Capítulo 56 -Céu Ou Meu Inferno

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Fer narrando:

Eu tava pilhado, eu precisava desestressar e a bebida tem sido um ótimo refúgio. Não tenho fugido de nenhuma de minhas responsabilidades, cumpro todos os prazos e tenho feito até mais do que faria, mas sempre que posso colo com o SN pra bebermos, pois ele entende o que estou passando.

Passei na boca encontrei com ele e partimos pro baile, temos ido ao baile pro pessoal ver que ele ainda manda naquela porra, e também porque lá ficamos mais sossegados pra beber.

Chegamos direto para o camarote, temos estado nós dois na mesma vibe baixa, mau humor, pouco papo, hoje é uma das noites que o que queremos é beber até esquecer que aquela mulher existe. Mas é claro que a tropa vai chegar e colar aqui, não tô afim de lerinho hoje. Peguei minha bebida e sentei nos aconchegos do camarote, tinha uma coisa que tava me intrigando mais que o normal.

- Porra cara, você viu quando a Ju atendeu a Demônia? – Perguntei ao SN

- Sim, ela ficou toda estranha, mas acho que é porque a Carol nunca quis falar com a gente, ela fica sem jeito de falar com nós perto. – Sn podia ter razão, mas essa parada tinha que acabar logo, eu tava sufocado com esse sentimento. Falei pro SN que to com saudades dela, nunca coloco muito pra fora esse tipo de sentimento, mas tem sido cada dia mais foda, queria poder desligar tudo isso aqui dentro e viver minha vida de novo.

- Ah cara, nem me fala! – SN sentou ao meu lado – O cheiro, a voz, a marra dela, até de ver ela de longe. – cada coisa que ele dizia sobre ela me causava um arrepio na espinha, consigo me lembrar de cada detalhe, mesmo depois de tanto tempo. OOOO MULHER!

- Até de ver ela trabalhando feito louca, sem nem me dar atenção – eu ri, nós brindamos

- Nos ferramos! – rimos - Ah lá, já vem a galera e eu não tô com saco não – SN me disse, olhei pra escada e vi a tropa subindo

- E nem eu. – Revirei os olhos, eles chegaram cumprimentando, eu não tenho paciência e não sei fingir cordialidade, mas acho que eles tem percebido que SN e eu temos deixado uma distancia entre eles e nós, é difícil olhar pra cada um deles e lembrar dela, lembrar de todos os rolês que fizemos juntos e ela sempre estava junto. É difícil ficar na conversa deles e saber que sempre vem um "Se a Carol estivesse aqui", parece uma bofetada na cara. E a Ju, tadinha, não tem culpa, mas olhar pra ela é ver a Carolina na minha frente, são os mesmos olhos azuis, mas os da Carol são mais intensos.

A Ju tem sido muito doce, acho que ela tenta ser compreensiva com o que eu e SN passamos, ela sempre solta uma coisinha ou outra sobre a viagem da Carol pra tentar amenizar nosso sofrimento, mas isso me come ainda mais de saudade. Na empresa ela sempre está atenta comigo, vendo se preciso de algo, se o trabalho está muito pesado, mal sabe ela que quanto mais pesado melhor, a mente se ocupa. Não vejo a hora que ela entre na minha sala me dizendo que a Caro está voltando.

- Oi – dissemos Fernando e eu e fechamos a cara, acho que perceberam que não estávamos afim hoje.

SN é mais impaciente que eu, cumprimentou e já levantou indo pra longe de geral, eu fiquei ali em silêncio, curtindo minha tequila, minha melhor companhia. Dava uns sorrisinhos para os comentários dele, mas hoje estava realmente mais difícil, não sei porque, eu estava com uma sensação pesada dentro de mim, sufocando mesmo com aquele turbilhão que eu tava carregando.

As meninas dançavam ali pelo camarote, riam sem parar, os parças conversavam, interagiam um pouco, o baile nos fazia bem, ajudava a extravasar. Eu sentado de boas, sem muito foco, até que em certo momento começou uma movimentação estranha no baile, olhei para o SN que já apontou pra arma, pra estarmos prontos, mas eu nem levantei. SN tinha giro o suficiente naquele baile, e primeiro queria saber o que estava rolando, pra depois precisar agir.

A vingança de Carolina e a Descoberta do Amor ( EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora