Capítulo I

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Seis anos depois

Os seus dígitos tocavam as teclas do teclado com rapidez, dividindo a sua atenção entre os códigos e as câmeras de segurança. Estava a um quarteirão do local observado, dentro de uma van preta, os vidros eram escuros graças à película protetora, aquilo dava total privacidade a quem estivesse ali dentro, mas não era sinónimo de estar completamente seguro. Os óculos de armação redonda caiam vez ou outra, aquilo irritava-lhe, porém mantinha-se concentrado na sua tarefa. Ao seu lado, havia algumas armas e munições espalhadas no canto, assim como diversos fios provenientes dos seus computadores. Só precisava de mais alguns segundos para conseguir destrancar aquela maldita porta.

— Anda logo, Renjun. — ouviu uma voz reclamar no comunicador em seu ouvido.

Calado, Nana. — respondeu sem humor. Já pressentia a dor de cabeça vindo.

Os seus dedos continuavam a trabalhar freneticamente, analisando todos os algoritmos à sua frente.

— Renjunnie. — ouviu o som de tiros ao fundo. — Estamos a ficar sem tempo.

Revirou os olhos, dando enter no teclado e finalmente conseguindo alcançar o seu objetivo.

Pronto, Haechan. — respondeu o ruivo, mas a sua atenção estava presa às câmeras de segurança e na movimentação.

— Este é o nosso Renjunnie. — o Lee deu a sua característica risada.

— Deixa-o quieto, Donghyuck.

— Parem de conversar, têm cinco seguranças a aproximar-se de vocês pela esquerda. — Renjun avisou, voltando a digitar freneticamente no intuito de ajudá-los.

[...]

Donghyuck, assim como os restantes, abaixou-se ao ouvir passos. Jaemin foi o primeiro a tomar a iniciativa. Jogando-se no chão, descarregando a sua submetralhadora na direção dos seguranças. Teve sucesso em acertar três, mas precisou de esconder-se para não ser alvejado pelos restantes. Jaemin escondeu-se atrás de uma estante, e esperava que a sua distração tivesse dado certo.

Jeno xingou mentalmente Jaemin pela sua imprudência, mas todos o conheciam o suficiente para não esperar diferente. O Na gostava da emoção, gostava da adrenalina e sabia atirar como ninguém. Todos mantiveram-se em silêncio, escondidos atrás dos móveis da luxuosa sala. Preparou a sua arma, pronto para atirar. Com a distração do mais novo, o Na tinha atraído todos para a direção oposta do grupo.

Mark tinha Donghyuck ao seu lado, trocaram olhares rápidos e sem que precisasse ser dito algo, o ruivo agiu. Enquanto estavam escondidos atrás de um sofá, o ruivo foi se esgueirando silenciosamente em direção ao objetivo, que era no cômodo ao lado. Ignorava os corpos no chão, assim como sangue em sua roupa.

— O caminho está limpo, Haechan. — Renjun avisou pelo comunicador.

O loiro voltou a sua atenção para Jeno, fazendo um sinal silencioso com as mãos para que eles agissem. Jaemin contava os segundos e xingava aos restantes pela demora. Já podia ver a sombra dos seguranças se aproximando.

— Filhos da puta. — murmurou irritado pela demora.

Os Lee levantaram-se dos seus esconderijos e dispararam para matar. O silenciador em suas armas fez o trabalho de não chamar atenção. Os tiros acertaram os seus alvos com precisão, logo já tinham mais dois corpos sem vida no chão.

(...)

Donghyuck entrou na sala onde deveria estar o dinheiro. A ideia inicial era chamar o menos possível de atenção, mas alguns seguranças perceberam a movimentação suspeita. O ruivo, em particular, odiava armas e as suas consequências. Armas eram barulhentas demais e ocupavam muito espaço, sendo facilmente percebidas. Preferia as suas facas , mortais e silenciosas. Mesmo que fosse hipócrita demais da sua parte, pela vida que levava, Haechan não gostava de causar um banho de sangue por onde passava.

Russian Roulette [markhyuck]Onde histórias criam vida. Descubra agora