The Eternal •Jikook ABO•

2°

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Jimin estava mais um vez naquele dia cheirando sua refeição, ele não confiava em humanos, principalmente quando chegava a hora de comer, seu olfato foi danificado à cinco anos atrás para ele não conseguir sentir o cheiro de drogas na comida, fazendo assim, ser mais fácil de capturá-lo e dar drogas para ele comer.

Seu estômago doía, doía por ser o terceiro dia sem comer, seu nariz o irritava por não conseguir sentir o cheiro de nada, e principalmente por estar frustrado, a dezessete anos atrás, sua mãe o havia avisado para não ir tão longe de casa, Jimin sendo um híbrido bem curioso nem a deu ouvidos e foi se aventurar pela floresta, acabando por encontrar um grupo de caçadores que o capturaram e o levaram para longe de sua família.

E desde então, sua vida se passou a apenas ir de casas de prostituição a leilões, mercados negros, casas de velhos gordos, ele sempre conseguia fugir, mas não conseguiu mais depois de simplesmente tirarem sua capacidade olfativa e começarem a não o deixar mais solto e sim só preso em uma gaiola com várias amarras para o conter, Jimin ficou triste por perceber que talvez nunca mais iria voltar a sentir cheiros, ele não sabia mais reconhecer alguém pelo cheiro, nem sair cheirando as coisas para conhecer, Jimin sempre fora bem curioso, gostava de sentir os cheiros, mas este foi um gosto que teve de deixar de ser apreciado.

Mas o que o seu olfato tinha de ruim, sua audição era melhor ainda, pois logo escutou passou vindo em sua direção, Jimin se encolheu, ele não gostava de pessoas. Tiveram que o colocar em um lugar mais reservado, sem muitos híbridos perto, pois ele era bem mais agressivo e se recusava a falar e comer, principalmente comer.

- E mais um dia você quer ficar sem comer, é isso? Por quê que você simplesmente não come? -a senhorita que ficou encarregada de cuidar do híbrido o questionou, Jimin só soube tombar a cabeça um pouco para o lado, mostrando que ele não entendia as palavras da mulher.

- Ok, você não entende, é só que... Eu fico preocupada, sabe? Você não come, não bebe água e não entende o que falamos, e isto me preocupa muito. -a moça se encostou na parede em frente a grade em que Park residia, e deslizou para baixo, se sentando no chão frio.- Não tem drogas aí. -após ouvir esta palavra Jimin rosnou alto, entrando em posição de ataque.- Eu sei que você tem medo, mas já te resgatamos, e você só está aí preso pelo meu bem estar, dos outros híbridos e pelo seu. Agora coma, e se você algum dia souber dizer o porquê que você se recusa a comer e só cheira, nós iremos resolver isto para você, e lembre de me falar seu nome. -a moça se levantou e saiu do cômodo.

Jimin não sabia falar muitas coisas, fora tirado de seus pais com cinco anos, não aprendeu a falar muito bem, e ficar encarcerado não ajuda muito bem na parte de esquecer que ficou preso por 17 anos.

E ele estava mais uma vez naquele dia, bravo, bravo por cheirar mais uma vez a comida e não sentir o cheiro, bravo por não entender quase nada do que a moça falava e bravo por estar preso de novo. Jimin se transformou em uma pantera e foi para debaixo da cama, quando se transformava em pantera, ele ficava mais destemido e charmoso de algum modo, seus pelos negros reluziam pela luz do cômodo e ele pôde pela primeira vez no dia, descansar.

Quando chegasse a noite, Jimin não dormiria novamente, era nesta hora que os velhos chegavam para "brincar" com seu corpo, então, por não conseguir dormir mais, ele simplesmente se punha em alerta a qualquer movimento e barulho, mas como agora ele tinha sido resgatado, ele tentava dormir, mas, memórias ruins o atormentavam e o amedrontavam.

E quando ele acordou, a comida estava cheia de formigas, seu estômago roncou e doeu.

"Eu quero comer, comer, comer" era só isto que se passava em sua cabeça. A fome o atormentava, e não o deixava descansar, seu corpo doía e mais uma vez a pantera ficou brava, saindo de baixo da cama e começando a destroçar a cama, ela estava com fome e brava.