CAPÍTULO 7

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

Stella

—  Meu Deus, você caiu da cama? — Suzy pergunta ao entrar na cozinha e me ver tirando um bolo do forno.
— Na verdade eu ainda não dormi. — admito porque não precisa ser um gênio para notar isso.
Ainda estou usando as mesmas roupas da noite anterior, nem ao menos a bota tirei.
— Está ansiosa com a viagem?
— Não.
— Já sei, está triste porque vai deixar a maninha aqui.
— Sinceramente? Não. — sorrio e Suzy revira os olhos antes de abrir a geladeira e pegar o leite.
— Então desembucha logo, o que houve para você estar assim?
Coloco a forma e cima da bancada e limpo minhas mãos no pano de prato, me preparo para começar a falar, porque sei que só vou conseguir parar quando terminar. Sempre fomos assim, desde pequenas, não há segredos entre nós, sempre contamos tudo uma para a outra, desde as coisas mais bobas, até mesmo o desempenho sexual dos nossos parceiros. Que Xavier nunca saiba, mas eu sei exatamente como ele gosta de fazer sexo e o tamanho do seu equipamento.
Respiro fundo e me sento em um dos bancos esperando que Suzy faça o mesmo.
— Ontem conheci um carinha.
— Eu sabia! —  ela diz. —  Você estava muito calada na volta para casa, o olhar perdido e meio... descabelada.
—  Todo mundo fica meio descabelado depois de um show.
—  Mas não como você estava. — ela toma um gole de leite e passa a língua no lábio superior limpando o resquício, exatamente como quando era criança.
—  E como eu estava? —  Pergunto começando a me preocupar com a minha aparência, será que estava tão obvio assim que eu tinha acabado de... me satisfazer com um estranho em um cantinho escuro?
— Vai logo Stella, desembucha que pela sua cara a coisa foi boa.
Um sorriso idiota se espalha por meus lábios enquanto me preparo para começar a “desembuchar” tudo para Suzy.
— Ele era... meu Deus. — Passo as mãos no rosto sentindo minhas bochechas arderem com as lembranças das suas palavras sujas em meu ouvido enquanto me tocava.
— Ai não... pelo amor de Deus conta logo, tô ficando nervosa.
Começo a contar tudo, desde o princípio, desde o momento em que sai para comprar uma cerveja e fui atacada por um idiota, conto como Nuno parecia destoar de todos a sua volta, como seu sorriso preguiçoso fez borboletas se agitarem em meu estomago desde o primeiro olhar, como foi fácil para mim se entregar a seus toques, como nos desconectamos do mundo e nos demos prazer ali sem nos importar que houvesse milhares de pessoas a nossa volta. Como eu gostei disso.
— Puta merda! Eu sempre quis fazer sexo em um lugar público. — Suzy morde o lábio enquanto ouve cada detalhe das coisas que fizemos, até as palavras que ele sussurrou em meu ouvido.
Falo sem parar, conto cada detalhe, o jeito com que eu me senti ao encaixar minha cabeça em seu peito, a forma como seus braços pareciam perfeitos em torno do meu corpo, como ele me fez sentir sexy só com o seu olhar, o quanto seu cheiro era bom e como me senti ao ver ele gozar tão livremente. Cada vez que seu nome escapa da minha boca um sorriso idiota se forma em meus lábios, como se o pronunciar, tornasse tudo ainda mais real.
Nuno... Nuno... Nuno...
— Acho que foi a experiencia mais sensual da minha vida e eu nem sequer tirei a roupa. — digo ainda suspirando.
—  Eu tô começando a achar que também foi da minha vida e eu nem ao menos estava lá.  — Suzy diz com seu ar debochado que sempre me faz rir.
—  Eu nunca imaginei que pudesse haver uma química tão... — fecho os olhos por um momento e quase posso sentir seu toque em minha pele.
— Intensa?
— Isso, Intensa.
Essa palavra define exatamente meu encontro com Nuno, tudo foi intenso, desde o momento em que o vi parado me observando, seus olhos intensos me encarando sem nenhum pudor. Como se já me conhecessem, como se pudessem ver através das minhas roupas, da minha pele, da minha alma.
— Ah minha irmã, estou tão feliz por você. — Sinto a sinceridade em seu olhar, Suzy sempre se preocupa demais comigo, talvez seja algo de irmã mais velha, talvez seja culpa, ou talvez eu seja mesmo uma pessoa que mereça um pouco de preocupação.
— Eu sei que tá, era o que você queria né, que eu fosse ousada. — ergo os ombros orgulhosa. — Eu fui.
— É mais que isso, estou feliz em saber que você se permitiu viver uma experiência,  que se entregou ao desejo, que não teve medo de ser uma mulher jovem  ao menos uma noite.
— Eu sou uma mulher jovem.
— Na turma da terceira idade onde você se relaciona provavelmente é.
Reviro os olhos para sua provocação.
— Ele é tão bonito Suzy, de um jeito meio exótico, um rosto clássico, alto, acho que nunca beijei alguém tão alto.
— Ah meu Deus, você está apaixonada. — ela me olha como se eu fosse uma criancinha falando de um brinquedo desejado.
— Claro que não.  — me apresso a falar. — Mas não duvido que seria algo fácil de acontecer, se fosse sempre tão intenso estar com ele, não demoraria para que eu estivesse caindo de amor.
— E quando você vai vê-lo de novo?
Baixo os olhos para minhas mãos, o peso da culpa pela forma como o tratei ontem me fazendo sentir cansada.
Eu sequer olhei para trás quando o deixei ali, na viela, completamente sozinho, porque eu sabia que se olhasse, voltaria para seus braços, aceitaria a sua proposta, terminaria a noite em sua cama e depois... só tornaria ainda mais difícil dizer adeus.
— Ah não Stella, não me diz que você já boicotou o que nem ao menos começou.
— E porque você acha que fui eu? Não poderia ter sido ele?
— Claro que não, ele não seria louco de te dispensar, olhe para você. — ela aponta para minha roupa. — Até eu me apaixonaria por uma mulher dessa.
— Você é minha irmã, é sua obrigação ser apaixonada por mim.
— Tá eu sei, mas você é linda e está terrivelmente sexy com essa roupa, e pela narração detalhada dos fatos, esse cara deve estar tomando banho gelado desde a hora que chegou em casa.
Reviro os olhos sorrindo para o exagero da minha irmã.
— Deixa eu adivinhar, você fez a planilha mental dos prós e dos contras enquanto o cara gozava na tua mão.
— Ele é mais novo que eu.
Digo o que pensei durante toda a noite, uma das minhas fantasias mais intimas, permitir que um garoto me tocasse, e enquanto ele a realizava, uma parte de mim dizia que era apenas uma noite, que não havia problema algum, enquanto outra, a mais responsável, gritava que aquilo era errado.
E talvez tenha sido isso que me deixou tão ousada, nunca fiz nada errado, sempre vivi uma vida cheia de perfeição, tão monótona e sem graça que poderia muito bem passar despercebida. Um grande quadro branco.
Agora há uma mancha, uma linda e ousada mancha maculando a perfeição, uma que só eu sei onde está, que guardarei para mim e lembrarei dela para sempre. O dia em que deixei um garoto me mostrar o que é prazer.
— Como você sabe? Pelo que você me disse, a única coisa que você sabe é que ele se chama Nuno.
— Eu sei.
— Estamos cansadas de ouvir as pessoas nos perguntarem se somos maior de idade, foi assim a vida inteira e agora você está julgando o cara pela aparência?
— Não é só a aparência, é tudo, dava pra ver no seu olhar, na forma impulsiva como ele me tocava, no jeito que ele me beijava, como se não tivesse medo de nada, não sei explicar, é algo que se perde com o passar dos anos, que se apaga diante da responsabilidade do dia a dia.
— E qual o problema se ele for mesmo mais jovem? Xavier é sete anos mais velho do que eu e ninguém liga.
— Suzy.
— Ah nem vem com esse discurso patriarcal. — Ela me interrompa antes que eu comece a justificar. Suzy é o tipo de pessoa que odeia rótulos, que acredita que o amor não deve ser medido e nem qualificado, que acredita que nossas almas são todas iguais e que o que as cobre são apenas carcaças frágeis e mutáveis.
— Eu vou embora esqueceu? — tento outra justificativa, já que o papo de homem mais jovem e mulher mais velha não vai colar.
— Para outra cidade e não para outro país.
— Eu tenho certeza que para ele foi só uma curtição, uma mulher gostosa, uma noite excitante e inconsequente.
— Mas ele queria seu telefone.
— Para mais sexo sem compromisso.
— E você?
Sinto o coração acelerar ao me lembrar como foi difícil me afastar dele, dar as costas e não olhar para trás, porque eu sabia que se fizesse isso, a ideia de uma noite ousada iria por terra. Eu queria mais. Droga, eu ainda quero.
— Foi só uma noite de quase sexo com um estranho.
— É por isso que você passou a noite em claro, na minha cozinha, tentando ocupar a mente com alguma coisa que não seja os dedos mágicos e o pau de ouro do seu garotinho?
— Quem tem um pau de ouro? — Xavier pergunta entrando na cozinha com um lado dos cabelos amassados enquanto passa a camiseta pela cabeça.
— Oi gostoso. — Suzy diz quando ele se inclina puxando seu rosto para um beijo.
— O que aconteceu com a Stella. — Xavier aponta para minha roupa.
— Ela fez sexo em público.
— Suzy! Eu não fiz sexo.
— Minha querida irmã, preciso te contar uma coisa, tudo o que você me contou se encaixa na categoria, sexo,
Xavier ergue uma sobrancelha enquanto me encara como se tivesse acabado de descobrir que não sou mais virgem.
— Pelo amor de Deus, você é insuportável as vezes sabia. — levanto-me e passo por eles.
— Amor nunca fizemos sexo em público, eu quero. — ela diz com a voz manhosa que deve fazer meu cunhado escalar o monte Everest nu só para faze-la feliz.
— Como assim em público? Stella realmente transou na frente de todo mundo?
— Se você abrir a boca eu vou te matar. — Grito para minha irmã enquanto entro no banheiro, ela para de falar imediatamente, mas sei que é só porque está esperando o chuveiro ser ligado para poder voltar a falar com ele em paz.
Tranco a porta e me apoio na pia, encarando o rosto da suposta mulher terrivelmente sexy que me olha no espelho, meu coração ainda está acelerado e digo a mim mesma que isso é apenas um indicativo de que eu preciso ter mais sexo selvagem com estranhos.
Talvez eu me torne uma caçadora de desconhecidos por ai e um dia essa noite se torne apenas uma bobagem diante da minha extensa bagagem de safadezas noturnas.
Passo a mão em meu rosto e pescoço sentindo o cansaço da noite em claro me atingir, começo a me despir, primeiro a saia, ficando apenas de calcinha e depois a regata, me observo no espelho durante o processo, me permito fantasiar desejando que Nuno estivesse aqui, me observando com seus olhos lindos e cansados, removendo minha roupa com seus dedos gentis, acariciando minha pele com seus lábios calorosos, me marcando em lugares que só ele poderia ver.
Passo a mão na renda do sutiã sentindo meus seios sensíveis, relembro a forma como ele me tocou e fecho os olhos enquanto repito seu gesto, meu corpo se agita com a lembrança, mordo o lábio enquanto me acaricio, suas palavras sujas, seus lábios, seu corpo, meus dedos passeiam por meu corpo, até chegar no lugar onde ele esteve, afasto a calcinha, apoio uma mão na bancada e com a outra faço o mesmo que ele fez.
Mordo o lábio com mais força quando sinto um orgasmo chegando, silencioso e solitário, minha respiração acelera, minhas pernas enfraquecem, mas logo me sinto vazia, não é a mesma coisa, nunca será.
Olho para meu rosto, as bochechas rosadas de excitação, o pescoço marcado pelos lábios estranhos na noite anterior, como imaginei que ficaria, a pele do quadril com hematomas causados por seus dedos e me obrigo a lembrar que assim como tudo relacionado a ele, vai passar.
Foi apenas uma noite.
É o que digo para mim mesma enquanto entro debaixo do chuveiro permitindo que as lembranças sobre ele comecem a ser lavadas do meu corpo.

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Não,  hoje não é sexta!

Se você está aí se perguntando pq tem capítulo em plena quarta feira, a resposta é...
Eu tenho os melhores leitores do mundo.

Desafio dado é desafio cumprido!

E como promessa é dívida ( estou cheia de frases prontas hoje né kkkk)

Aqui está ele

E agora quero muitos comentários aqui e lá no nosso grupo do WhatsApp,  aliás, quem quiser participar, só acessar o link

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Um beijão e até sexta!

NUNOOnde histórias criam vida. Descubra agora