─━─━∞◆∞━─━─
Sim, a vida poderia ser filha da puta quando ela queria.
E lá estava eu, a caminho da sala de Gabriel Agreste.
Caminhava com passos fortes, porém lentos, tentando retardar ao máximo a minha chegada na sala em que Adrien estava.
Assim que cheguei, ajeitei meu sobretudo branco e bati três vezes na porta com as costas de minha mão.
-Pode entrar. — Uma voz grossa e firme permitiu.
-Bom dia, senhor Agreste. — falei enquanto fechava a porta atrás de mim.
Por trás de uma pilha de papel, vi a sombra de Adrien se remexer, e com as mãos fortes, o mesmo empurrou a pilha para o lado esquerdo de si, me fazendo ter uma visão privilegiado do seu rosto lindo e bem esculpido.
Seus olhos focaram-se nos meus e eu senti minhas pernas bambearem.
Ele estava diferente, mas mesmo assim, parecia não ter mudado nada.Os cabelos loiros lhe caiam sobre a testa como uma cascata dourada e macia. Os olhos verdes tempestuosos ainda eram atentos e muito, muito charmosos.
Ah, e o corpo... escultural como sempre.
-Bom dia, Marinette. — falou com um sorriso grande e simpático.
Fechei a cara na hora, afastando a expressão abobada que fiz assim que o vi.
-Senhorita Cheng, por favor. — ralhei.
-Oh, certo. Desculpe... Não achei que precisaria ser tão formal com você. — Coçou a nuca, meio envergonhado.
Sorri ladino enquanto me aproximava de sua mesa em passos lentos e cautelosos, fazendo o tilintar dos meus saltos soarem perigosamente alto.
-Por que não seria formal comigo, senhor Agreste? Afinal, não somos próximos, muito menos íntimos. — despejei com um sorriso intimidador nos lábios tingidos de vermelho-sangue.
O sorriso de Adrien se fechou na mesma hora e logo ele tossiu para tentar disfarçar.
-Bom, te chamei aqui para dizer que me pai adorou os desenhos da sua nova coleção de primavera... — mudou de assunto assim que se viu em uma situação constrangedora.
-É, eu fiquei sabendo. — Respondi com acidez. — Meu secretário me informou.
-Essa coleção está realmente incrível, Marin... Senhorita Cheng. — Adrien se levantou do seu trono de CEO e se encostou na beirada da grande mesa de mármore branco.
-Pois é... Então, algo mais? Estou meio ocupada no escritório e... — tentei falar, mas fui interrompida por um Adrien meio nervoso.
-O que você acha de jantar comigo hoje? Faz tempo que não nos vemos, não é? Afinal, foram 13 anos desde que fui para Milão, certo?
Bufei e desfiz minha postura ereta e profissional, cruzando os braços e entortando a cabeça, enquanto mordia a ponta da língua.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sedenta
RomanceQuando jovens, cometemos diversos erros. Alguns, infelizmente, são irreparáveis. Com os hormônios a flor da pele, paixões joviais são oficinas de problemas. Como ela sabia disso? Bem, havia sido uma jovem com sede de conhecimento do mundo adulto, um...