Capítulo 5

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(Carta enviada 4 semanas após a anterior)

Caro Alberto

Eu contei para Giulia que você se mudou para casa do Massimo, você não tem ideia como ela ficou feliz. Ela me disse que sempre ficava triste porque o pai dela ficava sozinho durante o ano, até ela voltar. Parece que você encontrou o seu lugar mesmo. Pode relaxar, ela ficou um pouco revoltada em ter que dividir o quarto mas adorou a ideia de ter um irmão.

Acredita que ainda penso naquela ilha? Tem algo de especial nela. Acabou sendo minha porta de entrada para esse novo mundo e foi onde nos conhecemos. Não julgo em você ainda voltar lá, já que foi sua casa por tanto tempo, mas quando eu entrar de férias, vamos lá para conversar. Teremos muitos assuntos para colocar em dia.

Esqueci de mencionar antes mas a mãe da Giulia é uma artista. Ela faz quadros e os vende. Acreditaria se eu dissesse que ela quis me usar como um modelo para das pinturas dela? Foi hilário porque ela quis usar a minha forma de criatura marinha. Se algum dia você vier aqui, vou mostrar esses quadros porque ficaram engraçados.

A Giulia me levou no cinema pela primeira vez. É esquisito no início porque é uma grande tela onde as coisas se mexem sozinhas. Ela me explicou que nessa tela os filmes são projetados, por isso que se mexem sozinhos. Já perdi as contas de quantas as vezes a gente já veio aqui. Mas seria melhor se você estivesse aqui.

Eu cheguei a perguntar para Giulia o que a gente sente quando está longe do outro. Ela disse que é normal sentir falta de alguém que gostamos muito, mas disse que talvez fosse algo a mais. Não entendi muito bem o que ela quis dizer.

Espero te ver logo

Até breve

Luca

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