SexyBack

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Rolei na cama, sentindo a quentura do meu edredom e pensando em não ir para a minha residência hoje, porque já era a quarta vez que meu despertador tocava em menos de uma hora, ou seja, eu estava fodida de qualquer forma. Tsunade estava provavelmente soltando fogos pelas ventas e babando em cima dos meus colegas atrás de mim.

Coitados dos meus pobres amigos, eu sou uma cachorra.

Ronronei, me aconchegando melhor na minha cama, achando que mais cinco minutos de soneca não iria dar em nada, certo? Mas logo meu pensamento foi interrompido por ninguém mais e ninguém menos que Ino Yamanaka, meu despertador humano.

— Sakura, já são tipo 8h20min da manhã, você não vai trabalhar não, vagabunda? — perguntou a fofa da minha amiga nem fazendo cerimônia para abrir a porta do meu quarto.

Olhei para a dita cuja que estava empoleirada na porta do meu quarto, usando apenas uma saia lápis cinza e um sutiã que feria as morais da moda. Por Deus, qual era a cor daquilo? Estava entre um verde cocô e um bege vômito de bêbado, que pavor. Ino era muito bonita com aquele rosto de boneca e o corpo violão — peitos grandes e bunda grande —, mas a bicha era um desastre quando se tratava de qualquer coisa que envolvia o mundo da moda.

— Estou indo, só mais cinco minutos.

— Você não tem que apresentar o seu seminário sobre... hum... miocardiopatia dilatada para a Tsunade daqui a vinte minutos? — debochou minha amiga loira com sua atenção focada em uma massa de papeis em suas mãos.

Arregalei meus olhos, sentindo meu coração passear na minha boca e voltar para o meu peito em um segundo. Isso, com certeza, deve se encaixar nas complicações de miocardiopatia dilatada.

— Vinte minutos? Ino, que dia é hoje? — gritei já saindo da minha cama, enrolando minhas pernas no meu edredom e quase caindo no chão, vendo minha amiga rir da minha cara.

— Hoje é dia vinte de maio de 2020, doida.

Merda, merda, merda. Coloquei a primeira calça jeans que achei no chão nem me dando ao trabalho de cheirar pra ver se estava utilizável, pensando em mil e uma desculpas que eu poderia dizer a minha chefe da residência. Eu sabia que devia ter dormido no hospital, mas minha cama parecia muito mais agradável que aquela placa de cimento que os outros residentes chamavam de cama. Tinha uma lenda urbana circulando entre eles de que um antigo médico tinha desenvolvido uma hérnia só de dormir naquela cama. Eu passava longe desde então, preferia dormir em pé.

Cheirei minhas axilas e considerei um banho de dois segundos, mas que se foda. Vou só passar um desodorante e esperar que dure umas boas horas. Coloquei uma camiseta feia com uma frase duvidosa e com uma mancha de mostarda na gola, vendo Ino ainda rir da minha cara.

— Você devia ter me acordado, sua vaca! — gritei, correndo para o banheiro e vendo o desastre que eu me encontrava.

Meu cabelo curto estava todo amassado de um lado, meu rímel (de três dias atrás) estava todo borrado, tinha saliva seca no meu queixo e meus olhos estavam tão inchados e vermelhos que eu não sabia se era por causa do sono ou se era uma infecção por não ter tirado aquela maquiagem de dias atrás. Por Deus, que desastre.

Tentei lavar o meu rosto e me deixar o mais apresentável possível, mas estava ruim demais. Joguei um pouco de gel no lado amassado do meu cabelo e ficou pior ainda, mas eu não tinha tempo de arrumar aquilo. Só escovei meus dentes e saí porta a fora, encontrando minha amiga loira segurando minha bolsa, meu artigo e um copo de viagem térmico, provavelmente cheio de café.

— Para seu governo eu te chamei umas duas vezes, cadela.

Bufei, pegando minhas coisas e resolvendo estalar um beijo na bochecha dela.

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