You Can't Love Me | Purple Guy x Leitora

Capítulo 39

⚠️Gatilho⚠️

Vincent pov + a madrugada.

Cravei minhas unhas em meus cabelos, apertando-os ao ponto de sangrar. Queria afastar aquela voz de todas as maneiras, mas ela nunca me deixou em paz. Tudo o que ecoava era aquela voz estranhamente familiar de um homem que negou se apresentar diante a mim. Essa voz voltava sempre que eu olhava para S/N, chorar não adiantaria, não perco tempo com isso.

"Mate-a".

"Você não foi pago para se apaixonar".

"Elimine S/N Ferretti".

"Se aproximar foi um bom plano".

"Eu sei que você é fiel às suas promessas".

"Não me decepcione e traga-me a cabeça de S/N".

"Se não a matar, eu mato vocês dois!".

Essas vozes se repetiam todos os dias, eu já não estava mais conseguindo ignorar, eu não sabia distinguir se era real ou ilusão. Tudo que eu sei é que eu não podia amar a S/N, e já é tarde para me lembrar disso. Eu tentei não dar ouvido à essas vozes, eu não quero matá-la de forma alguma. Tudo que eu queria era encontrar esse homem e dizer que eu não ligo para o dinheiro e que não participaria mais dessa missão!
Eu não posso dizer a ela a verdade, que me aproximar dela foi um plano para matá-la. Foi inevitável me apaixonar por essa mulher, e eu não quero perdê-la de forma alguma. Não importa que eu morra para salvá-la, nunca vou abrir mão dela.

O sangue escorria em minhas mãos, enquanto usava-as para tapar meus ouvidos, tentando evitar a voz mas aparentemente ela estava dentro da minha cabeça. Eu vou ficar louco se não me livrar dessa voz!

Olhei para o suporte de armas na parede, mesmo sem alguma iluminação, o gatilho brilhava contra meus olhos. Tentar me matar seria inútil, como uma bala me atravessaria?!
Ao ponto de sentir o metal implantado na minha cabeça, eu não consegui sentir dor alguma.

S/N: Vincent, o que está acontecendo?!

Eu vi o vulto de S/N à minha frente, tentando remover meus braços para impedir que eu me machuque mais ainda. Eu não consegui fazer nada ao notar a S/N morta à minha frente, ela tinha minha marca em sua bochecha, eu a encarei de forma acidentalmente assustadora. O corpo de S/N se afastou depois de alguns segundos.
Ela chamava meu nome várias vezes, mas eu não conseguia sair do transe. Eu abaixei o olhar para esconder as possíveis lágrimas que escorreriam.

A mão fria de S/N acariciava meu rosto enquanto eu a encarava novamente.

S/N: Vincent, aonde você está agora?

- Você está morta.

S/N: Como eu estaria se estou falando com você?

- Eu... Te matei.

S/N: Eu sei que você não faria isso, esse não é você.

Ela limpou minhas lágrimas com o polegar. Eu percebi que ela havia percebido em que situação eu me encontrava.

S/N: Eu não sei o que você esta vendo ou ouvindo agora, mas saiba que a minha voz é a única coisa verdadeira ao seu redor.

- Eu não consigo sair daqui.

S/N: Você consegue, respira fundo, tá?

Ela segurou minhas mãos ensanguentadas assim que eu as abaixei. Eu fechei meu olhos, tentando manter a calma, as vozes incrivelmente se afastaram. Quando eu abri os olhos, uma luz branca contornou a silhueta de S/N por milissegundos, como se fosse uma figura religiosa.