E agora?

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Eu estava segura, envolta na minha fortaleza de desapego onde ninguém poderia me machucar.

Até que você apareceu, e por ironia do destino, me trouxe uma velha sensação que há tempos eu não sentia.

E isso me dividiu.

Parte de mim, a parte traumatizada e magoada que tinha medo do que sentia, essa parte, queria ir embora, queria deixá-lo e nunca mais voltar.

Mas havia uma outra parte, uma parte esperançosa que se lembrava da doçura de ti, queria muito ficar, queria muito tentar e deixá-lo gravado em mim.

E essas duas partes constantemente entravam em discussão.

Você bem que poderia tentar

E em resposta, pensava

Mas e se doer de novo?

Mas e se der certo?

Vai embora!

Tu trouxe à tona sensações adormecidas que me fizeram querer fugir.

E agora?

O que eu faço?

Apenas péssimos poemas de quando estou bêbadaOnde histórias criam vida. Descubra agora