Duas semanas depois
Era um lugar aberto e muito bonito, Amy estava linda usando um vestido branco esvoaçante, ela sorriu pra mim, me beijou e então saiu correndo e eu corri atrás mas não alcancei, ouvi um barulho forte e corri mais até encontrar Amy caída no chão, sem vida depois de ter sido atropelada.
- Adam! Acorda cara! - Brad me balança com força e eu recobro a consciência.
- O que foi? - pergunto.
- Outro pesadelo... você estava gritando pela Amy. Quer alguma coisa?
- Não, vou tomar um banho.
Estou suado e enjoado, levanto da cama e vou pra o banheiro. Embaixo do jato de água a ânsia de vômito volta ao lembrar do sonho, todas as noites têm sido infernais, tendo esses pesadelos com Amy ou então ficando acordado pensando nela com saudade. Saio do banho e volto pra cama mas não consigo dormir, são três da manhã e queria poder ligar pra ela e contar do pesadelo, ouvir sua voz doce dizendo que vai ficar tudo bem e que estamos juntos.
Vejo o amanhecer surgir e clarear o quarto, ao perceber que Brad acordou, me troco e saio do quarto, ele me convidou para ficar em sua casa até tudo se ajeitar, têm sido paciente comigo mas estava na hora de procurar um novo apartamento pra mim.
- Como você está? - meu amigo pergunta.
- Uma merda... Eu sinto muito a falta dela. - ele me entrega uma caneca de café
- O que vai fazer?
- A essas alturas Amy já voltou pra Boston, pensei em ir na revista tentar falar com ela.
- Acha que é uma boa ideia?
- Eu só preciso tentar, não quero que tudo termine assim.
- Estão começando a especular porque você sumiu nas festividades de fim de ano e Amy estava com a família.
- Merda de tabloide de fofoca.
- Vocês formavam um belo casal e eram um dos mais seguidos.
O Natal e réveillon foram os piores que já tive, terminei bêbado e sozinho nesse apartamento, Brad foi muito parceiro mas acho que não aguenta mais a minha dor de cotovelo. Termino de tomar o café em silêncio sendo inevitável não pensar em Amy, nas nossas manhãs onde eu preparava o café enquanto ela se arrumava para o trabalho.
Nunca fui tão atencioso ou preocupado com uma mulher antes como sou com Amy, eu sentia uma necessidade de cuidar dela, era algo incontrolável, eu só sentia que tinha que ser assim, Amy me inspira a ser um homem melhor.
Depois do café decido ir até a revista, precisava ver e falar com Amy, vou de Mustang que eu sei que ela adora, uma ansiedade me toma a medida que me aproximo do endereço. Entro na recepção e pergunto por Amy, a moça diz que ela irá descer em breve.
Qinze minutos depois Amy aparece na recepção com uma caixa na mão e várias coisas dentro, ela me vê e para, meu coração começa a disparar, senti vontade de abraçá-la mas ela permaneceu séria.
- Adam.
- Oi Amy... - me aproximo devagar - Você estava chorando?
- É... parece que isso faz parte da minha rotina agora.
- Eu vim te ver... quer dizer eu preciso falar com você.
- Não temos o que falar Adam.
Amy se despede da recepcionista e sai do prédio, a sigo até o estacionamento.
- Sinto sua falta Amy... - falo enquanto ela coloca a caixa dentro do carro - Vim aqui pra tentar consertar as coisas.
- Não dá Adam! Você quebrou a minha confiança, eu não quero mais viver assim, eu te perdoando e você comentendo erros e me magoando. - algumas lágrimas escorrem pelo rosto de Amy - Eu só queria que você fosse sincero comigo, que compartilhasse as suas dores, suas lembranças mas você preferiu esconder tudo, como eu vou saber que não vai fazer isso de novo?
- Eu sinto muito Amy... - falo com a voz embargada - Eu te amo.
- Eu também amo você mas só isso não é suficiente... é preciso ter confiança e sinceridade mas você não me deu nada disso então é melhor terminar mesmo.
- Não Amy! Você não pode me deixar... por favor... - falo ficando desesperado- Fica comigo e eu faço tudo o que você quiser.
- Não é assim que funciona Adam... você precisa se cuidar, precisa se curar de tudo o que te faz mal antes de tentar se relacionar com alguém e precisa fazer isso sozinho.
Me aproximei ainda mais de Amy, passei a mão no seu rosto agora vermelho pelo choro, eu estava me odiando por fazê-la sofrer dessa forma.
- Por favor Amy... Não vou conseguir viver sem você.
- Tenho certeza que você vai dar um jeito... - ela se afasta e abre a porta do carro - Eu não ia falar nada mas é melhor você saber por mim... me candidatei a uma vaga na ESPN e eles me aceitaram.
- Uau! ESPN é um grande passo Amy, estou muito orgulhoso de você. - falo com sinceridade.
- Eu me demiti da revista e... Estou voltando pra São Francisco, de vez.
Abri a boca surpreso com a notícia, parecia que eu tinha levado um soco no estômago.
- O quê?
- É isso... Connor está vindo hoje pra me ajudar com mudança,
- Amy por favor... reconsidera a mudança e fica comigo.
- Não dá... sinto muito... - ela me olha - Adeus Adam.
Amy entra no carro e vai embora me deixando plantado no meio do estacionamento. Eu definitivamente perdi a Amy, a ideia de nunca mais ver ela me assustou e me assombrou de uma forma que eu não aguentei.
Um medo aterrador tomou conta do meu corpo, senti fortes dores no peito e comecei a hiperventilar. Me arrasto até o meu carro, minhas pernas estavam dormentes e eu não conseguia respirar. Eu estava tendo um ataque de pânico, a última vez que tive uma crise foi na morte do meu irmão, a ideia de ter perdido Amy era tão dolorosa quanto a morte do Brian, as duas pessoas que mais amo na vida.
Após um longo tempo tentando me controlar, consigo entrar no carro e dirigir até o lugar que achei que nunca iria sentir vontade de vir procurar abrigo, a casa dos meus pais. Eles não estavam em casa, então eu peguei uma garrafa de uísque do meu pai e fui para o meu antigo quarto.
Acordo no meio do escuro com minha mãe passando a mão no meu rosto, não aguento e começo a chorar.
- Eu sou uma pessoa horrível mãe... me perdoa por tudo.
- Calma filho.
- Me ajuda mãe, por favor.
- Claro que ajudo filho, estou aqui, sempre estive.
Depois de muitos anos, dou um abraço na minha mãe e aceito o seu amor.
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Amor na Pista
ChickLitAmy Bass uma mulher linda, meiga e a queridinha dos seus irmãos mais velhos, trabalha em uma revista de Boston, sua vida é tranquila e sem muitas emoções, até Adam Flynn literalmente surgir do nada em uma curva e bagunçar sua vida. Adam Flynn um pil...