CAPÍTULO 4

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ELISA

Nova York

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Nova York

Que Deus me ajude.

NÃO DEMORA muito e Caio estaciona na garagem. Saio com certa dificuldade, afinal, ainda estou sob efeito do álcool, mesmo que de maneira leve.

-Amiga, vou direto para o meu quarto, está bem? Você já é de casa, suas coisas continuam no quarto de hóspedes e você tem total acesso à cozinha se estiver com fome. Boa noite, querida, até amanhã. -Isa beija minha bochecha antes de sair, me despeço dela e de Caio também e vou em direção ao quarto.

Assim que entro no quarto, já me faço o favor de tirar os sapatos. Desacostumei-me a andar de salto.

- Vou sentir muita dor no pé amanhã.

Quem me dera se este fosse o único problema que terei que enfrentar amanhã. Ainda não enviei nenhuma notícia para o Arthur, ele deve estar tão nervoso comigo. Preciso chegar antes dele em casa.

Levanto, separo minhas coisas e vou tomar um banho rapidinho, para mim é impossível dormir sem tomar banho.

Termino meu banho e não vou negar, mesmo que rápido, esse banho já me ajudou a me preparar para amanhã. Saio do banheiro enrolada na toalha mesmo, já que o banheiro fica dentro do quarto. Passo meu creme e o desodorante, logo em seguida coloco meu pijama. Volto para o banheiro e escovo meus dentes.

três e meia da madrugada.

E eu ainda não dormi nada.

-Inferno de insônia - levanto totalmente desgostosa da cama e me troco. Mesmo sendo de madrugada, não consigo dormir, então não faz sentido algum ficar na cama.

Aquela mulher.

O que ela quis dizer com não é assim que eu esperava que fosse nosso primeiro encontro?

Ela já me viu antes então?

Quando?
Onde?
Como?

Meu Deus, será que ela estava lá apenas para me encontrar?

É improvável, uma vez que foi ela mesma quem disse para os homens limparem o chão dela.

O despertador toca, me perdi em meus próprios pensamentos e nem vi o tempo passar. Cinco e meia, preciso voltar para casa.

Levanto-me e vou em direção à cozinha, pego um dos post-its que a Isa deixou lá e avisei que ia sair cedo.

A porta da Isa é automática, então não preciso me preocupar em trancar a porta, uma vez que, a partir do momento em que eu saio, ela tranca automaticamente.

Vou em direção ao ponto de ônibus, poderia chamar um táxi se estivesse com meu celular. Maldita hora em que o perdi.

O ônibus não demora muito para chegar, entro logo e me sento no fundo. O bom é que meu ponto é praticamente no final, então dá tempo de pensar.

Logo desço porque, pelo visto, o motorista quis brincar de Velozes e Furiosos. Para que correr tanto?

andar praticamente rastejando até em casa parece uma boa opção, talvez demore mais para chegar em casa e ver o meu tão amado marido.

Deveria eu chamá-lo de marido?

chego à porta do apartamento, penso se deveria entrar mesmo, uma, duas, três vezes. Está tão silencioso, provavelmente Arthur ainda não chegou. Abro a porta devagar e entro com cuidado.

- O quê? - as luzes estão praticamente todas acesas, vou em direção à cozinha. Tem duas taças de vinho na mesa.

Eu não deixei duas taças na mesa.

Ambas taças estão sujas.

Minhas mãos estão tremendo, meus olhos se enchem de lágrimas, acho que já sei o que aconteceu aqui.

Devagar vou em direção à sala. Há uma saia em cima do sofá, essa saia não é minha.

O celular de Arthur está logo ao lado. Pego o mesmo e vejo que ele não me mandou uma mensagem, nem sequer visualizou a mensagem que eu mandei avisando que eu ia sair.

Olho para a porta do quarto. Será que realmente preciso ver o que tem lá dentro?

Encosto-me na porta, suspiro e abro-a devagar. Há uma mulher deitada do meu lado da cama, usando o meu pijama.

Não era para eu estar tão surpresa com a traição desse homem, mas na minha própria casa? Ele trouxe uma qualquer para dentro de casa?

Encosto a porta meio desnorteada e saio dessa casa o mais rápido possível, não sei se tenho o direito de ficar chateada com isso, afinal eu o traí ontem. Mas dói tanto.

Fui feita de trouxa novamente, e desta vez dentro da minha própria casa.

- Eu preciso beber - entro no primeiro bar que vejo e peço uma cerveja, o homem me entrega e praticamente a viro de um gole.

- Traga mais uma, por favor.

E mais uma.

E mais duas.

Agora três.

Perdi as contas.

- Não dê mais nenhuma bebida a essa mulher, ou vai se ver comigo - uma mulher diz ao homem gentil que estava me oferecendo bebidas. Não consigo reconhecer seu rosto, mas ela não me é estranha.

- São seis e meia da manhã, gatinha, e você já está bebendo? Não acha que está muito cedo não? E que ideia é essa de vir beber em um bar qualquer de esquina com vários homens? É maluca mesmo.

Essa voz também não me é estranha.

- Vamos embora, Elisa. Eu te levo para casa. - a mulher segura meu braço, mas eu travo na cadeira, não quero ir para casa.

- Não, não volto para casa.

- Então vamos para a minha casa, não quer ficar aqui, não é? E é muito mais seguro ir comigo, gatinha. Vamos. - a mulher me ajuda a levantar com tanta facilidade. Não sei por que estou indo com essa estranha, mas qualquer lugar é melhor do que aquela casa.

A mulher me ajuda a sentar no banco e logo entra. Ela me entrega uma garrafa de água e começa a dirigir. Abro o vidro e o deixo bater no meu rosto, tomo um pouco da água e já me sinto um pouco melhor, com minha visão menos embaçada.

Um pouco mais calma, olho para a mulher ao meu lado. Puta que pariu, é a Violet!
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