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Nós dormimos logo após eles saírem, Liam e Isaac se ofereceram para revezar a guarda da casa na primeira noite e eu não tive energia o suficiente para me opor mesmo sabendo que devia.
Eles eram vampiros e por via de regra não precisavam dormir, mas como eles ainda comiam para manter o sangue fluindo em suas veias, o corpo deles funcionava quase como o de um humano, fazendo com que o sono e o cansaço também os afetassem.
Eu ia sugerir revezarmos, ao menos entre eu, eles e meu companheiro, já que os outros (que eu confiava) ainda precisavam mais do sono que nós quatro. Mas quando meu companheiro e meus amigos começaram a me encarar como se estivessem prontos para entrar na discussão sobre irmos ou não, eu corri para a cama.
Na manhã seguinte eu ainda me afundava nas cenas do dia anterior. Eram tantas as coisas a se analisar, mas, se estávamos aqui e bem agora, eu não questionaria muito os ocorridos.
Nenhuma luta, nenhum sangue fora o tiro de Ariel, que eu realmente já devia estar esperando. Aquilo de alguma maneira tinha de ser algo bom. Ou ao menos dos males o menor.
Às seis da manhã eu estava indo para a cozinha em busca de algo quente que eu pudesse beber. Ninguém havia me acordado, mas para me acordarem de qualquer maneira eu teria que ter conseguido dormir primeiro.
E eu definitivamente não consegui.
Estar perto da minha mãe novamente era ótimo, mas dormir ao lado dela não.
Depois de meses dormindo com Akshay, acho que podia dizer que estava mal acostumada. E senti-lo indo para cozinha foi só o que precisei para pular da cama.
Sorri ao entrar no cômodo e notar que ele parecia tão péssimo quanto eu, ainda de pijama, o cabelo desgrenhado, ele sorriu também ao me ver entrar.
-Café? - Ele perguntou me esticando sua caneca cheia para mim.
Arqueei a sobrancelha o encarando.
-Nós já não conversamos sobre essa droga ser a convenção social mais idiota já criada? - Perguntei - Nenhum de nós dois precisa de café, a cafeína não nos afeta, então para que diabos isso serve?
-Serve para beber, é quente e é gostoso - Ele falou sorrindo.
-Gostoso é um pedaço gigantesco de bolo ou um copo cheio de capuccino com chantilly, café é o que pessoas como nós deveríamos beber no caso de um apocalipse onde o leite do mundo acabasse - Falei a ele.
Meu companheiro riu e colocou sua caneca no balcão deixando sua mão livre para envolver minha cintura.
-Eu já disse que acho lindo como sempre acorda bem humorada, meu amor? - Ele me trouxe mais para perto e perguntou sorrindo abertamente.
Sorri levemente para ele, eu já conhecia bem meu mau humor matinal e também sabia que não era nada simples me fazer sorrir assim tão cedo. Mas ele sempre conseguia e seus olhos brilharam ao ouvir esse meu pensamento em sua própria mente. Eu resmunguei, me afastando.
