EraserMic ShortStories

Sem crianças problemáticas

...

"Eu sei que você sabe com quem Shinsou está saindo".

Mic olha de seu jornal enquanto Aizawa cruza seus braços, seu rosto meio escondido em seu lenço de captura. Seu rosto é ligeiramente sulcado e ele é cortado em sua cadeira. Ele sorri e depois volta a classificar o ensaio de Kaminari, acrescentando outra observação em caneta de cores vivas. 

"Eu sei", ele responde.

 Aizawa olha para ele, uma sutil vaidade no rosto do loiro enquanto ele desliza o papel e começa no de Bakugo. Pelo que Aizawa pode ver, ele tem muita capitalização e uma marca de queimadura no canto. 

"Você quer mesmo que eu lhe diga, Sho?" Ele pergunta depois de outro momento de classificação.

"Apenas me diga que ele não está namorando um loiro barulhento ou uma criança problemática, Hizashi". Aizawa esfrega seu templo. Ele deixou suas qualificações muito claras uma vez que Shinsou disse que tinha interesse em alguém, mas ele ainda está preocupado com isso.

 Ele estava preocupado com Kaminari por um pouco, mas o usuário elétrico tem andado por aí com Bakugo e Kirishima por um pouco, o que é outra dor de cabeça totalmente diferente. Sua classe vai lhe dar um dia um aneurisma, ele está certo disso. Ou com a gritaria de Bakugo, ou com a quebra do osso de Midoriya, ou de Mineta... tudo. Ele ainda está trabalhando para expulsá-lo. É difícil, considerando que seus pais têm posições poderosas, mas ele quase tem provas suficientes.

Ele coloca uma mão tranquilizadora no ombro de Aizawa. "Ele não tá namorando nenhum loiro, eu tenho certeza disso". A tensão em seus ombros diminui ligeiramente. "...E ele não está namorando uma criança problemática".

 Há um momento de silêncio calmo antes que um sorriso comedor de merda se espalhe sobre seu rosto. "Ele está namorando seu filho problemático". 

Aizawa, se possível, fica ainda mais pálido. Seus olhos se alargam no horror que cresce lentamente à medida que seu coração se afunda no estômago, as palavras começam a se afundar. Sua voz sai em um sussurro silencioso enquanto Mic começa a rir. Claramente, seu sofrimento é hilariante.

"Não".

"Sim", responde Mic, divertimento pesado em sua voz. "Ele me disse na outra semana após a escola, quando os peguei de mãos dadas". Aizawa enterra sua cabeça em suas mãos. "Agora que estou falando sobre isso, acho que eles estão naquele sorvetinho ao fundo da rua agora mesmo. Ele disse algo sobre ir lá para 'estudar'. Você realmente deveria ensinar-lhe desculpas mais credíveis quando ele voltar".

 Aizawa fica de pé e ajusta seu lenço antes de sair pela porta. 

"Não mate Midoriya!" Ele mal consegue terminar antes que a porta se feche novamente. Com um suspiro carinhoso, ele retorna ao jornal do qual tem tentado fazer algum sentido durante os últimos dois minutos. A linguagem de Bakugo com certeza é...expressiva.

O lugar é decorado de rosa e azul tão brilhante que quase faz com que seus olhos comecem a doer. Tem um cheiro doce e doce indistinto e é meio frio, um belo contraste com o clima quente lá fora. É bastante movimentado, mas o lugar ainda está limpo e surpreendentemente calmo, considerando a quantidade de pessoas. Ele escaneia as cabines por um minuto até que um flash de cabelos roxos que desafiam a gravidade capte sua atenção. Ele acena para a mulher que lhe pergunta algo e arranja uma desculpa para esperar por alguém. Midoriya está rindo de alguma coisa, suas bochechas ligeiramente vermelhas. Ele as abre após um segundo, um olhar suave em seus olhos verdes. "Estou muito feliz que você tenha concordado com isto, Shinsou".

"Hitoshi". Midoriya inclina sua cabeça levemente. "Se vamos namorar, mais vale você me chamar pelo meu primeiro nome". Ele esfrega a parte de trás do pescoço enquanto o rosto de Midoriya fica ainda mais vermelho. O garoto de cabelo verde sorri brilhantemente e parece alegrar um pouco mais a sala. "Quer dizer, se você quiser, isto é". Midoriya acena avidamente e depois faz uma pausa, parecendo perdido no pensamento antes de olhar para Shinsou com uma expressão um tanto confiante, mexendo com sua colher. Aizawa espera que a criança problemática responda, tentando parecer o mais normal possível. Considerando seu traje, é um pouco difícil. Preto profundo contra rosa e branco vibrante.