3 - the comeback

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Sim, a vida poderia ser filha da puta quando ela queria.

E lá estava eu, a caminho da sala de Gabriel Agreste.

Caminhava com passos fortes, porém lentos, tentando retardar ao máximo a minha chegada na sala em que Adrien estava.

Assim que cheguei, ajeitei meu sobretudo branco e bati três vezes na porta com as costas de minha mão.

-Pode entrar. — Uma voz grossa e firme permitiu.

-Bom dia, senhor Agreste. — falei enquanto fechava a porta atrás de mim.

Por trás de uma pilha de papel, vi a sombra de Adrien se remexer, e com as mãos fortes, o mesmo empurrou a pilha para o lado esquerdo de si, me fazendo ter uma visão privilegiado do seu rosto lindo e bem esculpido.

Seus olhos focaram-se nos meus e eu senti minhas pernas bambearem.
Ele estava diferente, mas mesmo assim, parecia não ter mudado nada.

Os cabelos loiros lhe caiam sobre a testa como uma cascata dourada e macia. Os olhos verdes tempestuosos ainda eram atentos e muito, muito charmosos.

Ah, e o corpo... escultural como sempre.

-Bom dia, Marinette. — falou com um sorriso grande e simpático.

Fechei a cara na hora, afastando a expressão abobada que fiz assim que o vi.

-Senhorita Cheng, por favor. — ralhei.

-Oh, certo. Desculpe... Não achei que precisaria ser tão formal com você. — Coçou a nuca, meio envergonhado.

Sorri ladino enquanto me aproximava de sua mesa em passos lentos e cautelosos, fazendo o tilintar dos meus saltos soarem perigosamente alto.

-Por que não seria formal comigo, senhor Agreste? Afinal, não somos próximos, muito menos íntimos. — despejei com um sorriso intimidador nos lábios tingidos de vermelho-sangue.

O sorriso de Adrien se fechou na mesma hora e logo ele tossiu para tentar disfarçar.

-Bom, te chamei aqui para dizer que me pai adorou os desenhos da sua nova coleção de primavera... — mudou de assunto assim que se viu em uma situação constrangedora.

-É, eu fiquei sabendo. — Respondi com acidez. — Meu secretário me informou.

-Essa coleção está realmente incrível, Marin... Senhorita Cheng. — Adrien se levantou do seu trono de CEO e se encostou na beirada da grande mesa de mármore branco.

-Pois é... Então, algo mais? Estou meio ocupada no escritório e... — tentei falar, mas fui interrompida por um Adrien meio nervoso.

-O que você acha de jantar comigo hoje? Faz tempo que não nos vemos, não é? Afinal, foram 13 anos desde que fui para Milão, certo?

Bufei e desfiz minha postura ereta e profissional, cruzando os braços e entortando a cabeça, enquanto mordia a ponta da língua.

SedentaOnde histórias criam vida. Descubra agora