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- Você está bem mesmo? - Perguntei assim que Vinnie saiu do banheiro e deitou na cama novamente. - Não está sentindo mais nada?  - Eu tô bem, já disse.  - Desculpa se eu me preocupo com você.  - Tá, eu te perdoo.  - Aqueles garotos trancaram vocês aqui? Eles são loucos. - Uma enfermeira entrou no quarto de repente.  - Amém, agora eu posso sair. - Falei. - Alias já vai acabar o horário de visita.  - Sim, daqui há dez minutos para ser exata. - A enfermeira simpática sorriu, olhei para Vinnie e ele devorava os peitos dela com os olhos.  - Nossa, acho que eu estou passando muito mal... - Ele começou a se fazer. - Será que você poderia me ajudar? - Vinnie disse para a enfermeira.  - O que aconteceu, senhor Hacker?  - Não sei, acho que sua beleza me tonteou um pouco. - Filho da puta. Desculpa, Maria.  - Nossa, assim eu fico até sem graça. - A enfermeira começou a dar mole e eu já estava ficando irritada, então resolvi sair dali, antes que desse merda.  - Não vai nem dar tchau? - Vinnie implicou ao sentir o meu ciúmes.  - Morre! - Falei e saí, logo batendo a porta com força.  [...]  - Vamos para a casa, Destiny. - Meu pai disse. - Mary disse que irá ficar aqui até Vinnie ter alta. Qualquer coisa nós viemos busca-la.  - Sim, querida, vá descansar. - Ela disse.  - É disso que eu estou precisando, ir para a casa. - Falei. - Não consigo nem mais respirar o mesmo ar que seu filho. - Sem querer deixei escapar.  - Aconteceu algo? - Ela perguntou.  - Não, não. - Falei. - Vamos, pai?  - Sim. -Ele disse. - Tchau,Mary. Qualquer coisa, ligue. - Ele disse se despedindo dando um breve selinho nela, eu ri.  - Muito melhor que Rachel, você não acha?  - Já disse para não tocar no nome dela.  - Ok, desculpe. - Falei levantando as mãos em rendimento.  Cheguei em casa e fui direto para meu quarto batendo perna, eu estava com raiva por Hacker ser assim, tão pau no cu, prometi à mim mesma que iria parar de correr atrás dele e ser trouxa, agora as coisas iriam mudar.  - Tudo bem, Destiny? - Meu pai perguntou ao sentir algo errado.  - Tudo ótimo. - Fui sarcástica e em seguida bati a porta do quarto com força, já era tarde e mesmo assim eu resolvi tomar um banho para ver se eu me sentia mais leve e quando dei-me por mim, uma saboneteira toda enfeitada e delicada que eu havia ganhado em algum aniversário estava quebrada no chão. Não me culpe, culpe meu ódio.  Atirei-me em minha cama tentando pensar o menos possível, pois se eu ficasse pensando muito em coisas alheias, logo meus pensamentos estariam em Hacker e isso era o que eu menos queria, então procurei fechar minha mente, por mais difícil que isso fosse e em seguida, adormeci.  [...]  - Oi, Destiny. - Ouvi aquela voz irritante enquanto eu estava sentada em uma daquelas enormes mesas do refeitório com Mads e Quinton.  - O que você quer, Chloe? - Fui rude.  - Nada... Só vim te dizer que, você se achou a esperta, pensando que iria ficar com Bieber, mas no final, ele nem quer saber mais de você. - Ela riu.  - Do que você está falando, sua idiota? - Fiquei sabendo que Hacker teve um incidente e foi para o hospital...  - Pois é, acontece...  - Também fiquei sabendo que ele teve alta hoje...  - Tá, e onde você quer chegar com isso?  - Nada demais, talvez você apenas quisesse saber que ele me convidou para ir em seu apartamento. - Chloe disse e meu coração se apertou, porra, eu não iria chorar.  - Ah é, que bom, quer biscoito? - Ironizei.  - Eu sei que você ficou mordida, Desty. Não adianta disfarçar, mas pode deixar que eu vou ter uma noite louca e frenética com ele, por você. - Ela deu sua risada de vadia e saiu, eu tentei levantar-me para me avançar nela, porém Mads me segurou.  - Você não vai se sujar mais uma vez por causa dessa vadia, né? Ainda mais em relação ao Hacker. - Mads disse.-Desencana, Desty. Ele não é homem para você. - O nó em minha gargante se formou.  - Você tem razão, Mads. - Falei após respirar fundo para reprimir o choro. - Ele não é homem para mim.  Eu me direcionava até meu carro, a fim de ir embora daquele hospício e entregar-me à minha fiel escudeira (minha cama), eu precisava deitar nela e ficar lá horas e horas até essa raiva explosiva passar, merda, Hacker era um idiota, eu achei que depois que ele saísse dessa escola, ele e Chloe não iriam mais se ver, mas pelo visto, os dois não perderam contato, Chloe continuava correndo atrás dele e ele, ah, ele não dispensava mulher.  Peguei as chaves de meu carro dentro de minha bolsa e procurei abri-lo, porém antes que eu pudesse fazer isso, meu nome foi chamado.  - Oi? - Olhei para trás a fim de ver quem era.  - Tem algo para fazer agora? - Daniel perguntou.  - Sim, me trancar em meu quarto e ficar lá por horas. - Dei um sorriso falso. - Eu tenho uma ideia bem melhor. - Ele sorriu.  - Ah tem? - Arqueei as sobrancelhas.  - Sim, nós irmos comer algo na lanchonete da rua 13, aí nós podemos conversar e quem sabe, você não me conte suas frustrações...  - São tantas... - Falei. - Você não vai querer ouvir...  - Ah vamos, posso te garantir que sou uma pessoa bem paciente. - Daniel era legal, porém talvez fosse como Mads disse: eu tinha preferência por bad boys, não gostava dos bonzinhos. Porém, eu estava disposta à mudar isso, talvez apenas ir em uma pequena lanchonete comer algo com Daniel não fosse nada demais... Caralho, então por que eu me sentia com um peso nas costas? - E então?  - É, acho que nós podemos ir sim. - Falei e ele abriu um sorriso lindo.  - No meu carro ou no seu?  - Vamos cada um em seus carros, nos encontramos lá. - Falei entrando em meu carro e ele assentiu, logo indo para o dele.  Chegamos praticamente na mesma hora, claro. Estacionamos e logo descemos.  - Você por aqui? - Ele brincou.  - Nossa, quanto tempo. - Fui na onda e em seguida nós rimos.  - Vamos entrar? - Ele colocou uma de suas mãos em minhas costas como se estivesse me guiando, confesso que eu estava meio nervosa. - Aqui está bom para nós sentarmos? - Ele riu.  - Sim, claro. - - Falei sentando e em seguida ele sentou também.  - O que vocês desejam? - O garçom logo veio até nós.  - Ah, eu não estou com muita fome, então acho que vou querer só um suco de uva, por favor. - Falei.  - Um suco de uva. - O garçom anotou. - E você, rapaz?  - Ao contrário dessa jovem, eu estou morrendo de fome, então me vê um folheado de frango e um refrigerante qualquer. - Daniel pediu e eu sorri, confesso que gostei do jeito dele. - Tem certeza que não vai querer nada? - Ele perguntou. - Vai ficar só olhando?  - Não estou com fome. - Falei. - E posso te garantir que isso é raro. - E era mesmo, fazia tempo que eu não me via sem fome.  - Já trago o pedido de vocês. - O garçom disse e nós agradecemos.  - E então... Destiny. - Daniel começou a dizer. - Por que demorou tanto para aceitar dar uma volta comigo? - Ele me deixou perdida com essa pergunta.  - Bom... É que...  - Outro cara na história? - Ele foi direto.  - Ou talvez a escola não aceite o envolvimento de alunos com seus funcionários. - Inventei uma desculpa.  - Ninguém precisa saber. - Ele sorriu. - E pelo visto, aquela aluna Chloe não respeita isso.  - Ela deu em cima de você também? - Puta.  - Algumas vezes. - Ele respondeu sereno. - E como assim também?  - Quantos anos você tem? - Perguntei mudando de assunto.  - Vinte e três. - Ele respondeu, eu pensava que ele tinha a mesma idade de Bieber.  - Ah...  - Muito velho para você? - Ele perguntou.  - Não, claro que não, não vejo problema algum em ter AMIGOS mais velhos. - Dei ênfase na palavra "amigos" para não fazer Daniel levar a história à outro ponto.  - Você já se ligou que eu estou interessado em você, não?  - Na verdade, eu só me liguei no quanto você é direto. - Falei.  - Desculpa, devo ir com mais calma...  - Tudo bem. - Murmurei.  - Mas e aí, eu venho observando você meio triste, aconteceu algo? - Daniel perguntou.  - Nada nã... - Parei de falar assim que meu olhar parou na entrada da lanchonete e vi Hacker entrar com Maria. Puta merda, por que isso?  - Está tudo bem, Destiny? - Daniel falou, olhando para porta também para ver se via algo de errado, tentei abaixar a cabeça o máximo possível para nenhum dos dois me verem, mas já era tarde demais. 

𝑷𝒐𝒔𝒔𝒆𝒔𝒊𝒗𝒆- 𝑽𝑰𝑵𝑵𝑰𝑬 𝑯𝑨𝑪𝑲𝑬𝑹Onde histórias criam vida. Descubra agora