CAPITULO 8

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*** capítulo sem correção ortográfica ***

Nuno

A viagem de volta foi um inferno, lenta, barulhenta e irritante. Um dos carros quebrou e precisamos esperar até que um guincho se dispusesse a nos socorrer, foram horas em que tudo o que fiz foi pensar na merda da minha vida, no futuro que me espera e nela.
Não ajudou muito o fato de ter começado a chover no meio do caminho e de eu não ter conseguido fumar nem um cigarro sequer porque as janelas do carro ficaram fechadas e um dos caras é asmático.
No fim das contas, quando estaciono o carro na garagem de casa, estou uma pilha de nervos, meus ombros estão doloridos pela tensão de dirigir por horas a fio depois de uma noite em claro e apesar de ter a consciência de que passei praticamente o dia todo na estrada, sinto como se a viagem não tivesse sido longa o suficiente.
Acendo um cigarro e fumo ainda dentro do carro, ligo o som e busco uma música, ignoro o fato de que Make it wit chu dispara nas caixas de som, porque a verdade é que ela vem sendo tudo o que tenho ouvido desde ontem a noite.
Idiota patético.
Apoio a cabeça no encosto e fecho os olhos, deixo que minha mente volte para aquele beco, fico duro só de lembrar da sensação dela rebolando nos meus dedos, da minha boca no seu ouvido, da sua mão no meu pau. Não demora muito para que eu esteja repetindo seus gestos, minha mão firme segurando meu pau enquanto minha mente finge que é ela aqui comigo, sua mão pequena que mal se fecha em torno dele seguindo meus comandos, o olhar excitado enquanto me masturbava... gozo com força, sentindo o corpo cheio de tesão relaxar, o coração acelerado, a mente repleta de perguntas que não consigo responder.
Sinto como se meu corpo nunca mais fosse voltar ao normal, uma excitação estranha, uma agitação em meu estomago, uma necessidade de algo que não sei o que é.
Puxo uma caixa de lenços e me limpo enquanto termino o cigarro, digo a mim mesmo que essa sensação estranha é falta de sexo, por melhor que tenha sido a noite passada, não passou de uma pegação, eu preciso trepar, é isso, apenas meu corpo implorando por algo que instiguei a noite inteira, mas que no fim não tive.
Sexo de verdade, de preferência em uma cama.
Puxo minha mochila do banco de trás e jogo nas minhas costas enquanto saio, abro o celular e mando uma mensagem para Ivan perguntando quando será a próxima festa, ele responde quase imediatamente, amanhã tem uma, talvez eu vá, embora a ideia de conversar com uma das garota que conheço me deixe ainda mais exausto.
A casa está escura e imagino que meus pais ainda não tenham voltado do jantar beneficente que eles tinham essa noite, para minha sorte, não tô nem um pouco afim de ter que fazer o papel de filho hoje.
Subo para meu quarto e vou direto para o chuveiro, tomo um banho gelado e nem ao menos me seco, apenas enrolo a toalha no quadril e me jogo na cama, exausto demais para pensar em alguma coisa e então eu apago.

***
Acordo com o barulho vindo lá de baixo, não preciso me esforçar para saber que meus pais já voltaram e para variar estão brigando. Estico o braço e pego meu celular, há dezenas de mensagens aguardando uma resposta, mas a única que eu gostaria que estivesse aqui nunca terei.
Um sentimento de frustração me atinge quando penso em como a vida é uma merda, fui naquele festival em busca de diversão e sai de lá com as bolas azuis de tesão e uma obsessão idiota por uma garota que não me quer.
Abro um dos grupos e leio a conversa por cima, a grande maioria é pornografia e idiotices de futebol, busco o que realmente me interessa até que paro em uma mensagem que chama minha atenção.
Festa no Pátio do Corvo hoje as 22.
É tudo o que preciso saber.
Olho no relógio, já são quase 22 horas, ligo para Ivan enquanto me levanto e vou até o armário atrás de roupas.
— E ai, a princesa acordou? — ele fala do outro lado da linha.
— Tô indo no Corvo, passo ai em dez minutos.
Puxo uma camisa do cabide e começo a vestir, lembranças dos seus dedos me despindo fazem os pelos do meu pescoço se arrepiarem e jogo a camisa no chão.
— Perai, você nem sabe se eu tenho algo mais interessante pra fazer.
—  Cinco minutos.
Desligo o celular e abro a gaveta, puxo uma camiseta e passo pela cabeça, visto um jeans e vou até o banheiro, minha cara tá uma merda, há um vinco do lado esquerdo por causa do travesseiro e meu cabelo tá uma bagunça, mas não dou a mínima, passo os dedos por ele e saio pegando minha carteira e as chaves do carro.
Quando saio do quarto noto que a discussão acabou, imagino que meu pai esteja no escritório e minha mãe em seu quarto lamentando a vida de merda que ela tem ao lado desse babaca.
Odeio essa situação, odeio saber que ele sempre vence as discussões porque ela não tem força para lutar contra o grande Antônio D’Agostinni, mas infelizmente não posso fazer nada para mudar suas escolhas, eu nem ao menos sei se consigo dar conta das minhas.
Quando chego na porta da frente Ivan já está na calçada me esperando, assim que aciono o alarme do carro ele atravessa o jardim que separa as nossas casas e me cumprimenta.
— Que cara é essa?
— Tô irritado, preciso trepar.
— Desculpa mas não tô afim. — Ivan brinca e sorrio pela primeira vez no dia.
— Você pode me passar esse baseado, já vai estar ajudando. — Estico a mão e ele me entrega o cigarro.
— Ei, o que você tem hoje? Ficou calado a viagem inteira. — Ivan liga o som e procura por algo mais alegre que minhas músicas sombrias e obsessivas.
— Tava cansado. — Respondo rapidamente.
— Tem alguma coisa a ver com a garota de ontem?
Arrependo-me de ter contado sobre ela para ele, no momento estava eufórico e queria dividir com alguém, e esse alguém sempre é Ivan, mas agora sei que expus algo que poderia ser só meu e me sinto meio ridículo.
— Não, isso já passou. — Coloco o baseado na boca e trago para me impedir de falar mais alguma merda.
— Que bom, porque adivinha quem veio me perguntar se você vai estar lá no Corvo hoje?
— Quem?
— A gostosa da Gabi.
Sorrio me sentindo mais animado, pergunto para ele o que ela disse e Ivan conta tudo enquanto dirijo pelas ruas vazias da cidade, na esperança de que eu esteja com a razão, eu preciso de sexo e essa noite promete.

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Olá pessoal!
Enfim chegamos a mais uma sexta.
Ah Nuno, será que você não está confundindo os sentimentos?
Quem aqui acha que nosso menino tá caidinho pela Stella respira

Não deixem de comentar,  tô amando saber as teorias sobre o reencontro desses dois.

Será que demora?

Beijos e um excelente fim de semana

NUNOOnde histórias criam vida. Descubra agora