Meu pé estava super protegido.
Um tênis e uma meia impediam que suas solas recém limpas tocassem o chão e contaminassem a pureza daqueles calcanhares polidos e estupidamente rosados.
Mas ela não.
Ela pouco se importava com o estado de seus membros inferiores, seus pés passeavam livremente pelo chão sujo e pela grama no ritmo da música, conduzia seu corpo perfeito em uma dança extremamente sensual, mas de certa forma alegre e festiva. A saia, em um tom apaixonante de azul, rodava numa em sincronia com seus movimentos e a rosa branca pendurada atrás de sua orelha dava um verdadeiro charme clichê para seu rosto redondo.
Até o fim da música seu corpo permaneceu fiel ao ritmo e seu quadril rebolava perfeitamente com as notas soadas, não me importei de observá-la descaradamente já que a garota ao menos havia reparado na minha figura e passava a maior parte de sua performance com os olhos fechados.
A caixa de som passou a tocar algo novo e, diferente dos dez minutos anteriores que haviam voado, a morena saiu delicadamente do espaço onde estava, serpenteando entre todos os outros que permaneciam embalados com a cantora que soava notas estridentes por todo o ambiente de festa.
Senti toda aquela loucura arder em minha garganta no seus últimos goles e entreguei o copo para Gael esperando mais uma dose daquele mar alcoólico.
Ela, que passei incontáveis segundos admirando, se aproximava em passos determinados cada vez mais rápido, porém, como se eu fosse invisível, andou sem nem se dar ao trabalho de notar minha presença e jogou seus braços suados no balcão de madeira do bar.
- Perla mía, si sigues bailando así vas a volver locos a estos hombres! (minha pérola, se você continuar dançando assim, vai enlouquecer esses homens) – em movimentos rápidos Gael a entregou um copo com água e empurrou na direção dela que aceitou de bom grado - Bébelo, acabarás deshidratando!
- Gracias! – a morena bebeu tudo de forma desesperada e faminta, seus lábios soltaram um suspiro de alivio ao engolir todo o conteúdo do copo e se pudesse tocá-la saberia que até sua temperatura corporal havia baixado um pouco junto com o nível de adrenalina que percorria suas veias - estos hombres no necesitan que me vuelva loco, Gael (esses homens não precisam de mim para enlouquecer, Gael) – eu permanecia observando discretamente, a garota parecia confortável em esquecer que haviam outras pessoas ali além dela mesma e do barista, como se não fossemos dignos de sua atenção – Você pode tirar uma foto sabia? Eu não me importo muito e vai durar mais.
Sofri um sobressalto ao notar que era comigo que ela estava falando, seus olhos achocolatados encaravam sem piscar o meu rosto pálido, por um momento fiquei sem graça, pois não percebi que a olhava fixamente a tanto tempo. Gael soltou uma gargalhada e continuou secando os copos de vidro recém lavados, estava concentrado em sua tarefa, mas também permanecia atento a minha próxima jogada.
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Locos en Mexico
FanfictionChris Evans surtou. Colocado contra parede, recebeu o ultimato de seu pai: se tornar um bom marido ou sofrer as consequências de suas ações. Faltando alguns dias para seu casamento, o coração do homem palpitava em seu peito avisando-o que aquilo er...