Deu de bebida por hoje

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Josh e Niall foram atrás da Mariana enquanto eu me limitei a ir atrás de outra dose, não devia me meter na vida amorosa dela, éramos amigos e ela tratou de deixar isso bem claro, mas... por que ela podia ser mais que amiga do Ansel Elgort? Levantei de uma vez e andei em direção ao Niall que estava a poucos metros da M e do Ansel que ainda conversavam de uma forma animada
-e então?-
-e então o que?- o loiro perguntou erguendo os olhos para mim, Josh tinha uma expressão engraçada no rosto, como se fosse um grande ponto de interrogação
-eles já se beijarem?-
-não sei, Z, só fomos perguntar se tava tudo certo e... ei, onde você tá indo?- andei determinado em direção aos dois, bom, da melhor maneira determinada que consegui depois de tomar muitas doses de whisky
-você... não entendo, por que pode ser mais que amiga do Ansel e não minha... você prefere atores? É isso? Talvez ele venha com menos paparazzis ou... não sei, ele é estiloso, não é?- os dois me encararam surpresos e logo senti a mão do Niall no meu ombro
-vem, Zayn, acho que deu de bebida por hoje-
-é apenas uma pergunta, por que ele e não eu?- Mariana abriu e fechou a boca algumas vezes, ela estava tão linda com aquele vestido, minha jaqueta e os óculos escuro do Ansel na parte de cima da cabeça
-chega, amigo- Horan tentou novamente me livrar dessa humilhação, mas naquele momento eu não me importava, queria a resposta, todos esses dias tentei me conformar de que amizade era tudo o que eu teria mas agora Ansel estava ali perigosamente perto dela e a fazendo rir
-vocês estavam juntos?-
-não... é...- Mariana começou a dizer e eu sorri um pouco, precisava de um copo de água e algo para comer, quem sabe um hambúrguer enorme, também queria chorar, mas aquilo podia ficar para depois do hambúrguer
-não, Ansel, ela me dispensou, não precisa se preocupar com isso- dei as costas ouvindo M chamar meu nome algumas vezes, tive que usar todo o resto da minha dignidade para não olhar para trás, não sei se falhei alguma hora mas assim que cheguei no banheiro desabei, talvez tenha sido por causa das lágrimas mas não vi Niall chegando, vai ver ele realmente tem poderes mágicos
-se contar para a M que eu chorei vou quebrar sua cara- falei segurando Josh pela gola da camisa, assim que ele assentiu com a cabeça eu o puxei para mim em um abraço estranho e torto, o garoto retribuiu dando tapinhas nas minhas costas. Algumas pessoas entraram e eu sequei as lágrimas o mais rápido que consegui, que sensação ridícula, parecia que tinham pisado no meu corpo inteiro, lavei o rosto na pia e encarei o loiro que me olhava preocupado
-vou pro hotel, preciso dormir-
-quer que eu vá com você?- Josh assentiu como se afirmasse que não tinha problema em ir junto conosco
-não, fiquem aí, Josh precisa curtir o máximo-
-vai ficar bem?-
-claro que sim, coração quebrado já matou alguém antes?- eles sorriram fraco e eu os abracei mais uma vez, não acredito que chorei na frente do melhor amigo da garota que era o motivo das lágrimas
-por favor não...-
-não vou contar nada, Z- concordei novamente tocando seu ombro, deixei o banheiro sem olhar muito para os lados, precisava achar uma saída discreta e também não queria que ninguém me visse.

-ei, Z, espera- minha respiração pareceu falhar quando eu escutei sua voz, virei da forma mais lenta possível torcendo para que ela não notasse que eu havia chorado
-oi, tá tudo bem?-
-tá sim, posso ir com você?- olhei para os meus pés e depois voltei a encará-la, olhar para o chão não foi uma boa ideia, tudo girava agora
-na verdade, M, não queria falar sobre o que aconteceu, eu estava bêbado e... bom, ainda estou bêbado, talvez seja melhor...-
-podemos não falar nada sobre isso ou... podemos ficar em silêncio, o que acha?- concordei sentindo um alívio tão grande que a vontade de chorar voltou, Otis nos acompanhou para o hotel e subimos em silêncio, sua mão e a minha encostavam de tempos em tempos enquanto seguíamos pelo longo corredor, queria pegá-la, queria olhar no fundo dos olhos da M e dizer que isso era idiotice, que eu a amava de várias formas diferentes e nenhuma delas estava limitada em amizade, mas acabei ficando em silêncio, não era capaz de expressar tudo aquilo quando estava sóbrio imagina nesse estado em que estava agora
-esse é meu quarto, obrigado por me acompanhar e...- coloquei a mão na boca e corri para um lixo que ficavam perto do elevador, odiava vomitar, meu nariz sempre ficava ardendo. Mariana passou a mão pelas minhas costas enquanto eu vomitava mais algumas vezes, quando finalmente acabei ela esticou a mão para mim
-se não se importa vou ficar mais um tempo com você- concordei pegando sua mão, precisava de um banho urgente, devia ter aceitado que o Horan viesse comigo, talvez precise de ajuda no banho e preferia escorregar e cair de cara a pedir ajuda para a Mariana
-vou tomar um banho e...- abaixei na privada e vomitei novamente, que merda, nunca mais vou beber whisky
-eu te ajudo- corei negando com a cabeça, não mesmo, não mesmo, não mesmo
-você não tá se aguentando em pé, Z, pode ficar de cueca e... não vou tocar em você, só vou ficar aqui para que não caia- ela também havia corado agora, droga, quem precisa de banho não é mesmo? Estamos na França, eles têm ótimos perfumes aqui. Tirei a camisa e a calça olhando para a parede, aquilo era no mínimo constrangedor, esquece o que eu falei sobre não beber, aceitaria um whisky nesse momento.

A água do chuveiro estava pegando fogo e aquilo me fez recuar como um garotinho que entra em uma piscina gelada, Mariana sorriu e começou a tentar regular a temperatura, parecia tão concentrada que meu coração ficou quente, por que esses gestos pequenos sempre me faziam voltar ao pensamento de que eu a amava? Entrei novamente no chuveiro com a água perfeita agora, por algum tempo fiquei com minha cabeça na água tendo certeza de que me sentiria melhor, ensaboar meu corpo foi uma coisa engraçada, não conseguia segurar o sabonete e em outra situação eu teria gargalhado mas agora apenas corei quando a Mariana riu
-posso?- concordei fechando um pouco os olhos, conseguia sentir que ela passava a mão pelas minhas costas, barriga, pescoço e o máximo que eu podia fazer era me concentrar, aquele toque... M tentava ser o mais delicada possível mesmo que aquilo não combinasse com ela, tinha amor naquele toque, amor e cuidado. Olhei para baixo vendo um volume na minha cueca, merda, merda, merda, merda, o que faria agora?

Não sei, eu apenas amo vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora