Sedenta

8- be a daddy.

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Adrien e eu pusemos Emma e Louis para dormir e fomos para a sala, conversar.

Ele me observava, sentado em meu sofá. Estava pensativo desde nossa conversa com as crianças. Então, servi um pouco de vinho e queijos para que Adrien e eu pudéssemos conversar um pouco mais a vontade sobre aquele assunto.

-Marinette, perdi os momentos mais significantes e importantes que podem acontecer na vida de um pai. Não imagino o quanto tenha sido difícil pra você. Me ligue se precisar de qualquer coisa. Digo, qualquer coisa mesmo. Eu farei o possível e o impossível por vocês.

-Tudo bem, Adrien. Eu ainda sinto muita mágoa quando lembro de tudo o que aconteceu. Mas como disse para as crianças, não irei proibir o contato entre vocês.

-E eu sou muito grato por isso, acredite.

Franzi os lábios, um pouco curiosa.

-Não vai... incomodar a Kagami, né?

Adrien refletiu um pouco sobre a pergunta antes de responder com um sorriso tímido nos lábios:

-Kagami e eu terminamos faz uns 5 anos.

Bom, aquilo era novidade pra mim, mas fingi dar de ombros.

Tomei um gole do vinho que estava servido para nós dois, e Adrien fez o mesmo.

Desde nossa conversa mais cedo, havíamos combinado que iríamos começar essa introdução aos poucos. Não queria que uma mudança tão drástica atrapalhasse nossos filhos.

-Bem, Emma e Louis vão para a escola as 06:30 e saem as 11:20. Depois, Emma tem aula de ginástica de 14:00 as 16:00, enquanto Louis  faz natação no mesmo horário. Depois eles lancham e vão para o curso de idiomas.

Adrien prestava bastante atenção aos detalhes enquanto anotava tudo em seu bloco de notas no celular.

-Eles são bem ocupados para crianças, não acha?

-Bom, não são mais ocupados do que você era quando tinha a idade deles.

-A diferença é que eles adoram a rotina, já eu, a odiava.

Franzi o semblante, desacreditada.

-Sério?

-Você não faz ideia, Marin. Eu odiava tudo aquilo, toda aquela fama. Ainda odeio, hoje em dia. Mas não tanto quanto antigamente.

-Mas, Adrien... Na época você demonstrava que adorava tudo aquilo! Como pode não gostar de toda aquela atenção e perfeição que sua vida era?

-Bem, não gosto de falar sobre isto. Mas saiba que, de perfeita, minha vida não tinha absolutamente nada, Marinette.

Virei a taça de vinho.

-Quer mais? — Ofereci, já me servindo novamente.

Adrien deu um sorriso de lado e negou, educadamente.

-Agradeço, minha querida colega de trabalho. Mas amanhã teremos um longo dia. Não concorda? Não deveria tomar mais que duas taças.

Senti minhas bochechas esquentarem e rapidamente virei o rosto na direção contrária.

Um sorriso lindo e charmoso pintou nos lábios carnudos do loiro, e isso arrancou o ar de meus pulmões.

-Você continua tão linda, Marinette Dupain-Cheng...

Sonoros e delicados pingos de chuva começaram a cair do céu la fora. A noite abafada ganhou uma brisa meio gelada, porém, gostosa.

Os olhos verdes como duas esmeraldas recém lapidas me encaravam, em busca de uma reação, mas não encontraram nenhuma. Eu estava presa em meus pensamentos, entretanto.