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Tudo começou quando uma das freiras que andava pelo lugar ouviu batidas na porta. O mais rápido possível se dirigiu até a frente do lugar, mas, estranhamente, não viu ninguém. O que conseguiu ver foi apenas uma linda bebezinha enrolada em uma manta, dentro de uma cesta de piquenique.
Achou estranho na hora, quem era que iria deixar uma criança naquela noite fria e chuvosa? Não fazia tanto sentido se você pensasse desse jeito, entretanto dava para entender se pensasse que quem deixou aquela criança estava abandonado ela.

Sem pensar duas vezes a freira pega a cesta e olha diretamente naqueles olhinhos. No fundo dava para entender que aquela menina tinha muito mais do que simples olhos, e era muito mais do que uma simples bebezinha. Aquela de repente começou a chorar, para falar a verdade já estava demorando para fazer isso, a menina tinha levado muita chuva!

Aquele simples dia poderia parecer normal, até porque quase todos os dias alguma criança abandonada chegava naquele orfanato. Mas a freira sentiu algo a mais naquela garotinha. Aquele não era um dia normal!

(...)

Eni levantou-se da cama o mais rápido possível! Ela acreditava que hoje seria o dia, o grande dia. Isso não era apenas devido a seu aniversário, e sim porque a mesma tinha certeza que seria finalmente adotada.

Hoje faria exatamente 7 anos que a menina estaria naquele lugar, faria exatamente 7 anos que ela esperava os seus pais.

Infelismente nunca conseguiu achar eles. Todos sempre diziam a mesma coisa... Apenas pela magreza e "beleza" a garotinha era desprezada por todos...

Sem pensar duas vezes ela vestiu seu vestidinho branco, era simples, todavia ela amava ele. Usara o mesmo desde que chegou.

De repente Eni ouve alguém bater sua porta, e logo em seguida a freira Rebeca entra no quarto, e se senta na cama da garotinha.

- Parabéns, minha linda! Hoje você completa mais um ano de vida! - A mulher dá um grande sorriso e abre os seus braços para um abraço.

Eni olha para a freira que a criou como uma mãe e sorri, logo vai dar um abraço na mesma.

- ReRe, eu nem acredito! Eu tenho certeza que hoje será o dia em que irei ser adotada! - A alegria da menininha era imensa! Infelismente Rebeca não pareceu tão esperançosa, logo o sorriso saiu do seu rosto.

- Sim, eu também tenho certeza. - Sorriu logo após.

(...)

Um tempo passou e dessa vez via-se Eni na sala da coordenadora do orfanato. A menina nunca gostou de ir para lá, tinha ranço daquela freira. Ela tinha cara de... de... malvada!

Mas dessa vez ela ainda tinha um motivo para ir, dessa vez um casal estava procurando um filho! E a freira coordenadora que queria se livrar da garota queria que alguém adotasse ela e pronto!

- A menina é muito magra! Está desidratada? - A mulher rodou Eni e pegou em seu bracinho. Não estava acreditando.

- Claro que não! Ela sempre foi assim, mas sempre comeu como um leão! - Declarou a coordenadora, tentando convencer o casal.

A mulher então olhou para o seu marido que balançou a cabeça negativamente.

- Podemos ver as outras meninas? - Perguntou o homem.

- Claro. - A coordenadora com muito desgosto concordou. Depois olhou para Eni, a menininha abaixou a cabeça e derramou algumas lágrimas.

"Talvez seja da próxima vez!" Pensou, ainda com esperança.

Por incrível que pareça a menina foi a única que chegou á ficar com mais de 5 anos ao orfanato sem ser adotada.

(...)

Eni olhava para o lindo céu azul, a mesma pensava seriamente em quando será adotada.

De repente ouviu algumas risadas, e ao olhar para frente viu Daina. A garota sempre odiou Eni, nunca gostou dela. O pior era o bullyng que a mesma fazia com a pobrezinha...

- Adivinha quem foi adotada? - Riu em provocação.

- Foi por aquele casal?! - Parecia óbvio, mas Eni estava desacreditada.

- Sim. O que deve ter te rejeitado... - Riu novamente.

- Não foi dessa vez, mas será da próxima. - Respirou fundo, olhando para suas mãos.

- Eni, Eni... Nem adianta pensar desse jeito. Ninguém nunca vai querer ser sua mãe ou pai. Você sempre vai ser uma rejeitada! - Gritou a mesma, cruzando os braços e virando para trás. Iria ao encontro de seus novos pais.

- Isso não é verdade! - Exclamou Eni, deixando cair algumas lágrimas em seu rosto.

- Vai achando... - A garota logo saiu dali, e Eni ficou apenas alí, até a noite cair. Ficou olhando para o céu. Estava desabafando com as nuvens.

Isso até a freira Rebeca chegar e se sentar no banquinho, do lado de Ani.

***
Próximo capítulo saí amanhã! ⸜( ˙˘˙)⸝
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Tchau, tchau!

Á Esperança É A Última Que MorreOnde histórias criam vida. Descubra agora