capítulo 2

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Alisson tinha acabado de entrar em sua cela depois de matar vários caminhantes nas cercas da prisão. Estava cansada e isso fez sua mente vagar para o passado, o qual ela mais queria esquecer. Mas se lembrou da primeira vez que alguém a chamou de monstro.

     Steve

- É ruim estar em posições diferentes, não é?- A pequena Alisson de 14 anos perguntou olhando o homem assustado em sua frente. Embora ela fosse pequena para sua idade e com um rosto angelical, suas atitudes eram bem diferentes de sua aparência.

O homem a sua frente jamais pensou que teria medo da pequena Alisson. Tão doce e inocente. Podia se lembrar da primeira vez que a viu.

'Tinha acabado de entrar no grupo e viu a mesma treinando com uma pistola. Era péssima de mira, e ele ótimo. Poderia ajudar a garotinha que não sabia atirar.

Cautelosamente o homem foi se aproximando da garota, ela no entanto nem percebeu quando ele se aproximou. Ele era inteligente e cuidadoso em seus passos.

- Olá, sou Steve.- Comprimentou a garota que lhe ofereceu um sorriso meigo.

A pequena e doce Alisson olhou para o homem o analisando com uma expressão confusa, nunca tinha o visto no acampamento antes.

- Sou novo no acampamento, cheguei hoje mesmo.- Steve falou assim que percebeu o olhar curioso da criança

- Sou Alisson, mas pode me chamar de Ali caso você se torne meu amigo.- A garota estava empolgada em poder ter um amigo, mesmo ele sendo mais velho. Qual problema teria em ter um amigo mais velho?- Meus amigos me chamavam assim antes do Apocalipse.

Um grande sorriso apareceu no rosto de Steve enquanto a menina falava. Mas não era um sorriso bonito, estava mais para um sorriso psicótico. A pequena alisson não percebeu pois estava animada demais para isso.

- Eu posso lhe mostrar o acampamento, você quer?- Alisson perguntou assim que percebeu que Steve estava olhando fixamente para a mão que ela segurava a arma.- Só vou deixar minha pistola com Joe.

Steve observou a garotinha correr para onde Joe estava. Não parava pra pensar em como tinha acabado de ganhar na loteria.'

- Eu confiei em você caralho!- Steve voltou a realidade com a voz alta de Alisson.- Você têm noção de como eu confiei em você?

- Eu não pedi para você confiar em mim.- Steve tinha um olhar frio, embora estivesse com bastante medo.- Você confiou porque quis, amor.

Aquele apelido a fez querer vomitar e espancar Steve até a morte, mas ela se conteve.

- Não me chame assim...- Alisson rosnou para ele.

- Você costumava gostar bastante.- Aquela frase foi tudo para ela. A garota avançou em Steve, subindo em cima dele, pondo suas duas pernas em volta do corpo cujo estava desferindo vários socos em seu rosto.

Steve virou o rosto e cuspiu sangue assim que Alisson saiu de cima dele. As mãos da bela moça possuíam um vermelho purpuro e pequenos cortes, mas nada comparado ao rosto de Steve. Alisson olhou para sua faca em seu cinto antes de tirar ela de lá e olhar em direção a ele.

- Você é um monstro!-Steve gritou assim assim que Alisson fez um corte médio em sua coxa.- Você virou um monstro.

Alisson paralisou com aquelas palavras. Era verdade, ela virou um monstro.

- Você criou esse monstro.- Ela murmurou antes de cravar a faca na lateral da barriga de Steve e arrastar agressivamente para o lado.- Só estou retribuindo o que você fez.

- Monstro!- Steve gritou mais uma vez.

Alisson sentiu seus pulmões queimarem e o ar faltar, ela sentia cada músculo de seu corpo se contraindo, sua respiração cada vez mais escassa, e podia começar a ver sua visão ficando turva.

Mas tudo parou quando ela sentiu dois braços em volta dela a segurando e a mantendo parada.

- Shhh, se acalma...- Uma voz doce e melancólica disse baixinho.- Está tudo bem agora, relaxe.

E aos poucos Alisson foi se acalmando.

- Respire junto comigo.- A voz dizia. Ela seguiu as instruções calmamente.

- Ela está mais calma?- Outra voz falou, essa era um pouco mais grossa, mas ainda era calma.

A pessoa atrás dela apenas concordou passando as mãos pelo cabelo de Alisson, que assim que sentiu o toque se afastou abruptamente, assustando a pessoa que estava a segurando.

Alisson olhou para trás vendo uma mulher de pele clara um pouco bronzeada com cabelo castanhos na altura do ombro. Já a sua frente tinha um homem asiático a olhando preucupadamente.

- Nós estávamos voltando da vigia e quando passamos pela sua cela você estava tendo um ataque de pânico.- Explicou a mulher.- Eu sou Maggie e esse é meu esposo Glenn.

- A-alisson...- Se sentia estranha por ter duas pessoas preocupada consigo, ninguém nunca havia se preocupado com ela.

O mesmo se passava com Glenn e Maggie. Eles não sabiam o porquê de ficarem tão preocupados com a garota, eles nem mesmo tinham trocado uma palavra antes. Mas no momento em que Maggie e Glenn ouviram os pequenos resmungos dolorosos da garota, eles sentiram que precisavam ver como a garota estava. E Maggie vendo a garota tendo ataques de pânico só lembrou de si mesma, e como precisou de seu pai e marido para a ajudá-la. Já a pobre menina não tinha ninguém.

- Eu já estou bem - Pela primeira vez em muito tempo Alisson não queria ser rude com eles. Por mais que cada membro do seu corpo gritasse para que ela os expulsassem de sua cela, que ela não deveria os deixar chegar tão perto de si. Mas assim como uma parte dizia que eles deveriam ficar longe dela, outra parte os queriam perto.

Era essa parte que ela não entendia. Por que ela os queriam perto? ela mal os conheciam. Mas o carinho na voz de Maggie, a preocupação de Glenn ao falar com ela, fazia cada parte de seu corpo arrepiar. Esse tipo de afeto nunca lhe foi dado, por que ela sentiu isso sem nem ao menos os conhecer direito?

- Oh, claro.- O asiático parecia meio confuso com o que fazer.

Maggie a olhou com uma compaixão que ela não era acostumada a receber, alisson se sentiu um pouco desconfortável, se remexendo um pouco na cama.

- Nossa cela três celas à frente a sua se precisar de algo.

Alisson apenas acenou com a cabeça vendo o casal sair de sua cela.

Ela sentiu aquela sensação de que alguém se importava com ela, mas logo as expulsou. Não teria o porquê daquelas pessoas se preocuparem com ela, era apenas um fardo para eles. Foi o que ela pensou e o que ela queria que fosse verdade.

Pois não ser um fardo significaria muita coisa que ela não queria significar...


Notas da autora:

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