espaço entre nós

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" Estava tudo indo bem, tudo ótimo na verdade. Havíamos acabado de completar dois meses de namoro e nosso relacionamento estava funcionando perfeitamente, mesmo que estivéssemos quase sempre brigando por alguma bobagem, mas suponho ser esse o ponto, já que quando o assunto era realmente sério, nós apenas sentávamos e conversávamos até entrarmos em um acordo.

Pidge é o tipo de pessoa que faz eu me sentir bem comigo mesmo. Quando estou com ela, sinto que posso ser eu mesmo sem ter que me esconder por trás de uma máscara de alguém que eu não sou. Eu contei coisas para ela que jamais disse a ninguém. Cada um dos meus medos, inseguranças, desejos e sonhos, ela conhece cada um, assim como eu também conheço os dela. Ela me faz ser a melhor versão de mim mesmo.

Mas... claro... Sempre tem que ter algo para estragar a minha felicidade. "
                                * * *
- Você tá muito estranho..._ diz Verônica sentada a minha frente no refeitório da Garrison enquanto comia seu almoço.

Desde o momento em que pegamos nosso almoço, eu não levei nenhuma colher de comida para minha boca, eu estava apenas lá, sentando com uma mão apoiada no queixo e a outra segurando a colher enquanto fuçava a comida.

- Pensei que você fosse ficar mais feliz em me ver?_  diz ela fazendo biquinho.

Verônica havia chegado de uma missão a pouco tempo e veio almoçar comigo para conversarmos um pouco.

- Desculpe. Estou feliz em te ver... É só que... Eu acho que não to com muita fome...

- Sei... E isso seria por causa da Pidge?_ pergunta Verônica com  aquele tipico tom curioso.

- Eu sinto falta dela... às vezes acho que vou enlouquecer..._ digo desistindo de vez da comida e me recostando na cadeira.

- Ei, não fica assim... _ diz ela sorrindo com um leve tom de sarcasmo._ Ela volta... _ Eu a encaro irritado.

- Eu sei que ela volta, ok! Eu só não sei quando! E esse é o problema! Isso tá me matando por dentro e não fale como se ela tivesse me dado um pé na bunda! _ digo fazendo ela rir do meu histerismo.

Desde que Pidge saiu em uma missão especial, meus humores não eram dos melhores. Eu sentia a sua falta, queria estar com ela, sentir seu cheiro, seu toque, seu gosto.

- Ficar pensando nela o tempo todo não vai ajudar e muito menos ficar sem comer._ Me repreende Verônica.

- Não é como se eu conseguisse evitar pensar nela o tempo inteiro..._ digo frustrado.

- Então por que você não faz algo que te distraia?

- Não dá... Já tentei de tudo, mas nada dá certo.

  - Certo. Já sei do que você precisa! Hoje a noite nós vamos sair._ diz ela com entusiasmo.

Cerca de um mês atrás em um dia qualquer, Pidge começou a agir de forma estranha. Ela sempre me olhava como se tivesse algo a dizer, mas no final desistia. Eu sabia que havia algo errado, mas não queria lhe força a me contar nada, então tentei ser paciente e esperar que ela me contasse o que estava acontecendo por conta própria, porém na hora do almoço eu desisto disso e a confronto.

- Então, vai me dizer qual é o problema?_ pergunto.

Estávamos em sua sala. Eu havia ido busca-la para irmos almoçar juntos e novamente ela estava agindo estranho. Pigde estava sentada de frete para o computador enquanto eu estava de pé ao seu lado. Ela ainda não tinha me encarado corretamente como se estivesse tentando evitar meus olhos.

- O que?_ pergunta ela confusa finalmente olhando em meus olhos.

- Vamos Pidge... sou seu namorado... sei quando tem algo errado. _ digo pegando uma cadeira e sentando de frente para ela. Seguro suas mãos e faço pequenos carrinhos nela incentivando-a a falar. _E então?
Pidge suspira me encarando apreensiva e finalmente decide falar.

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