Baixinho atrevido

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Analiso seu rosto bem de perto, sua pele está tão quente, e há um pouco de sangue escorrendo do seu nariz, mas ele não está realmente machucado, mas sim estranhamente pacífico.

Espera, ele acabou de sorrir?

Sinto suas mãos me segurarem e uma pressão contra o meu corpo, logo estou no chão e imobilizada.

Me debato abaixo dele enquanto Mikey tenta tomar controle de mim.

Me acalmo quando suas mãos pequeninas seguram meus braços acima do meu corpo, aquele aperto firme me surpreende com a força depositada mesmo estando tão sereno sob mim.

Ele tinha curiosidade em seu semblante, e aqueles olhos profundamente negros me encaravam com uma indiferença assustadora.

- Você não me é estranha. - Ele diz, quebrando o silêncio que pairava entre nós.

Me assusto com a calmaria de sua voz, e tudo o que eu faço é murmurar um baixo "hum?" confuso.

- Não me escutou? Conheço você de algum lugar. - Ele se aproxima do meu rosto, o observando bem de perto.

Percebo o conflito de seus pensamentos, e suas mãos antes firmes e agora trêmulas hesitam em soltar meus braços.

Dou um singelo sorriso com a sua dúvida sobre confiar e mim.

Mas... eu perdi.

- Sabe, eu tenho um irmão caçula... - Eu comento, o deixando confuso pela incontestabilidade do meu comentário.

- Qual é a dessa agora? - Ele pergunta, firmando novamente suas mãos nos meus braços.

- A gente é muito parecido em aparência. E apesar da semelhança, somos diferentes em tudo. - Eu dou um pequeno sorriso em recordar dele. - Mesmo o Michi sendo um bebê chorão, ele nunca desiste de continuar lutando pelas pessoas que são importantes pra ele, e isso foi provado quando ele decidiu lutar contra o Kiyomasa pelo Takuya-chan. Essa é a diferença entre nós dois, eu acabei de me contentar com a derrota...

Ele agora está pensativo.

- "Michi"... é? Espera, você é a irmã do Takemitchy?! - Ele exclama.

Engulo a seco e começo a suar frio.

- V-Vão fazer algo contra ele...? - Minha boca tremula enquanto sinto o nó se formar na minha garganta.

Ele me encara com um sorriso malicioso entre os lábios.

- Você percebeu que estamos em uma posição comprometedora outra vez? - Ele se aproxima do meu ouvido. - Conheço umas posições do Kama Sutra que são bem parecidas com essa. - Ele sussurra com seu hálito quente contra minha orelha.

- Eh...? - Eu arqueio uma sobrancelha, confusa.

- Droga, mulheres bonitas são a minha fraqueza, será que devo mesmo confiar na garota que tentou me matar? - Ele sorri.

- Eu não queria te matar, apenas acabar com a tua raça. - sorrio.

- Certo. Vou confiar em você, aliás, sua comida estava muito boa naquele dia, e sou grato por ter atendido meu pedido de dorayaki pro jantar.

- Espera, você é o nanico do outro dia?! - Eu exclamo, finalmente o reconhecendo.

Ouço o baixinho rir da minha lerdeza, e aos poucos ele vai largando meus braços, e então se senta próximo ao meu corpo cansado, que ainda permanece no chão.

Ele deita ao meu lado encarando o céu.

- Por que você decidiu fazer isso, hein? Por que você quis brigar comigo? - Ele pergunta, desviando seus olhos negros para mim.

- É uma burrice por amor. - Eu respondo sem rodeios.

- Amor? - Ele pergunta curioso.

- Sim, pelo meu irmão. Michi há alguns dias chegou em casa todo machucado... Ele estava horrível e... - Eu dou um suspiro cansado e também o encaro. - Eu queria proteger meu irmãozinho...

- Entendi. Você tem um grande carinho pelo seu irmão caçula, não é? - Mikey está sorrindo enquanto me encara. Há algo diferente em seu olhar, e tudo fica mais estranho quando ele se aproxima de mim e segura meu rosto. - Você é admirável, ele tem mesmo muita sorte de ter você...

Ele murmura se aproximando mais.

Sem avisar seus lábios encostam levemente nos meus, mas ele logo recua e se põe de pé.

- S-Saiba que o Takemitchy se arriscou sozinho naquela noite, eu cheguei tarde demais para impedir e peço desculpas por isso. - Ele estende uma mão de ajuda para mim, mas eu a recuso e levanto sozinha.

- Ele foi cabeça dura então? Sinto muito pelo que eu fiz. Não saberei como me redimir. - Eu coço minha cabeça por estar constrangida. - Mas, Mikey... - Eu me aproximo dele. - Nunca mais me beije. - Aponto um canivete de bolso rente ao seu pescoço. Ele sorri e então balanca a cabeça concordando.

- Você não bate muito bem da cabeça, não é? - Ele diz enquanto eu caminho para ir embora. - Adoro mulheres assim!

Reviro os olhos.

- Se o Takemichi perguntar, fala que eu recebi uma ligação de Quioto, ele vai entender.

- Certo, apareça outras vezes com o Takemitchy também, mas não tente me matar e nem nada! - Eu dou uma última olhada por cima do ombro, com um pequeno sorriso malicioso.

- Eu vou pensar sobre isso.






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Peço desculpas pela demora pra postar o restante kkkkk o tempo passou voando e quando eu percebi já era outro ano

Queria ter feito piada de ano novo, aff

Ainda amo vcs hein ❤

Meu Raio de Sol - Imagine Manjiro Sano Onde histórias criam vida. Descubra agora