Emma
Ouvir os gêmeos discutindo sobre dirigir ou não dirigir, e Eliza vasculhando mais doces na cozinha, me deixou enjoada.
Eu ainda estava encharcada, e toda aquela chuva, sujeira em minhas roupas e machucados estavam me dando agonia. Eu podia vomitar no carpete naquele momento, se não fosse pela discussão dos gêmeos ter acabado.
— Tomamos uma decisão! — Chris saiu do mini-bar e correu para a sala, na qual eu estava sentada.
Nathan saiu por trás de Chris e tomou as chaves de sua mão, que balançavam feito um chocalho, e resmungou:
— Eu tomei a decisão! — Ele repousou sua mão no meu ombro. — Não vamos dirigir um carro, Chris está louco. — E lançou um olhar de repreensão para Chris, que retribuiu com raiva:
— Tem uma idéia melhor?! Nosso melhor amigo está em algum lugar por aí e estamos parados sem fazer nada! A Emma está quase vomitando no sofá! — Apontou para mim. — E Eliza tá lambendo o lado de fora de um vidro de jujubas!
— Isso não significa que podemos roubar o carro do papai e sair dirigindo por aí sem carteira de motorista! E a Jasmine?! Ela nem sabe de nada do que tá acontecendo! — Nathan respirou fundo e tirou do bolso seu celular, e começou a deslizar o dedo na tela com raiva. — Eu vou ligar para o papai pedindo para que ele nos ajude, e depois eu vou ligar para a Jasmine e contar o que tá acontecendo. Ponto final!
Enquanto Chris bufava e se jogava no sofá, eu me levantei e fui até a cozinha, com o objetivo de achar um pano, molhá-lo com o máximo de álcool em gel ou qualquer outra coisa que tenha um cheiro bom, e limpar os machucados.
Bom, esse era meu objetivo até ver Eliza enfiando duas jujubas no nariz.
— Eliza! — Corri até ela tirei as jujubas. Ela tentou pegar mais algumas dentro do vidro enquanto eu jogava as jujubas sujas de meleca no lixo, mas eu cheguei a tempo e dei um tapa em sua mão, fechando o pote logo em seguida.
Podia ouvir Nathan falando com alguém no telefone, mas não distingui se era com o pai ou com a Jasmine.
Comecei a abrir as gavetas a procura de panos, e achei uma toalha vermelha no armário embaixo da pia. Agora só faltava um líquido.
Enquanto eu vasculhava, Chris percebeu o que eu estava fazendo, e se levantou do sofá, indo até a cozinha.
— Aqui, é um sabão líquido misturado com algumas coisas que eu não sei o que é. Enfim, nossa mãe usa pra limpar machucados. — Ele por fim, respondeu, retirando de dentro do armário um frasco com um líquido espesso e rosado dentro.
— Obrigada. Eliza, vem aqui! — Me virei de costas para limpar as feridas da Eliza, mas ela tinha se sentado no chão com as pernas pro ar encostadas no balcão.
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Pensamentos Dentro da Caixa
Roman pour AdolescentsQuantos pensamentos impedem você de viver normalmente? Muitos? Poucos? Não muitos? Bom, no caso de Emma, eles eram infinitos. Emma tem o grande e terrível TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo), e vive passando em sua psicóloga, fazendo leves trat...