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Para sorte de Ariel e azar de todos no jato, ele não morreu.
A viagem até a Grécia foi longa mesmo para a distância que percorremos. Ele não parava de falar coisas terríveis, seus silêncios com olhares de depreciação eram ainda piores.
Não sei por que eu ainda esperava um pouco mais dele.
Não podia dizer que realmente conhecia Ariel, talvez Takeshi sequer tenha feito um trabalho assim tão bom. Como podia dizer que eu sabia algo sobre o caráter daquele homem se não tinha o visto sequer dez vezes antes de ser marcada?
Talvez ele tentasse aquilo de "ser um bom pai" pela minha mãe.
Certa vez Gael me dissera que meu pai já havia sido o babaca mais honrado que ele conheceu um dia, acho que quando Takeshi tirou dele toda a parte honrada, tudo que restara era o babaca.
Perdi as contas da quantidade de vezes que Hans pediu para que ele se silenciasse, em meia hora de voo faltava muito pouco para Akshay perder a paciência com ele. Em certo momento percebi que isso era o que ele queria. Ele provavelmente não tinha permissão para nos atacar primeiro e por isso, estava louco para que o déssemos o primeiro passo.
A descida no aeroporto foi tranquila, nada de monstros a espreita, eu realmente esperava que um lugar tão cheio de protetores fosse a mais tranquilo.
Pouco tempo depois estávamos dentro da cidade mais famosa da Legião.
Não nos levaram ao nosso quarto, parece que já estávamos atrasados para o que quer que estivesse nos aguardando, mas o fato de termos um significava que ficaríamos ali ao menos até o dia seguinte. Ou ao menos que estivessem tentando nos dar essa sensação de "hospitalidade" para abaixarmos a guarda.
Não precisava dizer o que achava mais provável.
Quando chegamos ao que parecia ser uma grande sala de reunião no andar mais alto de uma construção de dois andares, nos deparamos apenas com uma mesa grande e cadeiras vazias, mas logo em seguida minha antiga equipe tomou o local, não na mesa, eram dois em cada uma das laterais do recinto, mais no centro entre as laterais. Estavam guardando o local. Todos menos Arthur e a Shiori, a garotinha de cabelos azuis, pelo visto, eles haviam sido substituídos por um homem negro de idade média e cabelos raspados que nos olhava fixamente como se nos estudasse.
Caminhei com meu companheiro até o assento marcado com meu nome, o com o nome dele estava do outro lado da longa mesa.
Nenhum de nós dois sequer pensou em seguir essa sugestão, Akshay se sentou na cadeira ao lado da minha logo após puxar a minha própria para que eu me sentasse, já estávamos abdicando muito por estarmos ali, não facilitaríamos tanto assim as coisas para eles.
Cauã, que era o protetor mais próximo a nós, fez menção de querer falar a Akshay para ir até seu lugar, mas um simples olhar meu companheiro o fez se silenciar.
