16 - Adam

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Eu deveria estar ficando maluco mesmo, fiquei no quarto de hotel em Charlotte em pleno domingo a noite. Estava assistindo ao jogo do Lee em Viena, esperando ver Amy  toda vez que a câmera filmava um pouco o box de Lee, ela estava concentrada vendo o jogo do irmão. Eu estava com saudades dela e mal podia esperar para chegar a terça e ver ela novamente. Ouço batidas na porta e vou abrir, é o Brad.

- E aí cara... vamos sair pra beber? - ele convida.

- Estou cansado, a corrida foi pesada hoje.

- Por isso mesmo que devemos beber, poderíamos ir naquele bar que você gosta, o que toca blues e tem cerveja preta.

- Tudo bem... vamos.

O bar estava cheio e tinha outros pilotos também, me sentei em um banco no balcão do bar e pedi uma cerveja preta. Imediatamente meus pensamentos vão direto para Amy, revejo a foto que ela me enviou no dia que estava fazendo a sessão de fotos em Londres, estava tão linda e tão bem produzida que meu coração disparou novamente.

- Você está realmente gostando dessa garota Adam? - Brad pergunta.

- Estou... eu estou me apaixonando pela Amy. - falo pensativo - É algo forte e que me consome por inteiro, com ela eu quero ser melhor sabe?

- Você não acha que está indo rápido demais? Faz tempo que você não se apaixona por ninguém.

- Por isso mesmo, por fazer tanto tempo eu pensei que com Amy era só curiosidade em saber como seria transar com ela, mas desde a primeira vez que eu senti algo diferente, me senti abalado e fiz o mesmo de sempre, acordei cedo, deixei dinheiro pra o táxi e saí mas no momento em que eu a deixei, um me senti um filho da puta e resolvi voltar mas era tarde demais.

- Porra Adam. - Brad resmunga e eu tomo um gole de cerveja.

- Amy quase não me perdoou mas por alguma razão, deu tudo certo até agora... sinto que eu já a conheço por inteiro mas não sabe de mim, nem dos meus traumas.

- É só contar...

- É que cada momento com ela é tão bom que eu só quero aproveitar, apesar de estar começando a achar que não sou suficiente pra Amy.

- Por quê? - Brad pergunta surpreso com meu comentário.

- Amy é muito inteligente, sensível e romântica, gosta de tudo que venho fugindo e parece que os irmãos dela vivem uma espécie de contos de fadas e é óbvio que Amy quer o mesmo.

- E o que você quer?

- Quero ficar com ela. - falo enfático e tomo outro gole de cerveja.

- Eu não sei no que isso vai dar, nem sou especialista no assunto mas você está diferente e seus olhos brilham ao falar da Amy, só peço que aproveite isso Adam, se abra para esse relacionamento e deixe Amy entrar na sua vida, de verdade dessa vez.

Brad fala e eu fico pensativo enquanto tomo minha cerveja. Bem mais tarde quando eu me sentia tonto por causa da bebida, voltei para o hotel, tirei a roupa e deitei na cama. Acordei de madrugada, suando e um pouco sufocado, estava tendo um pesadelo com meu irmão, só que dessa vez não era ele quem morria, era Amy. Quando me recuperei um pouco, acendi a luz e sem pensar ligo para Amy.

- Adam? Está tudo bem? - ela fala com a voz grogue e o rosto de sono, mas só de vê-la na tela do celular me acalmei na hora.

- Está sim... desculpe a hora... É só que...

- Não se preocupa... são quase seis da manhã aqui. - ela se ajeita na cama e eu quis tocar no seu rosto - Agora me conta o que aconteceu.

- Eu tive um pesadelo... - passei a mão no rosto me sentindo envergonhado.

- E pensou em mim? - Amy fala e depois sorri - Que fofo Adam... quer falar sobre isso?

- Não... não quero.

- E o que você quer fazer? Conversar ajuda a esquecer o pesadelo.

Pensei em responder que gostaria de apenas ficar admirando a sua beleza e o seu sorriso mas pedi apenas que ela apenas me contasse sobre seus dias em Londres e Viena. Mesmo longe, Amy conseguiu me distrair e me deixar melhor, me fez sorrir e a vontade de ficar com ela aumentou ainda mais. Depois de encerrar a chamada de vídeo, voltei a dormir e não tive mais pesadelos.

Acordei tarde, tomei um banho e fui para o autódromo de Charlotte para fazer a avaliação dos prejuízos do meu carro. Converso com minha equipe, os danos da batida não foram muitos, só mais no chassi e um pouco na traseira. O carro foi colocado no trailer e logo saiu para a estrada, eu voltei pra o hotel e pouco tempo depois eu também estava na estrada pra voltar a Boston.

Durante a viagem de volta pra casa, fiquei pensando no que Brad me disse e pensei também em Amy, em como tudo estava acontecendo rápido mas de um jeito bom e eu estava gostando muito. Ao chegar em casa, pego minhas correspondências e vejo o convite pra o aniversário do meu pai, respiro fundo e jogo tudo em cima da mesa, ligo o som e coloco uma dose de uísque pra mim, lembro do que Amy disse, de que não sabia ao certo o que tínhamos e depois de muito tempo sozinho, acho que estou finalmente pronto para assumir um relacionamento, ainda tenho um longo caminho mas eu quero Amy e tenho a impressão de que se eu demorar demais pra decidir, outro pode aparecer em sua vida e eu não posso deixar, tomei meu uísque pensando em alguma forma de surpreender Amy amanhã.

Amor na PistaOnde histórias criam vida. Descubra agora