Teen Wolf - Um Novo Começo [ Por Thalia ]

Recepção de Boas Vindas.

Clínica Veterinária de Beacon Hills

  Era estranho estar na clínica veterinária do meu pai, após tantos anos longe de casa. Nunca imaginei esse lugar sem a presença dele. Desde que me formei ele esperava que eu viesse para Beacon Hills ajudá-lo, entretanto papai teve que ir para um condado no Hawai investigar algo sobrenatural. 

 Termino de organizar minhas coisas no espaço disponibilizado para mim. Na mesa ao lado, uma bagunça era visível que me fez rir, mas o porta retrato ao lado do computador fez meu sorriso se dissolver. Ainda tinha essa situação. 

 Scott Mccall ainda permanecia trabalhando com meu pai, e a foto demonstrava o carinho de ambos um pelo outro. Conheci o Mccall ainda no ensino fundamental antes da minha transferência repentina, dito isso torço para que ele não se recorde de mim. 

 Devolvo a foto para o lugar e termino de organizar as coisas que continham nas caixas que trouxe. Na sala ao lado os cachorros em observação pareciam inquietos, pois latiam e choramingavam como se algo tivesse errado. Suspirei, eu havia acabado de chegar. Pensei comigo mesma. Abri a sala que agora parecia mais fria mesmo com os aquecedores ligados. 

- O que houve pessoal? - acendo as luzes checando animal por animal até me deparar com um gato ferido, que lambia freneticamente uma ferida aberta em sua pata direita. 

- Minha nossa, como você fez isso em garoto? - tento me aproximar do animal mas ele apenas me encara com seus olhos esmeraldas felinos. - Ou melhor da onde você saiu? 

  Observei todas as gaiolas e aparentemente todas estavam preenchidas. Porém ao olhar mais acima do meu campo de visão, notei a pequena janela aberta. 

- Ah, então você veio pedir ajuda... 

 Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa um estrondo na porta central me fez ter um sobressalto, assustando também o felino pois ele desapareceu. 

 A batida continuou seguido de gritos desesperados. 

- Já estou indo! - gritei, sentindo meu coração bater descompassadamente com o que poderia ser.  

  Abri a porta e uma garota quase caiu pra dentro, se eu não a segurasse. Estava prestes a dizer que não estávamos atendendo. Afinal ninguém compreendia aquela placa? Quando prestei atenção havia outra garota completamente jogada no chão.  

  A menina de cabelos escuros estava ensanguentada e seu olhar indicava que estava beirando a inconsciência. 

- Meu Deus o que aconteceu? Vocês deveriam estar no hospital. - ajudei a levantar a garota e a levamos pra uma maca metalizada. 

 Em seguida entreguei o telefone para a garota loira que acompanhava a outra. 

 - Não... Eu não sei o que aconteceu, mas.. mas eu só sei que não deveríamos ir para o hospital.

  Na maca a menina resmungava alguma coisa incompreensível. 

- Você precisa se acalmar - falei mais pra mim do que para a garota - E me contar o que aconteceu, exatamente.

  A loira respirou fundo algumas vezes e isso me fez ter um pressentimento ruim. Muito ruim.

- Estávamos na floresta andando, quando ela sumiu. - ela olhou pra amiga na maca - Quando a encontrei estava assim no chão.

 Nós duas olhamos para a menina, uma blusa xadrez estava em torno do pescoço dela, numa tentativa de conter o sangramento. 

- O que vocês procuravam na floresta a esse horário? - me senti uma xerife investigando... espera. Xerife? - Por acaso você é uma Stilinski? 

 - Sim, mas o que isso tem a ver? 

- Na verdade explica o que faziam na floresta. - digo baixo e ela cora. - É igualzinha seu irmão. 

 Isso queria dizer que a outra menina era irmã mais nova do Mccall. Olhei para a mesa dele, mas que merda hein. 

 Peguei um pouco de gases, mas ao retirar a camiseta não aparentava ter fluxo sanguíneo ainda. O que era bom. Ou não. 

  Toquei a Mccall, sua pele estava gelada como a morte, e sua pulsação era tão suave que quase não era sentida. Comecei a limpar o sangue e uma grande marca roxa surgiu, próximo a uma veia. Quem a machucou estava determinado a matá-la. Estava prestes a pedir para Bianca Stilinski ligar para seu pai, - o xerife, quando me aproximei do ferimento analisando dois pontos marcados ali. Não havia sinal de nenhum objeto perfurante, mas sim de duas presas. 

 Meus batimentos se descompassaram novamente. Isso não era possível. Mas as veis escuras que formavam em seus braços indicavam que minha teoria estava certa.

- O que... o que fez isso com ela? - Bianca se aproximou. -Ela vai sobreviver não é? 

- Sim, mas não sei se vamos gostar dessa versão da sua amiga. 

- Como assim dessa versão? 

- Eu gostaria de ser a última pessoa a dar esse tipo de informação, mas receio que não tenha pessoa melhor pra isso. - analiso o corpo de Ketniss - A sua amiga foi atacada por um vampiro.

Bianca da um gritinho e em seguida tampou a própria a boca com a mão.

- Ela é uma vampira agora? Espera ela não precisa morrer para isso?

- Tecnicamente sim, porém se queremos que ela sobreviva vamos ter que fazer a transfusão de sangue...

- Então anda logo! - Bianca grita ansiosa. Era nítido que ela queria salvar sua amiga, mas eu estaria me arriscando demais, e sem qualquer informação sobre o vampiro...

  Meus pensamentos se dispersaram assim que minha audição captou os batimentos cardíacos da Mccall se esvaindo. 

 - Preciso da sua ajuda. - olhei para a Stilinski parada ao lado da amiga. - No frigobar lá dentro contem umas bolsas de sangue... Bem você vai encontrar uma especifica. 

 Bianca apenas assentiu e correu para a outra sala enquanto eu ligava Ketniss ao aparelho de monitoração. A saturação estava mais baixa que o esperado, assim como a pressão arterial, assim que Bianca me trouxe a bolsa de sangue fiz a transfusão por meio de uma sonda, e era rezar para que aquilo desse certo. 

 Mas não foi isso que o monitor acusou, a linha que indicava os batimentos começava a seguir seu curso em linha reta. 

- Não, não! Ketniss você não pode morrer! 

 Passei a mão pela têmpora tentando entender como aquilo estava acontecendo. Bela recepção Beacon Hills obrigada. 

- Você precisa fazer alguma coisa! - Bianca me segurou pela jaqueta, seus olhos estavam vermelhos recorrente as lágrimas que rolavam livremente ali.

 Antes que eu pudesse reagir ou responder, senti o ar da sala mudar. Quando olhei para a maca encontrei um par de olhos que antes castanhos, assumia uma cor âmbar. Bianca seguiu meu olhar e gritou espantada. 

 Lentamente Ketniss se levantou sem desviar o olhar de nós duas. Ela esticou o corpo e começou a farejar o ar, e imediatamente joguei outra bolsa de sangue, com um reflexo impecável ela pegou a bolsa e a rasgou bebendo quase que de uma vez, o liquido escorria pela sua boca e pescoço mas ela parecia estar se deliciando. 

- Que nojo - Bianca resmungou. - E agora... - ela olhou para a minha mesa - Thalia? 

- Boa pergunta suspirei.