Capítulo 3

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Viajando pelas cinco nações, Yori descobriu muitas coisas que não imaginava existir. Aprendeu jutsus, técnicas, conheceu pessoas de diversos costumes. Alimentou-se de conhecimento e compartilhou do que sabia com quem tinha interesse. Evidente que vez ou outra, encontrava sua mãe ou seu pai e matava a saudade que não cabia no peito. Decidiu viver sua vida fora dos portões de Konoha, assim como eles, e descobriu que foi a melhor decisão que já havia tomado. Aos dezenove, já estava em nível jounin. Ficou sabendo da morte de Hiruzen, e lamentou. O Sandaime morreu lutando pelo que acreditava, e isso era honroso. Saber que foi um dos seus próprios alunos (e amigo de seus pais) que o matou foi intragável.
Seu pai havia contado que estava procurando por Tsunade, pois o Conselho a chamava, e pediu sua ajuda para encontrá-la, o que foi muito difícil já que faziam meses que não se viam. Yori sabia como encontrar alguém em qualquer lugar, sua performance em rastreamento - ensinada por seu pai - era impecável, porém Tsunade a conhecia bem e sabia como ficar praticamente invisível aos olhos dos dois.
Com muito custo, já em terras distantes da aldeia da Folha, Yori a encontrou junto de Shizune, e logo avisou a Jiraya. Resolveu não se aproximar e reencontrar a mãe, sabia que aquela altura a Senju já sabia da procura de seu pai por ela, e não queria levantar suspeitas. Decidiu então seguir caminho e continuar sua jornada.

Estabeleceu moradia temporária em algumas aldeias, e ajudou quem precisava. Encontrou seu pai algumas vezes, em missão por Konoha e ficou a par dos novos assuntos. Sua mãe, que sempre se negou a  fazer parte do governo agora era a atual Hokage, e isso a fez rir bastante. "Okaasan sempre pagando com a língua!" Pensou em passar um tempo em Konoha e curtir os antigos amigos, mas sabia que Tsunade trataria de colocá-la como jounin e ela não queria em hipótese alguma servir a um só governo, embora seu coração sempre esteve com a Folha.
Seu pai lhe contou que treinava o filho de Minato, e isso despertou sua curiosidade. Como será que era o filho do Yondaime? Seria ruivo como a mãe, calmo como o pai? Como estava vivendo, alguém tinha o adotado? Ela desejava que sim, porque não imaginava que tipo de pessoa ela seria se não tivesse sido adotada e amada por alguém.

- Então você é tipo um avô?- Yori perguntou para o pai, que segurava um copo de chá.

- Bom, acredito que sim!- Jiraya soltou uma gargalhada.- Minato sempre dizia que eu era como um pai para ele.

- E como o menino é?

- Tem o gênio da mãe. É agitado, impulsivo. No campo de batalha, o chamam de ninja hiperativo e cabeça oca.

- Nada do Yondaime?

- Só a aparência. Mas eu vejo muito potencial nele. Ele não desiste, não importa a circunstância. Está sempre disposto a provar seu valor para todos que o desdenham.

- Provavelmente não o trataram bem devido ao ataque que ocasionou a morte dos pais, certo?

- Sim. Mas ele não deixou que isso o atingisse. Ele é muito disposto para aprender e se tornar mais forte, agora que seu parceiro de equipe desertou de Konoha.

- O Uchiha?

- Sim. Ele está certo de que irá resgatá-lo custe o que custar.

- Isso é bom. A vida sem um propósito é vazia.

- Este não é o único propósito dele, é apenas um objetivo a curto prazo. Seu sonho é virar Hokage. Ele carrega inconscientemente o sonho dos pais consigo.

- Hokage...e tem apenas doze anos?

- Caminhando para os treze. Agora que o amigo largou o time, ele segue apenas com a companheira e seu sensei.

- E quem é o sensei dele? Genma, Ebis...

- Kakashi.

Yori para por um momento e encara o pai, que tomava mais um gole de chá.

- Ah, o Kakashi...como ele está?

- Pacífico, como sempre.

- Entendo.

Via mais o pai que a mãe, por motivos óbvios: um Hokage quase nunca saía de sua aldeia. Cogitou algumas vezes regressar à Konoha, mas a vontade de desbravar o desconhecido era mais forte. Com o tempo, os encontros com o pai eram menos frequentes, mas sempre recebia cartas do platinado, que contava e perguntava das novidades. Recebia cartas da Senju também, e com elas muitas broncas, mas sempre com uma nota de saudades.
Comprava todos os exemplares dos livros que o pai publicava para sentir o mestre dos sapos consigo sempre que abria e folheava as páginas cheias de histórias.

Anos depois, já uma mulher feita, Yori estava no auge de sua carreira como Shinobi nômade. Já havia deixado sua marca em todas as cinco grandes nações, e todos conheciam a hábil e forte Shinobi vinda da Folha, filha de dois dos sannins lendários. Sua última parada foi na grande aldeia de Suna, onde pôde conhecer o jovem Kazekage e ajudar no que sabia. Gaara era incrível, e ela não entendia como um rapaz daqueles poderia ter sido tão maltratado em parte de sua vida. Escreveu uma carta para os pais no tempo que ficou hospedada em Suna, mas só a de sua mãe foi entregue. A carta de Jiraya havia voltado, e ela entendeu que o pai não estava em Konoha mais uma vez. Missão. Jiraya passava mais tempo convocado em missões do que parado na aldeia, e ela se perguntava como o filho de Minato conseguia ser treinado com tanta ausência assim. Sabia que as vezes o rapaz saía em jornada com seu pai, mas ainda sim era mais complicado do que quando ela era a pupila. Resolveu então rastrear Jiraya, e invocou uma de suas águias - invocação pessoal - para ajudá-la com o que precisava.

Hayai cortou o céu com a carta amarrada à sua pata, em busca de Jiraya. Dias se passaram e o animal voltou, com um papel que Yori abriu e leu.

Yori-chan,

Conseguiu achar o tou-san mais uma vez! Está cada vez mais difícil me esconder de você, criei uma ótima rastreadora. Estou bem, e em missão. Passe para ver sua mãe, ela resmunga sempre que pode.
Fique bem, está certo? Mande lembranças ao Kazekage por mim. Tou-san te ama demais, mas você já sabe disso não sabe? É bom que nunca se esqueça. Amarei para sempre.

Com amor,

Jiraya.

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⏰ Última atualização: May 03 ⏰

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Yori No Hanashi (A História De Yori)Onde histórias criam vida. Descubra agora