Capítulo 9

323 40 13
                                    

Bem vindos ao penúltimo capítulo da primeira parte de RQD. Isso mesmo, vamos ter uma segunda parte, em breve.

Desfrutem ♥

______________

Anahí dormiu por quase doze horas, quando acordou já era final da tarde, quase anoitecendo. Tinha fome, mas ainda estava prostrada, sem vontade nenhuma de cozinhar ou fazer qualquer outra coisa. A cafeteria que gostava ficava somente há duas quadras dali, e a vontade de ir ali, matar um pouco da saudade de uma comida familiar lhe parecia uma ótima ideia.

Estava um dia frio, não congelante, mas frio. Escolheu uma roupa confortável, um abrigo de moletom, um tênis esportivo, levou consigo somente dinheiro, chave e o celular no bolso do casaco.

Enquanto caminhava até a cafeteria, inspirou fundo, cheiro conhecido, cheiro de casa. Havia adorado sua estada em Londres, mas nada, absolutamente nada era melhor do que estar em casa. Seus passos eram lentos, para poder aproveitar o caminho, e seu sorriso era quase instantâneo em reconhecer seu lar.

Chegou a cafeteria, e ela permanecia igual. Exceto por sua mesa, ela estava ocupada. Quase todas as mesas estavam vagas, menos a sua. Suspirou, frustrada. Não tinha problema, se sentaria em outra, apenas queria relaxar e comer algo. Estava realmente faminta.

Se aproximou na mesa à frente, da que considerava sua. Quando levantou o rosto se surpreendeu, ao ver que o ocupante da sua mesa era um homem alto, forte, de cabelos negros e olhos verdes, duros. Duros olhos verdes escuros.

Surpreendida. Não esperava vê-lo, não tão de pressa. Ele fora o primeiro rosto conhecido que havia visto desde sua volta. Sentiu seu coração acelerar naquele momento, ele ainda não a havia visto.

Ele levantou o rosto, e da mesma forma que Anahí, Alfonso ficou impactado. Sentiu seu coração acelerar ao vê-la, provavelmente porque era inesperado, não tinha esperança de encontrá-la tão cedo.

– Anahí? – Ele disse quase em um murmuro.

– Poncho? – Ela sorriu, também falando baixo. Ela sorriu então. – Você sabia que está na minha mesa?

– Você pode sentar aqui, e compartilhamos ela. – Ele lhe devolveu o sorriso.

Anahí levantou, e sentou-se à mesa que estava Alfonso. Antes mesmo de começarem a conversar, um dos funcionários mais antigos a reconheceu, lhe deu boas vindas e demonstrou felicidade em ela estar de volta, também perguntou se ela queria "o de sempre", mas Anahí estava com fome, então pediu algumas coisas a mais.

– Vai comer tudo isso? – Ele perguntou zombeteiro quando viu o funcionário lhe trazer a comida.

– Por que você não cuida do seu prato? – Respondeu no mesmo tom, mas talvez um pouco mais forte do que gostaria.

– Não está mais aqui quem falou. – Levantou as mãos em sinal de rendição.

Enquanto comiam, Anahí lhe contou sobre a viagem, sobre a sobrinha que nascera, sobre o clima, a família. Apenas omitiu os homens que havia conhecido, e os encontros que haviam falhado miseravelmente porque, cada vez que estava com um homem, era exatamente o momento que Alfonso ocupava sua mente. Ainda sim, logo percebeu que ela apenas falava e falava, e Alfonso a olhava quieto, recostado na cadeira, com um leve sorriso na face, como se estivesse a admirando.

E de fato estava. Haviam ficado muitos meses longe, ele prestava atenção em cada palavra enquanto ouvia o som da sua voz, olhava em seus olhos azuis, tão doces, tão claros quanto o céu em um dia de verão. Era quase inacreditável que ela estava ali na sua frente.

– Mas e você? – Ela parou de falar abruptamente sobre ela, mudando o foco. – Como foram os últimos meses para você? Não pode estar vendo só memes de gato na internet. – Ela riu, enquanto fazia referência ao ser a única comunicação que eles tinham tido nos últimos meses.

Rosas que duelen ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora