Capítulo 7

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"Eu beijei a Samantha de novo"

Esse pensamento não saia da minha cabeça enquanto eu voltava para a cantina.

Eu jamais pensei que algum dia beijaria Samantha, digo, pensei sim, milhares de vezes, bilhares se eu for sincera, mas jamais em toda minha existência eu pensei que isso fosse se tornar realidade. Apesar de saber que ela negaria até a morte, eu também sabia que ela havia me beijado de volta. Eu senti quando sua língua buscou a minha. Eu não era louca.

Eu vagueava pelos corredores, mas eu não via absolutamente nada porque meu corpo funcionava no automático e eu só conseguia pensar no que havia acabado de acontecer e no quanto eu tinha um enorme dom para fazer merda.

Entrei na cantina e parei por alguns instantes buscando Sheila e Cindy com os olhos. Eu sabia que Samantha estava ali, eu sentia seu olhar sobre mim, mas eu não tinha coragem de olhar na direção dela. Pela primeira vez na vida eu estava com um pouco de medo.

Vi os braços magrelos de Sheila levantados e ela os agitava, acenando para que eu fosse até ela. Parecia um boneco de posto de gasolina. Sentei-me entre minhas melhores amigas, ou melhor, desabei entre elas.

- Samantha e eu nos beijamos. – Soltei aquelas palavras como se fossem águas de uma represa que acabara de se romper.

- VOCÊ O QUÊ? – Sheila e Cindy gritaram e aquilo me despertou do meu estado de estupor.

- Não gritem, cacete! – Eu sussurrei e Sheila se agarrou meu braço enquanto o sacudia.

- Como você não quer que a gente grite? Porra! Você beijou a Samantha, a garota pela qual você tem sido apaixonada há anos, a garota que mais te odeia no mundo, digo, odiava, se vocês se beijaram isso quer dizer que ela não te odeia mais, não é? – Às vezes eu não conseguia acompanhar o jeito agitado de Sheila porque ela parecia eternamente ligada em 220 volts.

- Você está sendo ingênua, Sheila, a Samantha ainda me odeia, um beijo não transforma ódio em amor, isso só acontece nos filmes e livros. – Respondi enquanto pegava um pouco do almoço de Cindy, já que as comidas que as comidas que a mãe da Sheila cozinhava eram sempre estranhas.

- A Deena tem razão nisso, Sheila, mas isso não vem ao caso. – Cindy respondeu e se virou para mim – Conta para gente como aconteceu? Você parece ter sido molestada! Tem certeza que isso foi apenas um beijo? Pelo estado do seu cabelo parece que fornicaram ardentemente. - Revirei os olhos para o exagero da minha amiga e resolvi contar tudo o que aconteceu naquele dia de uma forma resumida porque o intervalo iria acabar a qualquer momento.

[...]

- E então ela socou o meu peito, mandou eu me foder e agora eu não sei o que faço. – Eu concluí enfiando minhas mãos entre meus cabelos e puxando cada mecha como se aquilo fosse consertar a bagunça que estava a minha mente.

- Nossa, amiga... – Foi a única coisa que Cindy falou, esfregando meu braço como forma de conforto.

- Se eu fosse você, prendia ela contra a parede e a beijava até ela esquecer o próprio nome. – Sheila deu de ombros enquanto terminava de mordiscar o sanduiche, que tinha uma coloração estranhamente verde.

- Falou a garota que há menos de meia hora estava tendo um ataque cardíaco porque a Heather olhou na direção dela. – Cindy deu um risinho – Você não consegue nem respirar perto dela, quanto mais prender ela contra a parede e beijá-la.

- Pelo menos meu conselho foi melhor que o seu "nossa, amiga". – Sheila respondeu com a voz fina. – Se a Deena que é a pessoa com mais atitude aqui não sabe o que fazer, por que eu tenho que saber? Eu só falei alguma coisa aleatória para não ficar em silêncio. Além disso, você tem um crush enorme pela Alice e eu não a vejo tomar nenhuma atitude. – Enquanto elas discutiam eu só observava, comendo toda a comida de Berman.

You Hate Me While I Love YouOnde histórias criam vida. Descubra agora