That's how it all begins

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- Eu sei, eu sei, Nora! - Ava disse com o celular apoiado entre a orelha e o ombro - Mas eu não estou atrasada! - Mentiu.

- É claro que está! - Nora gritou do outro lado da linha - Eu te conheço, Aves.

E conhecia mesmo. Os amigos as chamavam de twisted sisters. Eram como irmãs de alma. Ava com os cabelos loiros e levemente ondulados, e Nora com cabelos escuros caidos também em leves ondulações bem cuidadas.

- Vou desligar, tenho que estacionar.

Mal tinha terminado de falar e já havia jogado o celular no banco do passageiro.

- Ai caramba, ai caramba, uma vaga, uma vaga... - Ela dizia enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado - Aha! - Sorriu quando finalmente avistou uma vaga ao longe.

A sua esquerda um carro esportivo vermelho, parecia também procurar uma vaga.

- Ah, não! - Ela disse acelerando o seu carro.

Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocimetro subir.

- Toma essa, idiota. - Disse olhando pelo retrovisor.

Como resposta, o esportivo acelerou. E logo já estava colado em sua traseira.

- Cai fora, cai fora! - Ela repetiu.

O motorista do carro acelerou e lhe cortou bruscamente à frente, obrigando-a a frear.

Virando as rodas do carro, ele estacionou perfeitamente na vaga, deixando Ava furiosa. Em um pulo ela abriu a porta do carro e gritou:

- Essa vaga era minha, idiota!

Calmamente a porta do esportivo se abriu e dele desceu uma bela mulher com um vestido preto colado no corpo e uma pasta na mão.

- Não vi seu nome escrito nela. - Disse com um sorriso de canto.

- Ora sua... - Ava praguejou - Você não tem educação? Sua... sua.... argh! - Bateu o pé no chão, bufando.

Um costume que tinha quando estava furiosa.

- Procure outra vaga! Fim de papo. - A mulher retrucou trancando o carro.

- Minha vontade é de te atropelar, idiota. Fim de papo. - Ameaçou, sentando novamente em frente ao volante e fechando a porta. - Maravilha, estou atrasada! - Disse arrancando com o carro em busca de outra vaga.

Quando finalmente achou uma e estacionou desceu do carro às pressas, se equilibrando no salto alto que usava.

Entrou pelo grande e luxuoso hall da empresa mexendo na bolsa com uma das mãos, enquanto na outra carregava um copo de café.

- Onde foi que eu coloquei aquele papel? - Cochichava consigo mesma - Droga, droga, droga!

A porta do elevador se abriu e ela apressou o passo para alcançá-lo a tempo.

- Oh, achei! - Comemorou ao encontar o papel em que havia anotado o andar.

A música lenta e casual do elevador inundou os ouvidos.

- Olha só o meu cabelo... - Disse olhando seu reflexo no metal - Que coisa lamentável.

- Você sempre fala sozinha ou estou presenciando um momento especial?

Ava virou seu corpo lentamente para encontrar a mesma mulher do estacionamento atrás de si. - Não te interessa. - Falou, logo após apertando o número do seu andar.

- Quanta educação. - Comentou ainda com aquele maldito sorriso irônico - Você achou uma vaga afinal? Nesta estava escrito o seu nome? - A ironia pingava de cada palavra proferida.

Amor por contratoOnde histórias criam vida. Descubra agora