A FACE DO PECADO

3° Descobertas?

 – Era simples o que ele queria, ele tirou toda a sujeira debaixo dos panos. 

– Nessa época existia um lugar preventivo para esses ataques que todos sabiam que um dia poderia acontecer. Fizeram a séculos atrás, entretanto foi esquecido depois de certo tempo e virou uma boca de fundo, drogas, armamentos, seres místicos traficados… 

– Pura caso… Esse lugar não fica d'baixo d'água não né? – A incerteza carregada em sua voz mostra toda a insegurança que sentia. 

– Antigamente não, mas agora sim. O nível da água foi crescendo aos poucos logo o lugar teve que ser abandonado. Fica numa parte de Powargs que a interliga com uma parte do nordeste, coladinha em Owargax. 

– Olha… Eu acho que talvez não esteja abandonado. 

 – O que está querendo dizer Sop? – A voz de Denny antes sem som algum, agora se pronunciava sobre a discussão qual eu estava dando o meu máximo para conectar a todas as lembranças que eu tinha de antigamente. 

  "A poera por de baixo do tapete"… 

 – Owargax… Maldita,  está nela o tesouro! Ela sabia da bomba, estava tentando manter o caos, apaziguar de tudo enquanto nesse meio tempo fazia com que as frotas se acalmassem… Ninguém desconfiaria de um roubo, já que enfrentavam uma quase guerra. Planejaram tudo com ex…

  E o barulho alto de bague da cadeira fez o silêncio tomar o lugar que agora parecia possuir um clima tão pesado. O som alto de sapatos batendo com força contra o piso mostrava a forma apressada qual o capitão agia. 

    Seu tronco se encontrava esticado enquanto lutava para alcançar um livro fino, de folhas velhas. Assim que o corpo tenso alcançou o objeto veio rapidamente em direção a Sophia, sua brusquidão trouxe Denny para mais perto, se envolvendo em meio ao clima pesado ali. 

      Denny sempre me pôs para aprender sobre toda a história continental, e mamãe sempre que podia me trazia livros e mais livros, qualquer que tivesse eu queria. Minha era depreciativa, me trouxe conhecimento sobre toda uma zona de guerras e brigas que se penduravam durante os séculos. Mapas, áreas geográficas, histórias, atualidades, filósofos, sociólogos, matemáticos e suas teorias, química com teorias evolucionistas, livros sobre romances, livros quebrando preconceitos e tabus. Meu conhecimento não era muito, mas eu sempre sabia um pouquinho de tudo, e me bastava, era o suficiente para eu me localizar sobre todo e qualquer assunto, minhas teorias eram marcadas de vivências, leituras e aprendizados com pessoas mais velhas e até com crianças que jogavam frases sábias no ar sem ao menos perceber. 

   1587/28/09  
   A colheita: 
  antes do meu grande dia,
Agradeço as sombras
Que minha ceita colheu.

Dia 28 de 1587, um dia antes do massacre…

– Era o diário do meu Avô, ele escondeu entre os destroços do navio. Tentou queima-lo, mas não teve tempo. E adivinha o motivo.

   Um sorriso canalha e sádico surgiu entre o face obstinada do rapaz, quase como um luar regido de estrelas minutos antes de ser afetado por meteoros. Era bonito, havia brilho e uma admiração real, aquele sentimento que ele mostrava a quem quisesse ver era real. 

– Uma fada amaldiçoada estava se esfregando exatamente nessa página, aqui tem uma pequena quase inexistente gota de demônio da tasmania. 

– E eles só existem em Powarg. 

– Não, meu avô possuía um. Demônios consomem, pegam o que tu gosta e o fazem enlouquecer por aquilo, o concedem o que mais achas que queres, para ser consumido pela loucura. São grandes em corpo, pequenos em cabeça, mas completamente diabólicos. O tráfico de demônios na época era totalmente aceito de Powarg para Owargax, eles gostavam de dar bichos como esses aos mais fortes de sua tropas, e em troca prometiam proteção ao reino vizinho. Como vovô quase desposou a mulher de Powarg, que ficaria com um Owargaxarino, o tráfico de demônios apenas se intensificou. Se a aliança não fosse feita por casamento, seria amendrontrando os Powargs. Como a força deles vem da água, e bem Uemfots como Ajadyd não possuem mares abertos ou rios, a segurança do Reino estava por um fio.