𝐒𝐀𝐘 𝐘𝐎𝐔 𝐖𝐎𝐍'𝐓 𝐋𝐄𝐓 𝐆𝐎, 𝐛𝐚𝐛𝐢𝐜𝐭𝐨𝐫 ✔

009.

- Ótimo, primeira fase concluída.. - digo alto a mim mesmo.

Acabei de sair de um Pet Shop,onde consegui um emprego agora só falta ter o suficiente e conseguir minha casa.

Se passaram quinze dias desde que minha mãe resolveu que seria melhor pra mim sair de casa, e eu considero que foi algo bom pra mim.

Passo em frente a casa da Babi,pois estava indo de volta à casa de Arthur.

Nesses últimos dias, Babi tá estranha, mal conversamos e não a vejo mais pelas ruas andando no seu skate.

Na minha cabeça já fiz milhões de teorias sobre ela está assim como, ela ainda se achar culpada pelo o que minha mãe fez e quer se afastar aos poucos e outras coisas.

A falta dela está me afetando um pouco e faço tudo pra me controlar.

Mas agora está eu aqui, parado na sua porta pensando se devo tocar sua campanhia, escuto sua voz vinda de lá de dentro, parece falar algo ao irmão.

No instante que meu dedo iria encontrar o botão da campanhia, a porta a minha frente é aberta e ela que estava com um sorriso no rosto, ao me ver ele se desfaz.

- Oi...Victor.. - ela gagueja um pouco.

- Oi estrelinha.. - forço um sorriso e a chamo pelo seu apelido.

Ela não parece muito contente ao me ver.

Meu olhar encontra algumas coisas dentro da sua casa.

Caixas?!

- Victor, o que faz aqui? - ela me pergunta fechando a porta atrás dela e sai pro jardim.

- Somos amigos ou esqueceu disso?

- Não esqueci mas...

- Não queria me ver.. - a interrompo e completo o que provavelmente ela iria dizer.

- Não, não é isso..

- Você vai se mudar? - pergunto e aponto pra porta que ainda sim fechada, queria indicar as caixas na sua sala.

- Era sobre isso que tentava tomar coragem pra dizer... - ela diz e direciona o olhar pra o chão.

- Apenas diga que não vai embora.. - suplico.

- Queria falar isso.. - ela diz, aquilo me atingiu como facas no peito - Minha mãe terá que se mudar pra outra filial da empresa - ela ainda não me olhava - Em Nova York.. - ela finalmente olha pra mim e eu arregalo meus olhos.

- Nova...Nova York? - engasgo com minha própria saliva ao dizer.

- É Victor, Nova York.. - vejo uma lágrima solitária escorrer pelos seus olhos.

- Oh, e porque não queria me ver?

- Não sei se iria conseguir te contar, se te visse provavelmente choraria na sua frente e você iria cobrar explicações como está acontecendo agora..

- Tudo bem estrelinha, tudo bem.. - a abraço e dou um beijo no topo da sua cabeça, antes de olha-la seco a lágrima que escorreu dos meus olhos, solto do seu abraço e a olho e aos poucos me afasto - Tudo bem - repito.

Me afasto da sua casa e as lágrimas vindo com ainda mais peso, eu não posso perder ela também.

Ela é praticamente tudo que eu tenho.

Meu porto seguro.

Minha rocha.

E grande parte dos dias, a razão pra sair da cama.

Ao chegar na casa de Arthur, eu não o vi--ele provavelmente está dormindo-- e subo pro quarto onde estou ficando.

Minha respiração descompassada indicava que não estava bem,sigo até o banheiro e passo uma água no rosto, mesmo sabendo que poderia não ajudar.

Me apoio na pia enquanto encarava meu reflexo no espelho.

Todos que um dia se tornam importantes pra mim, algo acontece e eles se afastam.

Todos somem, é o que sempre acontece.

Acho que vim ao mundo pra ser sozinho.

Meu pai, minha família, minha mãe, Babi - todos que amo e se afastaram.

Em um movimento rápido me vejo socando o espelho e um trinco grande se formar nele,faço de novo e de novo e mais uma vez.

Arthur aparece no quarto e me afasta do espelho segurando meus punhos e me empurra até minhas costas encontram a parede.

- Cara, o que é isso? O que tá acontecendo? - ele pergunta, me solto das suas mãos e me sento no chão, escondo meu rosto nos braços.

- Fala alguma coisa caralho.. - escuto ele dizer.

- Ela vai embora.. - grito.