Reencontro Indesejado

Capítulo 5

Scott narrando:

A Kira tinha passado realmente por muita coisa desde que eu fui pro Canadá, e algo me diz que uma das piores coisas que tenha acontecido a ela tem a ver com o Kristopher.

Nunca me dei bem com ele mas sei que isso me cheira coisa errada. Era isso que eu refletia enquanto Kira tinha ido abrir a casa e eu estacionava o carro na frente da casa.
— Eu nem vi a casa ainda - ela diz rindo brevemente enquanto eu abro o porta malas do carro.
— Que filha grata ein? - falo pegando uma das caixas - Mas porra Kira, seu pai te deu uma casa imensa pra você morar sozinha?
— Meio que sim, sempre quis uma casa assim - ela fala indo comigo pra dentro da casa - Kate fez um ótimo trabalho - ela diz colocando a caixa no final do hall de entrada.

— Ela ainda mora por aqui? Achei que ela tinha ido pra Austrália no fim do ano passado - digo colocando as caixas no chão.

— E ela foi, porém o Kyle fez ela voltar - ela ri - O Kyle terminou com o Andrew e inventou de querer a tia e afins, nisso ela voltou.

— O garoto tem 20 anos e pediu pra tia ficar com ele? Como assim Kira? - digo morrendo de rir.

— Se você não sabe, eu muito menos - ela diz rindo.

Ela parecia estar menos tensa enquanto estávamos conversando, agora parando pra pensar, na hora que eu escutei pelo telefone que o Kristopher estava lá na casa dela, me subiu um nervoso indescritível que eu tive que correr pra lá. Fui correndo da casa do Marshall até a casa dela, larguei até minha bike na casa dele. O Kristopher é um delinquente, quando eu estava no Canadá, o Marshall me disse que a Kira tava tendo um caso com ele e que tinha acontecido uma treta horrível com ela. Foi isso que me deu uma pressão maior pra voltar para cá. Proteger ela era o que eu queria.

Um tempinho depois a gente terminou de carregar as caixas e subimos com 4 caixas para o quarto dela. O quarto era totalmente com um jogo de cores de azul, prata, branco e preto, tinha metade de uma parede com várias prateleiras pretas que seriam o lugar dela colocar os livros dela e tinha uma sacada com um blindex com uma cortina do teto ao chão... Aquele quarto era realmente a cara dela.

— Nossa... É bem... Azul - eu falo observando o quarto ainda.
— Eu amei - ela fala colocando a mochila no closet e empurrando a caixa com o pé, e assim que termina, tira o lençol de seda branco de cima da cama o jogando longe e se joga na cama - Finalmente, minha casa... Meu cantinho - ela diz sorrindo de olhos fechados e eu aproveito e deito ao lado da mesma a abraçando.
— Que bom que está feliz com isso - sorrio e a olho, mas a felicidade dela some em segundos - O que foi?
— Eu… Não vou poder ficar aqui - ela diz e me olha, me deixando tenso - Quando fui embora mais cedo, foi porque a Kimberly ameaçou você, minha família e a mim se eu continuasse atrapalhando os planos dela com você. O pai dela é dono de uma empresa bem grande e consegue tudo o que quer e faz todas as vontades da filha mimada… - ela foi falando e eu fui começando a ficar vermelho de raiva - meu pai disse que eu vou ter que ir para Nova Iorque com ele.
— Eu vou com vocês. - eu digo firme.
— Mas e seu apartamento e o basquete Scott? Você não pode largar suas coisas por causa de mim - ela diz se afastando.
— Não me importo com isso Kira, são coisas que podem esperar e que ficaram anos sem mim… E acredito que alguns meses longe não farão mal algum.
— Meu pai não vai gostar disso… - ela diz.
— Eu me resolvo com ele… Mas eu não vou deixar você aguentar essa barra sozinha, não quero ter que ficar longe de você de novo, voltei por você e vou aonde você for - eu digo mais calmo e vejo os olhos dela marejarem - hey… Não chora. - falo e logo abraço a garota com força enquanto a mesma chora, ignorando minha fala.
— Não quero deixar você pra trás Scott - ela fala baixo se aninhando em meu peito - Você mal chegou e eu já te arranjei problemas e ainda arrastei minha família nisso.
— Você não tem culpa, anjo - digo e acaricio seus cabelos - olha pra mim… - falo com a mesma que me olha com os olhos inchados e eu os seco com meu polegar - Não quero ver você chorando, quero ver você sorrir e encarar sua vida com coragem… Isso que estamos passando por agora, já já acaba e você vai estar jogada na sua cama lendo um bom livro como sempre quis e quem sabe eu não esteja com você te atrapalhando a ler - digo e ela ri - É esse o sorriso que eu gosto tanto de ver - completo e dou um selinho demorado na mesma.
— Scott, você é a melhor pessoa desse mundo - ela diz sorrindo e acariciando meu rosto - acho que se você nunca tivesse ido embora, nós talvez não estaríamos assim - Obrigada por ter ido embora e voltado - ela completa e me puxa, me dando um beijo terno.