Capítulo 2 - Henry Brassard

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SEM REVISÃO

É difícil abandonar pessoas importantes, mas quando você tem um sonho é preciso segui-lo mesmo com as consequências.

A minha consequência é ficar longe de quem eu amo, minha família, Allana, meus amigos... É difícil, eu só aguento porque é uma promessa que fiz ao meu pai de seguir a minha carreira.

Estou a vinte e quatro horas no estúdio da gravadora terminando uma música que compus sem pregar os olhos em nenhum minuto. Eu pareço um lunático, mas é isso que me mantem na Califórnia, se não já teria voltado para casa.

Nesses quatro anos nem tem uma noite que eu não pense em ir ver meus irmãos, minha mãe, a Allana, só que eu tenho medo. Eles não merecem ter a vida pública, com milhares de pessoas tirando fotos e sem privacidade, eu escolhi isso e não eles. Eu sei o quanto é ruim essa pressão da mídia e não quero que também sofram com isso.

— Henry, está na hora — Meu empresário entra na sala chamando minha atenção. — Nubia está te esperando lá fora para vocês irem jantar.

— Já estou indo, Stuart— falo de má vontade.

— Não esquece: precisam parecer apaixonados. — Deixa um tapinha nas minhas costas e se dirige de volta para a porta. — Dois minuto — grita antes da porta bater atrás dele.

Respiro fundo, levanto da cadeira e faço um alongamento rápido para aliviar as dores na coluna. Penteio meus cabelos para trás com os dedos e sigo para o saguão do estúdio. Tudo o que eu queria agora é minha cama quentinha e meu travesseiro de pluma.

— Oi querido —Nubia me cumprimenta com um beijo em cada lado da bochecha, sorrio por educação.

— Olá. — Essa é a segunda consequência de me tornar famoso, ter que aguentar modelos chatas durante muitas noite só para marketing. Confesso que eu nem sei se isso me ajuda, as pessoa mais julgam do que concordam. — Vamos — aponto para a saída e nos dirigimos até meu carro, uma BMW Sport.

Batuco meus dedos no volante incomodado com a companhia e com o silencio, ela sabe que é trabalho, não vamos ter nada mais que isso. Saio dos portões da gravadora e os flashes na nossa direção me deixam cego por alguns segundos, consigo passar sem atropelar nenhum paparazzi. Não quero dar trela para ser mais um alvo de mentiras.

— Onde você prefere ir? — pergunto para ela e vejo pelo retrovisor uma van nos seguindo, reviro os olhos.

— Vamos comer alguma coisa — fala e cruza as pernas longas e finas. Não deixo de reparar, mas não me chama a atenção, eu gosto de carne.

Estaciono em frente a um restaurante de massas bem-conceituado, desço do carro e abro a porta para minha acompanhante. Coloco minha mão em sua lombar e a conduzo para dentro do salão iluminado.

Não precisamos nem aguardar como as outras pessoas, logo estamos sentados em uma mesa no canto do salão. Me mexo na cadeira inquieto, esses momentos são horríveis, nenhum dos dois sabem o que falar, são pouca as vezes que eu pego uma modelo interessante e que tenha assunto.

— Boa noite, o que os senhores vão querer? — O garçom se aproxima da nossa mesa com uma caderneta em mãos.

— Eu gostaria de uma lasanha ao molho da casa e uma taça do melhor vinho de vocês — peço para ele.

— E a senhorita? — Se vira para minha acompanhante enquanto anota o meu pedido.

— Uma salada de nozes e uma água com gás, por favor — pede ela e por dentro eu faço careta. Quem vem em um restaurante de massas e pede salada? Elas são obcecadas por um corpo perfeito que não existe.

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⏰ Última atualização: Aug 14, 2021 ⏰

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