Noite do Curry com batatas cozidas e dorayaki

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Ver o rosto todo machucado e cheio de sangue do ser desprezível ajoelhado diante de mim era divertido. Dei outro murro em seu rosto, o fazendo cair para o lado. Enchi o filho da puta de socos e chutes, descontando nele toda a minha raiva e frustração, até meus punhos se ferirem e sangrarem também.

Espero que tenha entendido. — Digo para o corpo caído abaixo de mim, sem esperanças de que ele estivesse consciente para escutar.

Pego minha mochila que estava abandonada no chão e sigo o meu caminho, irritada por esses idiotas insistirem em aparecer.

Fui direto para a parte de trás de casa quando cheguei. Lavei minhas mãos ensanguentadas e analisei as feridas.

Droga, minhas mãos estão muito fodidas. — Reclamo em um pensamento alto, nada feliz pelos rombos formados nos meus dedos.

Vou para dentro e já encontro minha mãe perto da porta, se preparando para sair. Tiro os sapatos e a olho inexpressiva.

Takemichi já voltou? —Pergunto.

Ainda não. — Responde ela.

Entendi. Vou tomar banho e daqui a pouco desço pra fazer a janta. — Falo enquanto subo as escadas, sem esperar que ela diga qualquer coisa. — Tem uma marmita pra você na geladeira! Acrescento, entrando no meu quarto.

Jogo minha mochila em cima da cama e começo a tirar meu uniforme sujo, que é resultado da briga que tive no caminho para cá. Solto meus cabelos e me envolvo com uma toalha, indo até o banheiro.

A água poderia ser comparada com álcool quando entrou em contato com minhas feridas, elas ardiam como fogo, e nem eram feridas tão profundas, mas doeram bastante, tanto que resmunguei até me acostumar com a dor.

Quando acabei meu banho, escutei um barulho no andar de baixo. Deduzi que era meu irmão mais novo então não me importei, até trombar com um baixinho enquanto eu saía do banheiro.

Mas o quê...?! — Exclamo, caindo no chão junto do garoto.

Ai, ai, ai! — Ele reclama.

Abro os olhos depois do susto e me vejo em uma situação embaraçosa. Meu corpo nu sobre o dele, nossos rostos quase colados um no outro, e nossos corpos mais colados ainda.

Fico sem me mover tentando assimilar tudo rapidamente, mas era tão constrangedor que não tive coragem de tomar nenhuma atitude.

Ouço passos apressados vindo pela escada e me assusto. Tento procurar pela minha toalha pelo chão, enquanto tapo os olhos do garoto abaixo de mim.

Fica de olhos fechados! — Ordeno. Me levantando para ir até minha toalha.

Eu me enrolo rápido nela e corro para meu quarto, fechando a porta com força.

Que porra foi essa?!

Me apresso para me vestir e ir checar o que está acontecendo. Desço as escadas com passos pesados, e uma expressão nada feliz.

Encontro o baixinho e o um cara alto sentados na mesa de jantar, enquanto Takemichi fuça os armários. Com a minha entrada dramática ele me olha, se amedrontando ao ver minha expressão.

S-S/n! Exclama Takemichi. Cruzo os braços, pedindo por uma explicação. — E-Eles são meus amigos. Vieram me fazer uma visita!

E por que não me avisou? O nanico ali viu o que não devia! — Aponto para o baixinho com um olhar acusador. O mesmo leva as mãos até o peito parecendo ofendido.

Meu Raio de Sol - Imagine Manjiro Sano Onde histórias criam vida. Descubra agora