𝐅𝐥𝐨𝐰𝐞𝐫𝐬 𝐚𝐧𝐝 𝐊𝐢𝐬𝐬𝐞𝐬 • 𝙷𝚒𝚗𝚊𝚝𝚊 𝚡 𝙺𝚊𝚐𝚎𝚢𝚊𝚖𝚊

. Orange

Já fazia uma semana que havia saído com Shōyo, uma semana que sua mãe havia descoberto que Hinata era um garoto trans e achado a coisa mais incrível do mundo, já fazia tempo mas mesmo assim, do nada aparecia em seu quarto pra perguntar alguma coisa sobre.

Era dia de folga da mulher, e consequentemente dia de Shōyo vir, já estava suando frio, não sabia o que podia lhe acontecer dessa vez, segundo o próprio garoto, não tinha tido um dia de paz desde que foi embora daquela casa, sua vontade era de pegar Shōyo e trazer para ficar consigo, mas tinha noção de que não podia, ambos eram de menor, só não duvidava muito de sua mãe fazer isso caso descobrisse dos abusos da família de Shōyo contra o garoto.

— Tobio! Aqui em baixo, vem – ouviu a mulher gritar, deixou as coisas em cima da mesinha e desistiu de fazer a tarefa, já que a cada segundo que tentava ficar, o fato de que iria ver Shōyo hoje o distraía.

Desceu rapidamente, correndo até a cozinha e vendo a mãe cozinhando algo

— sim? – se aproximou, ficando ao lado da mãe, só então percebendo que se tratava de um bolo confeitado que a mulher preparava

— vai no mercadinho da esquina comprar suco de uva, uma barra de chocolate e uma caixinha de morangos, vai – limpou as mãos e foi buscar o dinheiro

— por que?

— por que eu estou mandando? É pra confeitar o bolo, agora vai e não demorado que Jajá seu namorado chega – acompanhou Tobio até a porta

— ele não é meu namorado mãe...

— ainda não, tchau – fechou a porta bem na cara de filho, que respirou fundo e foi indo pra fora

Logo entrou no mercado que tinha perto de casa e foi procurar pelas coisas que sua mãe havia pedido. Pegou e pagou, e foi saindo mascando um chiclete que o seguiu comprar com o troco.

De longe conseguiu ver Shōyo passar pela caminhonete, e pelos cálculos, ele fazia duas entregas no bairro do lado e vinha direto para o seu, sendo sua casa a primeira, logo depois duas e já encerrava o dia de entregas.

Correu o máximo que pode e assim que entrou, simplesmente jogou as coisas em cima do balcão para sua mãe e foi correndo pro quarto se trocar já que estava pior que morador de rua. Logo desceu, se deparando com o olhar feroz que sua mãe lançava para si

— estranho que pra no mercado você não se importa né... – o olhou de cima a baixo

Logo ouviram a campainha tocar, tendi a honra de abrir e se separar com Shōyo ali. Não importava todo estresse que passava pela semana, só de lembrar que quinta era dia de Shōyo aparecer, seu coração e sua mente até se a acalmaram

— oi Kageyama... – sorriu, claramente envergonhado,

— oi Shōyo, mãe, ele tá aqui, vai vir escolher as coisas? – tentou sorrir amigável, mas não deu muito certo

— ele é o seu namorado, não meu, escolhe as coisas aí – corou fortemente, vendo que para Shōyo a situação não era diferente

— vamos lá então Sho – saiu de casa, indo se aproximar aos poucos  da caminhonete, só então quando chegou, que percebeu que o homem no volante ser diferente do das outras vezes.

Acenou e pegou algumas frutas que gostava e que sabia que não tinha em casa, deixou Shōyo pesar e já estava voltando, quando pensou ter visto de relance o tão maravilhoso bolo, teve que se aproximar novamente só pra perguntar.

— Shōyo, você tem o bolo de morango ainda? – ficou quieto esperando alguma resposta, esperando Shōyo ir e ver

— eu acho que trouxe um a mais, vou ver com o Tsumu, um segundo...