[1] Velho maldito

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Eu sou um homem de poucas palavras e principalmente de pouca paciência

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Eu sou um homem de poucas palavras e principalmente de pouca paciência.

E justamente hoje, o trânsito decidiu contribuir para que o resquício de paciência que ainda havia em mim se esvaísse para o quinto dos infernos.

— Olha o sinal, filho da puta. — Buzinei para o carro branco empacado em minha frente, quando claramente o sinal já estava aberto.

Nessa altura, eu já não me importava mais com as matérias do fofocalizando no dia seguinte: "Jeon Jungkook, Ceo de uma das maiores editoras de livros da Coreia é visto xingando cidadão no trânsito."

Foda-se, eu não me importo.

O motivo do meu estresse não é só o trânsito ou assuntos da empresa. É a maldita mudança.

Eu odeio mudanças. Empacotar, mover objetos de lugar, tudo isso é muito cansativo. Contudo, decidi me mudar do movimentado centro de Seul para um bairro residencial mais reservado em busca de paz. Então passei a realizar todos esses trabalhos até uns dias atrás. Seria mais fácil pagar pessoas para o fazer por mim, não é mesmo? Mas você já deve ter ouvido uma expressão popular que diz que se você quiser algo bem feito, então faça você mesmo.

No final valerá a pena de qualquer forma.
Sem trânsito, sem muitas pessoas, apenas eu e os velhinhos que em grande parte habitam bairros assim.

Da janela do carro, pude enxergar algumas casas tradicionais, outras modernas e alguns condomínios. Mercadinhos pouco movimentados exibiam suas promoções pela vitrine, o verde era ainda mais presente na fachada das casas, o barulho de crianças brincando era ouvido, mas as crianças não eram vistas. Todas nos jardins internos de suas casas e não no elevador fazendo escândalo.

Se for um sonho, por favor, não me acorde.

Avistei o caminhão encarregado pela mudança parado em frente a minha nova residência.
Alguns rapazes já agilizavam em colocar as caixas do lado de fora.
Estacionei minha caríssima BMW série 3 logo atrás do mesmo e saltei do carro colocando meus óculos de sol.
O dia estava ensolarado e tudo o que eu queria era terminar logo com isso para tirar o terno quente que me apertava.

A fachada externa era rodeada por um muro alto de pedras barrosas e cinzentas. O portão principal se encontrava aberto e de longe pude ver uma trilha de ladrilhos abrindo caminho em meio a um jardim de tamanho mediano, muito bem cuidado.

— Boa tarde, Senhor Jeon. A corretora está lá dentro aguardando-o para assinar alguns papéis. — Disse um dos rapazes que passavam com uma enorme caixa.

Não lhe respondi, apenas adentrei no local e busquei com os olhos a silhueta da Senhora Goo, corretora da imobiliária.

— Menino Jeon, que bom vê-lo aqui. — Goo se pronunciou dispensando um dos rapazes no qual passava algumas instruções.

Através do Espelho | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora