Don't you know I'm no good for you?

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"Ino-san?"

"Hum?" Takuma rolou a balaclava de volta para a forma usual de gorro, assim que o exorcismo foi concluído, dando cabo àquela missão.

"Você está mais do que apto à promoção para a primeira classe..." O júnior observou, deixando implícita a pergunta que normalmente acompanhava aquela afirmação. Por que não aceita a recomendação dos nossos superiores?

Já fazia algum tempo... Por que ele não aceitava?

"É, eu sei" O médium começou, com um sorriso amarelo no rosto. "É que essa coisa de nível," Ele fez uma breve pausa, deixando um suspiro escapar. "Isso já não importa muito pra mim—" Não desde que ele se foi.

"Quer ser um feiticeiro Jujutsu de primeira classe?—" Ele teria recebido essa proposta com muita empolgação naquela época. Mas como ele, aquela tola aspiração parecia mais como um sonho inalcançável agora. Nanami havia estado com a razão desde o começo, mas Ino não se arrependia de nada. "—Eu posso recomendar você."


...


"Você é jovem, deveria ficar com alguém da sua idade" Nanami havia aconselhado na ocasião, como se fosse a coisa mais sensata a se fazer.

Não era exatamente a diferença de idade que o incomodava, mas a inevitabilidade do sacrifício que vinha com a profissão. A morte prematura que os rodeava, como as maldições que eles exorcizavam todos os dias – mas que o perseguia com um especial afinco (era só natural para Nanami que assim o fosse, sendo ele o mais velho, e de classe superior/ ainda que ele detestasse ter que se submeter a esse destino). O feiticeiro mais velho conhecia o luto como ninguém, especialmente a impotência e a dor de perder para a morte uma pessoa querida; e por mais que esse fosse um ônus bem conhecido entre os feiticeiros Jujutsu, ele não poderia evitar se sentir como se todas as advertências não fossem suficientes. Nenhuma o havia preparado para o que ele havia passado, anos atrás, com a perda de Haibara. Ele só queria poupar Ino dessa terrível experiência.

"Além do mais, eu não misturo a minha vida pessoal com o trabalho." Ele pontuou, como se só o seu argumento anterior não bastasse para desencorajar as investidas cada vez mais evidentes do moreno.

"Você fala como se fosse muito mais velho" Ino revirou os olhos, de maneira descontraída; embora acolhesse com seriedade cada sentença proferida pelo seu sênior, que era sem sombra de dúvidas muito mais experiente e maduro, ainda que não fosse tão mais velho. Nanami era facilmente a pessoa mais madura que ele conhecia, e por isso era mais provável que as suas palavras refletissem mais de seu senso de dever que seus desejos pessoais. E se Nanami realmente achava que Ino não deveria desperdiçar sua juventude com alguém como ele, era porque em primeiro lugar ele não o reconhecia; não como um adulto – certamente não como alguém em quem ele pudesse se apoiar. Afinal, Nanami tinha seu próprio modo peculiar de definir um adulto. Aparentemente Ino não satisfazia os pré-requisitos.

"Eu sou" O loiro reforçou, categórico.

"Nah, você só age assim." O mais jovem teimou em dizer, mesmo que fosse inútil. Nanami se limitou a encará-lo com seu estoicismo habitual, e Ino não achou em si um bom motivo para refutá-lo. Desde então, ele se esforçou para ter o seu reconhecimento. "Mas você está certo, eu sou jovem. E eu quero me divertir. Que mal há nisso?"

When the party is overOnde histórias criam vida. Descubra agora