— Goyle? — Draco chamou desde sua poltrona macia.
Já era tarde e eles estavam jogando xadrez na ala hospitalar. A nuvem estava chuviscando ao redor de Draco, mas era suportável. Ele poderia ter voltado para a Torre, mas evitar seus colegas — e Potter — parecia uma ideia melhor. Tinha certeza que a nuvem provavelmente reagiria à presença de Potter de uma forma que deixaria seus colegas desconfiados. A mera memória do beijo de Potter acalmava a chuva.
— Sim? — Goyle ergueu os olhos do tabuleiro de xadrez.
— Você... — Draco pigarreou. Ele não tinha certeza se queria fazer essa pergunta, mas precisava saber se estava ficando louco ou não. — Você já viu um pavão branco perambulando pelo castelo?
Goyle inclinou a cabeça.
— Você tá falando do Zangado?
— Er, desculpe?
— Zangado — Goyle repetiu impaciente. — O pavão de Ernie — ele franziu a testa. — Ah, certo. Você tava aqui o tempo todo. Eu esqueci. Ernie o encontrou vagando pelo castelo ontem de manhã e o levou pra sala comunal e ele e Millie estão cuidando dele desde então. — Goyle fez uma careta. Draco o imitou. Devia ser o mesmo pavão que Draco tinha conjurado acidentalmente. Coitadinho, capturado por um Hufflepuff.
— Potter não gosta muito dele — Goyle continuou. — Porque Zangado sobe em sua poltrona favorita e bica ele até que Potter se sente em outro lugar.
Definitivamente o mesmo pavão.
— Estou ganhando? — Goyle perguntou esperançoso.
Draco olhou para o tabuleiro com tristeza. Ele vinha tentando deixar Goyle ganhar, apenas para mantê-lo interessado, mas isso se provou mais difícil do que o esperado. Negou com a cabeça.
Goyle suspirou.
— Já tenho que ir de qualquer forma.
— Sim, você precisa, Sr. Goyle — Madame Pomfrey entrou na ala hospitalar. — Já passou do toque de recolher.
Goyle bocejou e se levantou.
— Vejo você em Transfiguração amanhã?
Draco acenou com a cabeça. Ele planejava assistir às aulas, embora achasse que poderia pular História da Magia só porque podia. Se perguntou se precisaria de outro beijo de Potter. Se a nuvem permanecesse relativamente pacífica, não haveria necessidade de pedir a ele.
— Não, sem mais visitas! — Pomfrey disse, ainda parada na porta. — É muito tarde, Sr. Potter.
Draco se levantou num pulo.
— Mas Potter me trouxe... Dever de casa! — Podia ver Potter parado no corredor. Não tinha nada nas mãos e tampouco carregava sua mochila com ele. — Quero dizer, veio me dizer qual o dever pra amanhã. — A desculpa de Draco era patética e a expressão de Pomfrey confirmava isso. — É muito importante — insistiu. Ele viu Potter assentir energeticamente.
— Certo, tudo bem — suspirou Pomfrey. — De qualquer forma, preciso que fique fora do caminho pra que eu possa fazer sua cama. Você tem cinco minutos.
Draco quase correu para fora. Goyle o seguiu e então parou uns segundos para encarar Potter com curiosidade. Felizmente, ele saiu sem perguntar nada quando Draco disse "Boa noite, Greg".
Potter olhou a nuvem de Draco.
— Parece que está melhorando — disse em tom divertido.
— Vai piorar logo — Draco mentiu descaradamente. — A nuvem fica completamente louca sempre que eu durmo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Then Comes a Mist and a Weeping Rain » drarry
FanfictionDraco Malfoy carrega uma nuvem negra. Metafórica e literalmente. Desde que ele conjurou uma nuvem bastante temperamental por acidente. • Traduzida para a semana do flufly do Projeto Dezembro Drarry • Tradução autorizada da fanfiction de Faithwood. C...