Hermione puxou a colcha e cobriu-se até o queixo. Numa atitude protetora, encolheu as pernas contra o ventre e respirou fundo. Não derramaria nem mais uma lágrima por Harry Potter, prometeu a si mesma.
Porém, enquanto permanecia deitada na cama, escutando os sons do tráfego de Chicago naquele inicio de manhã, o pranto voltou a descer-lhe pelas faces. Por que sempre se apaixonava pelo homem errado?
Com Michael, ainda era muito jovem, e acreditara em suas falsas promessas. Mas não podia lançar mão da mesma desculpa em relação a Harry.
Harry não lhe prometera nada. Na verdade, tentara manter um relacionamento estritamente profissional com ele. Mas, céus, como resistir?! Ele entrara em sua vida como um vendaval e a impressionara com a força de sua personalidade. Ajudou-a no momento em que mais precisava de alguém. Fora amigo e interessado, romântico e sentimental. Que mulher não se apaixonaria por alguém assim?
Hermione mordeu o lábio inferior numa tentativa de conter os soluços. Como continuar trabalhando na investigação do caso de Daniel Potter? Harry era o mediador entre sua família e a polícia. Logo, teria de encontrá-lo vez ou outra para pô-lo a par dos fatos. Como conseguiria fazer isso sem ter o coração partido toda vez que o visse?
E o que aconteceria quando pegasse um jornal e visse a foto dele em companhia de outra mulher nas colunas sociais?
O simples pensamento de imaginá-lo com outra provocou um arrepio gelado que lhe percorreu a espinha. Jamais amara Michael com tanta intensidade quanto amava Harry.
Apertando os olhos para mantê-los bem fechados, permitiu-se um tempo para raciocinar. Tinha várias decisões difíceis a tomar.
Alguns instantes depois, incapaz de permanecer mais um minuto sequer na cama, afastou as cobertas e sentou-se. Precisava tomar uma atitude... sair do apartamento... sair de Chicago.
Alcançando o telefone, discou para sua supervisora e combinou de tirar uns dias de folga. Feito isso, foi até o armário, pegou uma mala e começou a colocar algumas peças de roupa. Sabia muito bem para onde deveria ir e com quem precisava falar, para que sua vida voltasse ao normal.
Fiona fulminou-o com o olhar, enquanto Harry caminhava para além de sua escrivaninha. Se olhares pudessem matar, decerto seria um homem morto.
A secretária não lhe dirigia a palavra desde aquela manhã. Os membros da equipe de relações públicas também não se encontravam nada satisfeitos. Estavam prestes a se rebelar contra a crítica que Harry lhes fizera a respeito do mais recente empreendimento da Potter Corporation. E, para piorar a situação, Baby rasgara três almofadas novas, irritada com suas constantes demoras.
Para ser franco, não poderia culpá-los. Não vinha tendo paciência nem consigo próprio. Aqueles dois dias sem ver Hermione o deixaram com um mau humor insuportável.
Examinando os documentos sob a escrivaninha, tentou pela milionésima vez entender como pudera ser tão tolo. Em vez de perguntar-lhe se estava interessada em trabalhar para a Potter Corporation, apenas comunicou-lhe a decisão que tomara, como se aquilo fosse um fato consumado. Sentia-se tão confiante e seguro de que ela agarraria aquela oportunidade com unhas e dentes que nem pensara em mais nada.
No entanto, soou como se ele achasse que a carreira de Hermione na polícia fosse insignificante e inútil.
Como se ainda não bastasse, pediu-lhe para que se mudasse para o apartamento dele, no lugar de lhe propor um compromisso sério e duradouro, já que sabia o quanto isso significava para Hermione.
"Sou um idiota!". Não poderia ter agido de maneira mais inadequada!
Apoiou os cotovelos no tampo e descansou a cabeça entre as mãos. Jamais se sentira tão infeliz como naquele momento. Não dormira nada nas últimas duas noites, e seu apetite desaparecera por completo. Entretanto, isso não era nada comparado à dor que se instalara em seu peito. Sentia como se alguém estivesse lhe arrancando o coração.
Respirou fundo. Agora entendia o sofrimento de Drew quando Talia morreu. Embora não fossem um casal apaixonado, o irmão sofreu demais com a perda da esposa. E isso era o que vinha tentando evitar que lhe acontecesse.
Porém, desde o primeiro instante em que viu Hermione, sentiu-se atraído por ela. Lutou para convencer a si mesmo de que estava interessado apenas em ajudá-la, em dar apoio moral a uma pessoa que não tinha ninguém com quem contar. Mas isso fora só uma desculpa. Jamais conhecera uma mulher mais determinada do que a investigadora Delgado. Ela sabia o que almejava da vida e não tinha medo de perseguir seus objetivos.
Não. Na realidade, Harry fora incapaz de lidar com aquela situação. Apaixonara-se no momento em que pôs os olhos nela. Todavia, tentara de todas as maneiras negar esse sentimento. Ele precisava dela, e não o contrário.
"Então, o que pretende fazer, Potter?"
Permaneceu pensativo por alguns instantes, depois fitou o telefone. Tentara entrar em contato com Hermione na véspera, mas a secretária eletrônica estava desligada. Cogitou que ela quisesse evitar ter de falar com ele. Mas, se ligasse para o trabalho dela, seria diferente. Hermione teria de atender.
Antes que pudesse ponderar duas vezes no que lhe diria, Harry alcançou o aparelho e fez a ligação. Quando a telefonista colocou sua chamada em espera, sentiu a boca seca e as palmas das mãos transpirando.
— Investigador Johnson.
— Por favor, eu gostaria de falar com a investigadora Delgado. – Sua ansiedade aumentou no momento em que soube o que pretendia fazer.
— Lamento, ela não está. Quer deixar algum recado?
O desapontamento o apunhalou.
— É Harry Potter quem fala. Poderia pedir-lhe para me ligar assim que voltar?
— Isso tem algo a ver com o caso de Daniel Potter, senhor?
— Sim — mentiu Harry.
Imaginou que, se Hermione pensasse que seu telefonema estava relacionado à investigação, as chances de combinar um encontro com ela seriam maiores.
— Então, pode falar comigo mesmo.
— Não, prefiro falar com a investigadora Delgado.
— Sr. Potter, Hermione tirou alguns dias de folga, e só estará de volta na semana que vem.
Harry sentiu um aperto no estômago. Por um instante, mal conseguiu respirar.
— Ela está bem?
A discussão entre os dois teria causado algum problema a Amendoim?
— Pelo que sei, sim. Delgado disse algo sobre visitar um parente ou um amigo.
A demonstração de má vontade do policial o deixou com os nervos à flor da pele.
— Sabe me informar se ela saiu da cidade?
— Escute, amigo, não sou pago para ficar vigiando quem sai ou entra em Chicago. Tudo o que posso dizer é que Hermione tinha umas férias vencidas e resolveu descansar um pouco. Agora, se tiver algo a acrescentar ao caso Potter, posso pegar a informação. Caso contrário, ela lhe telefona quando voltar.
— Obrigado — agradeceu Harry, quando o homem desligou o telefone.
Impossível. Não aguentaria esperar tanto para falar com Hermione.
Ligando para o Solar da Costa do Lago, pediu a Ruby para falar com seus pais. Queria ter certeza de que saberiam onde encontrá-lo, se o caso tivesse algum desenvolvimento.
Quando Lilian atendeu, sua voz soou chorosa. O que poderia ter acontecido?
— O que houve, mamãe?
— Harry, que bom que ligou! Você está bem, meu querido?
— Sim, estou. O que há, mamãe?
— Sua prima, a princesa Catherine, ligou-me para dizer que vai adiar sua visita.
— Por quê?
— Ela mencionou algo sobre uns documentos suspeitos que encontrou nos pertences do pai dela. — A voz de Lilian falhou. — Isso é tudo tão desconcertante...
Harry sabia como aquela situação afetava sua mãe. Ter um dos filhos como alvo de uma tentativa de assassinato era assustador. Porém, saber que seu pai e irmão foram vítimas do mesmo assassino era apavorante.
— Ela falou que tipo de documentos eram esses?
— Não, querido. Apenas que de alguma forma tinham ligação com o xeque Kajai bin Russard.
— Quem é ele?
— O novo príncipe de Walburaq. Está a caminho de Altaria para uma visita política e pediu para falar a sós com Catherine. Sua prima tem esperança de que ele possa esclarecer algo sobre os tais papéis.
— Quero que me ponha a par, se ela descobrir algo. — Harry se perguntava se aquilo poderia ajudar Hermione a elucidar o atentado contra Daniel.
— Está bem.
Antes que Lilian começasse a especular a respeito do que o xeque sabia sobre os misteriosos documentos, Harry prosseguiu:
— Escute, mamãe, estarei fora da cidade por alguns dias. Se precisar de alguma coisa, pode me localizar através de meu celular.
— Claro, querido. Cuide-se, filho. Com tudo o que tem acontecido...
— Fique tranquila, mamãe. Ligarei assim que retornar.
Desligando, Harry pegou o casaco e a pasta. Seus pensamentos estavam em Hermione e em seu novo plano de ação. Passaria pelo apartamento dela apenas para garantir que não se encontrava lá, e em seguida pegaria a estrada.
— Hermione querida, parece que alguém tocou a campainha. — Molly Weasley sovava uma grande bola de massa de pão. — Poderia ir atender?
— Claro. — Hermione pousou a faca que estava usando para cortar cenouras e enxugou as mãos em uma toalha. — Deve ser nosso amigo, o sr. Quimby.
— Se for, diga ao bode velho que vá jantar em outro lugar. Não estou com paciência para aturá-lo.
Hermione sorriu, caminhou em direção à entrada principal e acendeu a luz da varanda. Algumas coisas nunca mudam. O sr. Quimby tentava um relacionamento com Molly desde que Hermione os conhecera, mas nunca tivera uma chance. Quando Hermione lhe perguntou por que, Molly afirmou que estivera casada durante quarenta anos com o homem de sua vida, e não havia lugar para um outro amor em seu coração.
Olhando pelo olho mágico, Hermione não viu ninguém do outro lado.
— Tem certeza de que ouviu a campainha?
Antes que Molly pudesse responder, escutou um ruído seco seguido de uma leve batida. Soava como se viesse da parede lateral da casa, e não da frente. Devia ser uma das crianças dos vizinhos correndo atrás de uma bola na garagem. Porém, assim mesmo abriu a porta para se certificar, Hermione piscou diversas vezes. Não conseguia acreditar nos próprios olhos. Uma pequena bola de pêlos escuros saltava e latia a seus pés.
— Baby?! — exclamou, incrédula. Abaixando-se, pegou a cadelinha no colo. — Como você... Onde está Harry?
— Aqui mesmo! — E emergiu das sombras do crepúsculo para galgar os degraus. Uma das mãos estava escondida às costas.
— O que está fazendo aqui? — Hermione afagava Baby. Hermione viajara mais de trezentos quilometros para refletir sobre sua vida. Queria ficar longe daquele homem, pois só assim poderia decidir o que fazer para sobreviver sem ele. E agora, Harry surgia, com toda aquela beleza máscula, impedindo-a de respirar.
— Posso entrar? — E Harry lhe ofereceu um buque de rosas vermelhas.
Hermione meneou a cabeça.
— Não creio que seja uma boa idéia.
Ele deu um passo à frente.
— Por que não? — Tocando-lhe na face, escorregou os dedos de leve e acariciou-lhe o queixo. — Acho que precisamos esclarecer algumas coisas entre nós.
Pousando Baby no chão, Hermione deu um passo atrás.
— Falamos tudo o que tínhamos para falar naquela noite, em seu apartamento.
— Nada disso. Você pode ter falado, mas eu, não.
— Quem é, Hermione? — Molly se aproximava. O olhar curioso percorreu Harry de alto a baixo. — Você parece muito velho para ser o vendedor de balas que arrecada dinheiro para a banda da escola secundária. Então, presumo que seja o rapaz que deixou o olhar de Hermione tão sombrio.
— Receio que sim. E lamento muito por isso. Porém, viajei de Chicago até aqui para fazer a coisa certa.
— Espero que sim. — Molly meneou a cabeça. — E quem é essa fofura?
— É minha cadelinha. Chama-se Baby,
— Ela é muito graciosa! — Molly abaixou-se para pegá-la no colo.
Harry simpatizou de imediato com Molly Weasley.
— Com sua permissão, sra. Weasley, eu gostaria de entrar e falar com Hermione.
A mulher deu de ombros, brincando com Baby.
— Isso é com ela, meu jovem. — Voltando-se para Hermione, perguntou: — O que acha de convidá-lo para jantar conosco?
Hermione não parecia muito entusiasmada, mas suspirou e respondeu:
— Faça o que quiser, Molly.
— Então, está resolvido.
A mãe de Hermione pegou o buque de rosas que Harry ainda segurava e dirigiu-se ao interior da residência.
— Eu e Baby vamos até a cozinha procurar um vaso para colocar estas lindas flores, enquanto vocês dois resolvem suas diferenças.
Tomando alento, Harry seguiu as duas mulheres e fechou a porta atrás deles. A primeira barreira fora vencida. Pelo menos teria a chance de falar com Hermione.
Molly e Baby deixaram a sala em direção ao corredor, e Hermione caminhou até o sofá para sentar-se. Sua linguagem corporal gritava que ela estava na defensiva, e Harry descobriu que seria difícil tentar convencê-la de sua sinceridade,
Ele permaneceu de pé de propósito. Sentia-se muito preocupado para sentar-se. Aquele era o momento mais importante de sua vida, e não queria estragá-lo.
— Antes de dizer qualquer coisa, quero que prometa que me ouvirá.
Hermione o encarou durante vários segundos, e o sofrimento que ele viu refletido em seus grandes olhos castanhos o impeliu a apressar seu pedido.
— Harry, eu não posso fazer isso — disse ela, com a voz tremula. — Por favor, peça desculpas a Molly, pegue Baby e vá embora.
— De jeito nenhum. Não posso virar as costas, partir e ignorar tudo o que temos.
— Nós não temos nada.
— Lógico que sim! — Não estava disposto a deixá-la negar a melhor coisa que acontecera para ambos. — Nós nos amamos!
— Harry...
Ele notou os olhos dela encherem-se de lágrimas. E só de imaginar que fora o causador de tanta dor sentiu uma enorme pontada no peito.
— Olhe, me dê cinco minutos, Hermione. Se eu não conseguir convencê-la a nos dar outra chance, prometo que a deixarei em paz.
Ela o estudou com extrema atenção. E, quando Harry acreditou que recusaria seu pedido, Hermione fez um gesto de assentimento.
— Cinco minutos, Potter. Apenas isso.
"Graças a Deus!". Incapaz de ficar mais tempo parado, Harry começou a caminhar de lá para cá.
— Há algo que precisa entender, Hermione: nunca me senti assim antes. — Parou diante dela. — Jamais me vi nessa situação... querendo tanto fazer outra pessoa feliz.
Fez uma pausa e pigarreou. Não era fácil admitir que se sentia inseguro. Porém, era muito importante escolher os termos certos.
— Não estou certo do que devo fazer, ou como fazê-la entender.
Hermione permanecia calada.
— Quero que saiba o quanto respeito sua carreira, o que me assusta é o fato de vê-la lidando com criminosos.
— Eu sei me cuidar. – ela disse.
— Sem dúvida. Mas isso não me impede de ficar aflito.
— A maior parte de meu trabalho consiste em tomar depoimentos e arquivar relatórios. — Hermione baixou o rosto. – O que costuma ocorrer é sermos chamados após o crime ter sido cometido.
A tranquilidade na expressão dela o animou. Pelo menos Hermione o estava ouvindo.
— Isso me faz sentir um pouco melhor. De agora em diante, prometo discutir tudo com você, em vez de tentar resolver as coisas a meu modo.
— Como sabe que haverá uma próxima vez?
— É por isso que estou aqui. — Harry engoliu o próprio orgulho. — Estou implorando que nos dê... que me dê outra chance.
— Mas acha que será capaz de aceitar que eu continue trabalhando na polícia? Respeitará o fato de essa ser minha carreira? Minha escolha?
— Será sempre uma fonte de preocupação para mim, confesso. No entanto, juro confiar em sua capacidade e em seu treinamento.
— Não tentaria me pressionar para que eu aceitasse o cargo na Potter Corporation?
— Não. Sem pressões, daqui para a frente.
Hermione o fitou por um momento, e Harry compreendeu o que se passava em sua mente. Ele não mencionara nada sobre o relacionamento deles.
Respirou fundo e tentou se acalmar. Sentia-se como se estivesse à beira de um precipício.
— Quero que saiba algo sobre mim, Hermione. Até hoje não tive muita experiência com o dar e receber de uma relação... de discutir questões e chegar a um acordo. — Balançou a cabeça. — E tenho de admitir que, até conhecê-la, nunca estive interessado em nada disso.
— Por que não?
Esfregando a nuca, Harry procurou se concentrar para não dar nenhum passo em falso. Como poderia expor seus sentimentos sem parecer um covarde? Ela entenderia que ele não queria entregar seu coração por medo de se ferir? Ou pior ainda, por medo de ferir a mulher que amava?
— Até agora, não tinha me interessado por nenhum compromisso, porque os Potter não têm um currículo exemplar no que refere a relações afetivas. Até mesmo meus pais tiveram problemas, e quase se divorciaram depois que meu irmão Rafe nasceu.
— Lembro-me de que isso foi mencionado durante as entrevistas.
— Pois é. Meu meio-irmão, Seth, nasceu nessa época. E, embora minha mãe viesse a amá-lo mais tarde, era difícil para ela aceitar o fato de meu pai ter se envolvido com outra mulher.
Harry se ajoelhou diante de Hermione e tomou as mãos dela entre as suas.
— Sei que isso vai soar louco, mas não gostaria de ferir a mulher que amo dessa maneira.
— Não acredito que fizesse isso, Harry. Você é decente demais para agir assim.
Aquela afirmação lhe deu esperança de que Hermione entenderia o que ele estava tentando lhe dizer. Mas compreenderia que ele também evitava um envolvimento por não querer passar pelo mesmo tipo de sofrimento por que seu irmão gêmeo, Drew, passou quando Talia morreu?
— Há outro detalhe...
— O quê?
— Quando percebi que seu trabalho era perigoso, tudo em que pensei foi no inferno pelo qual Drew passou quando a esposa dele morreu. Meu irmão sobreviveu, mas sei, tão certo quanto o ar que respiro, que se algo lhe acontecesse, eu não resistiria. Você é meu coração, Hermione... minha alma. — A voz ficou tremula de emoção, mas ele não deu importância. — Conseguiria me perdoar e nos dar outra oportunidade?
O pranto rolou pela face dela.
— Você não é o único que tem algo a temer, Harry.
Ele a abraçou pela cintura e falou, olhando dentro de seus olhos:
— Eu sei, querida. Mas estou preparado para enfrentar todos os riscos. Sem você, minha vida não tem mais sentido. Vamos nos casar e passar o resto de nossos dias lado a lado.
Hermione se desvencilhou, parecendo muito insegura.
— Não terá problemas quanto ao fato de eu estar grávida...
Harry pressionou o dedo indicador contra seus lábios bem-feitos, silenciando-a.
— Eu amo Amendoim. E já penso nele...
— Nela — corrigiu-o, com um sorriso que lhe aqueceu a alma. — Continuo lhe dizendo que este bebê é uma menina.
Harry sorriu.
— Já tenho Amendoim como minha filha. Quero estar a seu lado lhe dando conforto e apoio, quando você der a luz. Quero que me chame de papai. E, daqui a alguns anos, quando ela encontrar um rapaz que eu julgue merecedor de minha filha, quero levá-la ao altar.
— Isso é verdade, Harry? Está falando sério?
— Querida, eu te amo e te amarei sempre. Você é tudo para mim, e quero ser tudo para você. Quer se casar comigo?
— Quero. — Hermione ria e chorava ao mesmo tempo. — Mas com uma condição.
Harry cogitou que não deveria ser algo tão ruim, pois Hermione o fitava com carinho.
— O que é, querida?
— Você terá de mudar o nome da cadelinha de Baby ímã para apenas Baby.
— Sem problemas!
Hermione continuava chorando, e Harry não pôde abster-se de indagar:
— Espero que essas sejam as tais lágrimas de felicidade, certo?
Ela fez um gesto de assentimento.
— Por quê?
— Só para ter certeza. — Tomando-a pela mão, ergueu-se e a levantou junto consigo. — Bem, agora vamos ver se Molly põe um selo de aprovação nisso tudo.
Hermione o beijou, fazendo-o arrepiar-se da cabeça aos pés.
— Você já está aprovado. Caso contrário, ela jamais o deixaria entrar nesta casa.
— Sabe que isso é algo que devemos considerar...
Ela o encarou.
— Sobre o que está falando?
— Uma casa. — Rindo, Harry pousou a mão sobre o ventre dela, acariciando-o com muito amor. — Precisaremos de uma casa com vários quartos e um jardim enorme para Amendoim e seus irmãozinhos.
— Hum... Harry, sobre quantas criança estamos falando? Afinal, indisposição matinal não é nenhum piquenique.
— Seis ou oito... — Harry estava adorando tornar-se marido e pai. — Você escolhe.
— Céus! Passaria o resto de minha vida grávida!
Harry soltou uma estrondosa gargalhada.
— Maternalmente minha. — Beijou-lhe a ponta do nariz.
Hermione passou os braços ao redor do pescoço dele solene. Em seguida, brindou-o com um lindo sorriso que iluminou os recantos mais escuros da alma.
— Maternalmente sua!
FIM
VOCÊ ESTÁ LENDO
De Solteirão à papai
RomanceAtenção essa fanfin não é minha!!! escrita por Por Ju_Granger_Potter Harry Potter sempre foi um mulherengo de fazer inveja, e a última coisa que desejava era casar-se e ter filhos! Bem, pelo menos essa era sua opinião até deparar-se com as maravilho...